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PATRIMÔNIO, NEGOCIAÇÃO E CONFLITO

Por:   •  27/9/2019  •  Relatório de pesquisa  •  651 Palavras (3 Páginas)  •  318 Visualizações

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PATRIMÔNIO, NEGOCIAÇÃO E CONFLITO - Gilberto Velho

1 - Qual a contradição na compreensão do tombamento do terreiro de

candomblé que se coloca no processo?

O relator do tombamento do terreiro de candomblé Casa Branca, em Salvador

- Bahia, relata os processos e conflitos no feito histórico do Conselho do Patrimônio

Histórico e Artístico, que segundo ele, “pela primeira vez na história, reconhecia a

tradição afro-brasileira”, oficialmente pelo Estado Nacional. Sua narrativa nesse

texto, apresenta os detalhes de uma votação inamistosa, ao qual há uma série de

interesses em negociação, o primeiro confronto vinham de opositores que relataram:

“que não era possível tombar uma religião”, eles seguiam um outro tipo de política

de patrimônio, não se utilizavam da figura do tombamento para análise desse caso;

já Gilberto Velho com veemência afirma: “a vida da cidade de Salvador não poderia

ser compreendida sem essa percepção”, para Gilberto o terreiro de Casa Branca

que obtinha uma tradição de mais de 150 anos, com certeza desempenhava um

importante papel na simbologia e no imaginário dos grupos ligados ao mundo do

candomblé e aos cultos afro-brasileiros em geral. Ele destaca a cultura como um

fenômeno abrangente que inclui todas as manifestações materiais e imateriais,

expressas em crenças, valores, visões de mundo existentes em uma sociedade, isso

porque, os conselheiros que haviam argumentado que não se podia “tombar uma

religião”, certamente entendiam que o tombamento de centenas de igrejas e

monumentos católicos teria se dado apenas por razões artísticas -arquitetônicas, o

que não nos parecia correto.

Por esse motivo, o antropólogo Gilberto, teve trabalho ao contestar essa

lógica que representava às perseguições e à intolerância manifestadas durante

séculos pelas elites e pelas autoridades brasileiras contra as crenças e os rituais

afro-brasileiros (ver Maggie 1993). Além disso, essa discussão foi feita em 1984,

onde o tombado ainda era somente aplicado a bens móveis, ou seja, objetos, ou a

imóveis, os prédios; a discussão sobre o patrimônio imaterial, festas populares,

expressões artísticas, conhecimentos tradicionais, veio somente anos mais tarde,

em 2000.

2 - Quais os argumentos que Gilberto Velho utiliza para justificar aquele

tombamento?

Para o autor, o tombamento deve ser uma garantia para continuidade da

expressão cultural que tem na Casa Branca, um espaço sagrado que ele vê como

“um fato social, um terreiro em plena atividade, com seus fiéis, sacerdotes e ritual

em pleno dinamismo”. Gilberto analisa que nas grandes cidades contemporâneas, a

atividade religiosa, com seus rituais e crenças, tornam se essenciais para a

construção e a dinâmica das identidades, é firme em alegar que estava em

discussão a própria identidade da nação brasileira, e a partir

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