TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Fundamentos Hístóriocos E Metodológicos Do Serviço Social

Artigos Científicos: Fundamentos Hístóriocos E Metodológicos Do Serviço Social. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  15/10/2013  •  4.350 Palavras (18 Páginas)  •  346 Visualizações

Página 1 de 18

TEMPOS MODERNOS – CONSEQUENCIAS DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

A revolução industrial na Inglaterra teve inicio no século XVIII. A burguesia com o impulso do mercantilismo derruba o sistema absolutista e conquista o poder. A classe burguesa faz uso das altas quantias angariadas no comércio para aplicá-las na mecanização dos meios de produção. Os produtos artesanais perdem sua força de comercialização, transferindo assim o trabalhador (artesão) do campo para os centros urbanos.

A essência deste novo sistema econômico era a busca do capital, pelo qual a burguesia, que passa a ser a nova classe social dominante concentra propriedades e poder.

Outra classe que surge neste novo sistema é a operária denominada proletariado.

Os antigos artesãos, donos dos seus instrumentos e do seu próprio ritmo de trabalho, que manufaturavam seus produtos em pequenas quantidades, e os comercializavam para suprimento das suas necessidades e pagamentos de impostos se transformaram em operários nos centros industriais.

Com o processo de produção capitalista, o artesão que produzia em pequena quantidade passa a perder espaço na sociedade para as indústrias que com a produção em série e mão de obra barata produz em larga escala com preço de custo relativamente menor.

Consequentemente havendo perda de sua renda o artesão não teve outra solução a não ser vender sua força de trabalho aos donos do meio de produção, saindo do campo e migrando para as cidades onde estavam localizadas as indústrias.

Nesta mudança para os centros urbanos precisavam levar suas mulheres e crianças os quais também eram empregados nas fábricas contribuindo com a renda da família, pois trabalhavam apenas para comer.

As condições de trabalho eram péssimas, com excessivas jornadas, sem férias nem auxílio doença, condições de trabalho perigosas facilitando a exploração e a criminalidade.

Os trabalhadores se aglutinaram nos centros urbanos em condições precárias e desumanas. As habitações próximas às fábricas eram improvisadas, insalubres, sem nenhuma infraestrutura ou saneamento básico, ajudando a disseminar nesta época a peste bubônica e a varíola.

No processo de produção industrial o operário não domina o processo produtivo, visto que o processo de produção nas indústrias é fragmentado.

Dessa forma o trabalhador não se reconhece no produto final, perdendo sua identidade e se tornando apenas uma peça da engrenagem produtiva, um alienado o que é claramente demonstrado no filme TEMPOS Modernos (Modern Times), EUA, 1936. Direção: Charles Chaplin.

Tal filme refere-se a uma crítica ao modernismo e ao capitalismo, representado através da indústria, criando uma rotina incansável ao operário, deixando claro o excesso de trabalho. Mostra que ao mesmo tempo em que o operário manuseia a máquina ele se alimenta e mesmo quando termina seu turno de trabalho o operário se comporta como se ainda continuasse exercendo sua função na indústria.

Devido a saturação do trabalho o personagem interpretado por Charles Chaplin é internado em um sanatório e quando sai se depara com uma crise no país, levando ao crescimento da pobreza e gerando manifestações e confusão na cidade onde ele chega até a ser confundido com um comunista.

O filme consegue transmitir como o sistema capitalista sempre escravizou a classe operaria, desde sua criação até os dias atuais.

No Brasil a revolução industrial teve início no século XX, quase cem anos após a revolução industrial Inglesa. Os principais motivos para este atraso foram:

1500 a 1808 - O Brasil após “descoberto” por Portugal tornou-se colônia de exploração e não de desenvolvimento. Apenas pequenas atividades industriais eram permitidas e mesmo assim para consumo interno.

1808 a 1850 – A família real portuguesa chega ao Brasil. D. João VI abre os portos ao comércio com a Inglaterra. Neste período a indústria brasileira teve desenvolvimento muito pequeno, pois os produtos ingleses apresentavam forte concorrência tanto em valor quanto em qualidade. Em 1844 uma lei criada pelo Ministro da Fazenda Manuel Alves Branco taxa os produtos importados em 20% sobre produtos sem similar nacional e 60% sobre aqueles com similar nacional. Assim, algumas atividades industriais do país foram protegidas. Em 1846 a indústria têxtil obtém incentivos fiscais e o Brasil começa a importar matérias primas necessárias a industrialização.

1850-1930 – Em 1850 o tráfico de escravos no Brasil é proibido devido a interesses comerciais da Inglaterra. O capital que era usado na compra de escravos passou a ser usado em parte para investimento no setor industrial. A cafeicultura que estava em pleno desenvolvimento necessitava de mão de obra estimulando assim a vinda de imigrantes, principalmente Italianos para o Brasil. Os mesmos trouxeram novas técnicas de produção, força de trabalho especializada e foram os primeiros assalariados no país, constituindo assim o primeiro mercado consumidor. O setor têxtil também começou a se desenvolver neste período. Em 1880 o Brasil já conseguia substituir muitos dos produtos importados pelos já fabricados no país. Em 1914 a crise estabelecida pela 1ª guerra mundial favorece o crescimento industrial do Brasil, visto que no período de guerra as dificuldades para importar produtos aumentaram e o Brasil precisou se tornar autossuficiente para suprir suas necessidades, investindo e desenvolvendo o processo de produção. Neste ínterim os recursos da produção de café já estavam sendo investidos nas indústrias, estradas de ferro e infraestrutura para os centros industriais.

1930-1956 – A revolução industrial foi marcada pela revolução de 1930, com Getúlio Vargas adotando várias políticas industrializantes. Neste período a mão de obra de imigrantes foi substituída pela Mão de obra nacional, principalmente no Rio de Janeiro e São Paulo em razão do êxodo das plantações devido a crise do café e migração da população nordestina. Em função da crise mundial neste período o Brasil precisou fortalecer ainda mais seu sistema industrial e pode comercializar seus produtos sem concorrência estrangeira aumentando também a exportação.

A população operária brasileira formada no século XX passa a sofrer as mesmas consequências que os operários ingleses sofreram no século XVIII:

O trabalhador não tinha ciência do valor da mercadoria por ele produzida, pois a produção era fragmentada

...

Baixar como (para membros premium)  txt (30.9 Kb)  
Continuar por mais 17 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com