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Não Neutralidade da Ciência-Tecnologia: Problematizando Silenciamentos em Práticas Educativas

Por:   •  31/10/2018  •  Resenha  •  952 Palavras (4 Páginas)  •  195 Visualizações

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Nome: Lívia Ribeiro da Silva           RA: 11201811911

GRUPO 4 - Não Neutralidade da Ciência-Tecnologia: Problematizando Silenciamentos em Práticas Educativas CTS

ATIVIDADE: Resenha Crítica Individual

O artigo “Não Neutralidade da Ciência-Tecnologia: Problematizando Silenciamentos em Práticas Educativas CTS”, cujos autores são Décio Auler e Suiane Ewerling da Rosa (2016), retrata a problematização sobre a cultura de participação da sociedade em assuntos da Ciência e da Tecnologia. Assuntos esses que vão da influência na inserção de valores nos produtos da ciência-tecnologia, até a ajuda na definição de uma agenda de pesquisa. Com a análise das três construções históricas, que são a neutralidade atrelada às decisões tecnocráticas, a ideia salvacionista da ciência-tecnologia (CT) e o determinismo cientifico-tecnológico, os autores afirmam que a cultura de participação da sociedade está limitada ao pós. Para desenvolver a tais tópicos os autores tiveram como auxilio a utilização de um corpus de analise composto por vinte e seis artigos, em sua maioria escritos por professores e alunos associados com a CT, também se referenciando em citações de Paulo Freire e do Pensamento Latino-Americano em CTS (PLACTS).

A neutralidade explanada no texto simboliza a ideia de que a ciência-tecnologia é neutra no sentido de ser imparcial e de não receber nenhuma influência externa, seja ela no processo de decisão do tema a ser pesquisado ou no processo de desenvolvimento desse tema. Ao longo da problematização são apresentados fatos, provenientes do corpus de analise já citado, que levam a suposição de que, na verdade, a ciência-tecnologia não é neutra, pois com o estudo dos exemplos expostos pode-se observar que em grande parte dos processos da CT estão presentes diferentes valores, como econômicos, políticos, morais etc., que muitas vezes servem apenas para interesses elitistas ou dos especialistas atuantes. Eventualmente, essa neutralidade pode ser traduzida como autonomia, onde o campo, no caso o campo cientifico-tecnológico, tem grande capacidade de refratar e retraduzir interesses sociais em seus processos, fazendo assim, com que as demandas sociais estejam presentes, mas de forma implícita.

Esse conceito de neutralidade prega uma falsa superioridade da ciência-tecnologia, onde ela é, supostamente, independente e autônoma. Um exemplo retratado no artigo para demonstrar resquícios de valores que podem estar presentes em práticas da CT, é o caso dos transgênicos, quadro onde valores capitalistas podem estar subentendidos. Os especialistas atuantes nas decisões tecnocráticas são tidos como donos do saber cientifico, sendo, ideologicamente, neutros e imparciais, isso faz com que o silenciamento dos mesmos sobre os valores que cada um emprega nas decisões seja ignorado, o que notabiliza a existência da não neutralidade da CT. Tais silenciamentos podem ocorrer quando os profissionais na área da ciência-tecnologia dão prioridade para o campo cientifico-tecnológico e acabam por omitir alguns aspectos que podem contradizer essas construções historias presentes na CT.

A segunda construção histórica abordada pelos autores é o determinismo tecnológico, o qual pressupõe que a tecnologia é o que impulsiona o desenvolvimento da estrutura social e valores culturais de uma sociedade. Tal ideia defende o ponto de que as mudanças da tecnologia são o principal motivo das mudanças sociais, pois a tecnologia é entendida como um fator independente da ação humana, ou seja, seu desenvolvimento acontece à margem da sociedade, por esse motivo fatores de sua criação são silenciados. Em contramão do pensamento determinista, o PLACTS busca o redirecionamento das políticas na ciência-tecnologia, afirmando que a tecnologia deveria agir de acordo com a necessidade e demandas da sociedade fazendo com que essas sejam abarcadas nas decisões tecnocráticas.

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