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PERSPECTIVA CRÍTICA DA DEMOCRACIA CONTEMPORÂNEA E SUA PLURALIDADE

Por:   •  21/11/2019  •  Ensaio  •  2.816 Palavras (12 Páginas)  •  109 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS (FCS)

LIDELMAR MOREIRA

NATANAEL BARBOSA SANTOS

PERSPECTIVA CRÍTICA DA DEMOCRACIA CONTEMPORÂNEA E SUA PLURALIDADE

GOIÂNIA

2019

RESUMO

O seguinte trabalho, visa, em sincronia com autores discutidos no decorrer do curso Sociologia III, um mínimo esclarecimento, ou talvez apenas uma direção teórica de fenômenos políticos, suas causas/consequências, incluindo o contexto que possibilita de tal modo sua ascendência. Uma sociedade plural e complexa, cujo o exercício do poder é a partir da democracia representativa, enfrenta diversos obstáculos diante estruturas já estabelecidas precedentes a este ideal vigente, logo dialogando com Habermas e Mouffe, embasando nos textos propostos na questão para o trabalho, é possível além de compreender esse fenômeno político, aplicá-lo no presente.

Palavras chave: Democracia, pluralismo e liberalismo.

INTRODUÇÃO

Este ensaio tem como objetivo analisar criticamente a ideia de democracia em uma sociedade plural e complexa. Para tal utilizamos de bases o texto de Santiago que chama “Quero matar meu vizinho”, onde ele mostra o ódio de um indivíduo de classe média alta com as forças antagônicas de poder em uma democracia e a vontade da eliminação de forma violenta essa força antagonista. Usaremos também o poema de Ianomami, que traz um evidenciamento do racismo no brasil e como as vidas negras não tem importância. Para analisar o texto e o poema e a relação com a ideia de democracia plural utilizaremos a autora Chantal Mouffe, que discorre sobre a questão da eliminação do antagonismo político e do pluralismo democrático e colocaremos também as ideias de Habermas onde ele traz a aliança do neoliberalismo com o neoconservadorismo

PERSPECTIVA GERAL DE SANTIAGO E IANOMANI

O conflito de ideias presente nos textos de Santiago e Ianomâmi, são relatos da realidade, enquanto sociedade, enquanto valores aplicados, também enquanto resultado de políticas aplicadas, por governos eleitos democraticamente, em um contexto que, a concentração de renda é evidente no país, justificada através de uma política elitista, seletiva para com os parâmetros de vida, e de como essa realidade de fato é concebida, ou para quem é transmitida.

Em ‘’Quero matar meu vizinho’’, é evidente uma realidade polarizada, que o país se direcionou há alguns anos, em um impasse de convergências políticas, na qual um sujeito em sua individualidade, e plena liberdade democrática, escolhe por aprofundar na ideia que política não resolve nada, e não vale a pena ser entendida, mas identificam problemas, a partir da sua concepção.

‘’Então quando vejo um mortadela, sinto ódio, sinto nojo, tenho vontade de pular no pescoço dele e esganar. Os mortadelas são todos ladrões. E ainda têm a cara de pau de ir para as ruas e chamar as pessoas de bem de coxinhas. Sim, sou coxinha e com muito orgulho! Trabalho duro para ter minhas coisas. Comprei um apartamento novo com o suor do meu rosto! Se tiro férias e viajo ao exterior com minha família, é com o suor do meu trabalho! Não devo nada a nenhum comunista! Sou coxinha, sou um cidadão de bem, e não gosto de mortadelas comunistas! ‘’

(SANTIAGO, Fernando. Quero matar meu vizinho)

Neste trecho do texto de Santiago vemos esse pensamento, onde há uma falsa noção de liberdade do indivíduo, entendendo que está agindo de forma autônoma e independente, mas está enganado, já que se trata de um padrão instaurado que tende para concentrar ainda mais os níveis de desigualdade sejam no campo econômico, seja no que tange a identidade, como é trago em ‘’Ninguém’’, poema de Dado Ianomâmi, que traz consigo a noção de uma corrente de valores ideias, que conservam valores arcaicos, o poema aborda o racismo estrutural presente na sociedade, um presidente dizer que ‘’o exército matou ninguém’’ é sinal de como esse ideal é a representação em um contexto ‘’democrático’’, no qual esse presidente foi eleito, propagando esse tipo de fala, essa bizarra concepção de moral.

Logo os fatos que os dois textos abordam, que se passam por corriqueiros quando não ganhando notoriedade nacional, são reflexos de uma estrutura baseada em valores os quais em algum momento da história foram subvertidos, ou reconhecidos como anti-democráticos, que estão voltando a tona, em um consenso sócio econômico, que tende a se repetir de certo modo, mas distorcido, como Marx menciona em ‘’O 18 de Brumário de Luís Bonaparte’’

Em alguma passagem de suas obras, Hegel comenta que todos

os grandes fatos e todos os grandes personagens da história mundial

são encenados, por assim dizer, duas vezes. Ele se esqueceu de

acrescentar: a primeira vez como tragédia, a segunda como farsa.

(MARX, Karl. O 18 de Brumário de Luís Bonaparte, p.25)

O trabalho em questão, visa dialogar essa perspectiva que se instaura no plano real, no cotidiano, na estrutura representada enquanto para cada indivíduo, dentro de sua concepção de individualidade, atrelado simultaneamente com um padrão, uma tendência, ou talvez uma consequência, e correlacionar com os temas discutidos pelos autores estudados na unidade.

PERSPECTIVA DE CHANTAL MOUFFE

A autora Chantal Mouffe oferece uma interessante perspectiva sobre a problemática trazida pelo texto de Santiago. Mouffe em seu texto Democracia, cidadania e a

questão do pluralismo, traz uma análise sobre a atual forma como a democracia está presente na sociedade

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