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O Retorno do Ator, Alain Tourraine

Por:   •  30/3/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.041 Palavras (5 Páginas)  •  629 Visualizações

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“O retorno do ator”, de Alain Touraine.

Fichamento: Raul Ernesto Backes

A questão preliminar levantada por Touraine e, a partir da qual, o autor vai relacionar a reflexão seria relativa a verdadeira característica da modernidade. Algumas interpretações seriam um tanto próximas a um modismo sem sentido que não leva a termo os efetivos elementos históricos nesse processo. Segundo o autor os grandes processos que culminaram com a “modernidade” pouco ou nada tem a ver com ação de indivíduos mas, comprovadamente, desferida pela autoridade do estado que dirigiu esse processo.

Colocar o mercado como um organismo capaz de favorecer a modernidade seria um erro na visão de Tourraine em se levando em consideração os efeitos altamente nocivos – sobretudo em se tratando das periferias – que este pode gerar. Nas palavras do autor o mercado “tudo permite, nada regula” e subentende-se que pode mais quem chora menos.

Essa visão de um vôo maravilhoso que se auto regula e leva a construção de um mundo melhor não passa de ilusão a medida que observamos que a única coisa que vem crescendo nesses tempos é o número de infelizes que morrem de fome.

A mudança a partir de um individualismo suscitado pela modernização também não resiste a uma análise mais dura a medida que – o autor cita o exemplo dos Estados Unidos – a modernização se deu fundamentalmente por um processo autoritário.

Razão, planejamento e autoridade são aspectos fundantes da interpretação de Touraine que notadamente aponta um questionamento sobre a possível autocrítica da modernidade.

Em sintonia com Beck, o autor afirma que os atores sociais tem tido a necessidade de se conformar e adaptar a um conjunto novo de regras impostas pela conjuntura, descobrindo idéias por detrás das transparências. Esse seria o antídoto contra todos os “ismos” ao mesmo tempo que permitiria a emergência do sujeito humano como cada vez mais livre e criador.

Teríamos uma notável dicotomia convergindo na modernidade a racionalização e a subjetivação. O autor observa que a modernidade num certo sentido se instaurou a partir de uma crítica indireta aos seus próprios pressupostos a medida que apenas um correto equacionamento entre razão e sujeito – e não a anulação deste último como preconiza o catolicismo – que possibilitam o êxito da modernidade. Esta seria a passagem de um “microcosmos para um macrocosmos” mas não vinculada a uma possível ordem do mundo mas a consciência em um sentido mais amplo.

Para o autor aqueles que querem identificar a modernidade unicamente com a racionalização não falam de sujeito a não ser para reduzí-lo à própria razão e impor despersonalização. Ao contrário para o autor o mundo moderno cada vez mais se define pela conformação de um sujeito “liberto”.

Abertamente o autor alude um certo tipo de alteridade no “movimento social” (movimento mais amplo que o das classes sociais) que estaria definindo um indivíduo livre capaz de se auto conceber e determinar. Teríamos a transformação do indivíduo em sujeito! Este lutaria contra a ordem e os determinismos sociais.

A projeção idealizada de Deus após a modernização autoritária dos Estados unidos estaria, segundo Touraine, dando lugar a vontade presente de se “construir a si mesmo como pessoa”. Em linhas gerais temos um novo crítico a supressão do “eu” quando este está em franca destruição a partir da ação de organizações sociais (religiosas). Este “sujeito” de Touraine é efetivamente livre, pelo menos no que diz respeito a sua subjetividade, e estaria em condições de interagir com a realidade a partir de novos pressupostos e esta nova formação explicaria alguns pontos chaves da modernidade.

Seria o “sujeito” nos termos desta abordagem que seria o grande elo da equação entre vida, nação , consumo e empresa, um sujeito que se reconhece e se define por seu esforço em reunir o que foi separado a partir da lógica da liberdade pessoal e coletiva.

Resume-se Deus a um ídolo desastradamente concebido a partir de uma visão clássica católica narcísica, indissiocrática, de um “deus” que nunca volta e que seria corresponsável pelas supostas barreiras e emerção de um “sujeito” que, também está por vir mas ainda não veio (aguardemos pois). Exatamente pelo fato de que o anti-sujeito que tome consciência de si e que após uma nova parafusada nos elos entre razão e subjetividade vai nos oferecer o glorioso “sujeito” agora capaz de interpretar aquilo que até hoje ninguém, nenhuma estrutura o fêz, logicamente ao som de sítaras e músicas agradáveis do mundo novo que se agiganta ante ao novo ser que se apresenta após a era das luzes e a revolução industrial.

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