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Identidade Cultural e Diáspora

Por:   •  7/12/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.623 Palavras (7 Páginas)  •  523 Visualizações

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Trabalho Final: Identidade Cultural e Diáspora

Nome: Ricardo Cachaldora

Número: 69391

Turma: A-B1

Unidade Curricular: Antropologia Depois do Colonialismo

Professor: Rosa Perez

Ano letivo: 2015/2016[pic 2]

Introdução

Este trabalho final, realizado no âmbito da Unidade Curricular de Antropologia Depois do Colonialismo, lecionada pela professora Rosa Perez, tem como objetivo abordar o tema da diáspora, relacionando-a com a identidade cultural, para falar sobre a influência que a diáspora tem sobre a identidade cultural com recurso a textos de Stuart Hall e Arjun Appadurai. Irei utilizar alguns textos presentes na bibliografia da Unidade Curricular, assim como conhecimentos adquiridos em aula com auxílio a apontamentos, para desenvolver este ensaio. Este trabalho será dividido por temas, tendo a seguinte estruturação: a Introdução, Diáspora, Identidade Cultura na Diáspora – de acordo com Stuart Hall. Para concluir este ensaio apresentarei uma conclusão posterior a todos os temas que serão abordados.

Diáspora

“The diaspora experience as I intend it here is defined, not by essence or purity, but by the recognition of a necessary heterogeneity and diversity; by a conception of ‘identity’ which lives with and through, not despite, difference; by hybridity. Diaspora identities are those which are constantly producing and reproducing themselves anew, through transformation and difference.”

(Hall, Stuart, 2003: pp. 244)

        A primeira noção que deve ser adquirida é a de diáspora, a dispersão dos povos movida por motivos políticos ou religiosos. Desta forma podemos associar facilmente diáspora a termos como emigrantes, refugiados, entre outros. O conceito de diáspora surge pela primeira vez devido à dispersão dos judeus, principalmente após o exílio babilónico. Esta dispersão prolongou-se ao longo do tempo, sendo que se verifica até na atualidade. O termo diáspora é atualmente utilizado relativamente a qualquer comunidade étnica ou religiosa que se dispersa criando uma vida fora do seu país de origem, sendo este deslocamento de grandes massas forçado ou incentivado. A diáspora pode ser continental ou intercontinental, desde que as dimensões populacionais correspondam e não existam movimentos migratórios constantes e regulares. O colonialismo é em parte responsável pela diáspora, sendo que durante as colonizações se deram imensas deslocações de comunidades em massa de um país de origem para outro.

        A diáspora tem aspetos positivos e negativos, a nível social podemos encontrar, por exemplo, a discriminação e exclusão feita dos indivíduos, a nível económico a exploração destes indivíduos para mão-de-obra mais barata. No entanto, a diáspora traz aspetos positivos como nalguns casos a sobrevivência dos indivíduos (tendo por exemplo o caso dos refugiados) que nos países de origem não têm condições mínimas de vida. É importante referir, também como aspeto positivo, que a diáspora não se trata apenas de uma deslocação de pessoas, mas também de intercâmbio cultural e religioso. O contacto entre culturas aumenta e os países recebem novas instituições religiosas, sociais e familiares. Existem vários tipos de diáspora, ou seja provenientes de vários sítios diferentes, no entanto a Indiana é a maior, do ponto de vista geográfico no mundo inteiro. Esta diversidade cultural cria então a oportunidade de novas identidades, aparecendo a noção de transnacionalismo. O transnacionalismo pode ser considerado como um processo

        A diáspora é interpretada conforma as diferentes zonas do mundo, não se podendo então generalizar a maneira como a mesma é vista e as suas consequências. O estudo da mesma não deve ser, apesar de tudo, focado apenas no local onde se encontram as comunidades de diáspora tendo em conta que estas estão também ligadas ao seu local de origem.

Identidade cultural na Diáspora

“Perhaps instead of thinking of identity as an already accomplished fact, which the new cultural practices then represent, we should think, instead, of identity as a 'production', which is never complete, always in process, and always constituted within, not outside, representation”

(Hall, 1993: p. 222)

A identidade cultural é vista de duas perspetivas diferentes, sendo a primeira a que define este termo a partir do pressuposto de que todas as pessoas partilham um passado comum, assim sendo a identidade, a partir desta perspetiva a identidade cultural reflete a história comum de uma comunidade – “There are at least two different ways of thinking about 'cultural identity'. The first position defines 'cultural identity' in terms of one, shared culture, a sort of collective 'one true self', hiding inside the many other, more superficial or artificially imposed 'selves', which people with a shared history and ancestry hold in common. Within the terms of this definition, our cultural identities reflect the common historical experiences and shared cultural codes which provide us, as 'one people', with stable, unchanging and continuous frames of reference and meaning, beneath the shifting divisions and vicissitudes of our actual history” (Hall, 1993: p. 223). No entanto, as identidades são instáveis e dependentes das relações estabelecidas, sendo o processo de identificação mutável e daí as diferenças a multiplicidade de identidades culturais existentes, o que nos leva a falar da segunda perspetiva a partir da qual podemos falar de identidade cultural. Na segunda perspetiva a identidade cultural é interpretada como resultado de uma história comum mas também pontos críticos que definem um curso diferente no processo da formação da identidade – “There is, however, a second, related but different view of cultural identity. This second position recognises that, as well as the many points of similarity, there are also critical points of deep and significant difference which constitute 'what we really are' (…)” (Hall, 1993: p. 225).

        A partir desta última perspetiva relativa à identidade cultural podemos afirmar que a diáspora vai trazer consequências ao processo de formação de identidade dos indivíduos e das suas comunidades. Para compreender a relação entre a diáspora e a identidade cultural é importante falar sobre a perspetiva de Stuart Hall, dentro dos estudos culturais, da ideia de fragmentação. A fragmentação dos indivíduos, segundo Fannon, é consequente da diáspora, e segundo Stuart Hall passa pela fragmentação das identidades culturais. Esta fragmentação através da diáspora deve-se ao facto de cada nação influenciar a identidade cultural dos seus indivíduos, e a diáspora influencia este processo devido à descentralização que provoca, isto é, a identidade cultural de um indivíduo surge dentro de uma nação, e apesar da comunidade de diáspora manter a nacionalidade a sua identidade cultural, ao entrar em contacto com as diferenças culturais, vai ser influenciada e fragmentar a sua identidade original. As comunidades de diáspora, geralmente, apesar de manterem bases na sua identidade cultural alteram-na devido à necessidade de adaptação.

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