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PRÁTICAS DISCURSIVAS SOBRE VIOLÊNCIA NA ESCOLA: UMA INVESTIGAÇÃO SOBRE A VISÃO DOS ALUNOS.

Por:   •  23/8/2022  •  Artigo  •  6.749 Palavras (27 Páginas)  •  80 Visualizações

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PRÁTICAS DISCURSIVAS SOBRE VIOLÊNCIA NA ESCOLA: UMA INVESTIGAÇÃO SOBRE A VISÃO DOS ALUNOS.

DISCURSIVE PRATICES ON VIOLENCE AT SCHOOL: AN INVESTIGATION ABOUT THE STUDENTS’ VISION.

JANAÍNA RODRIGUES DE SOUSA (UFPI)[1]

PANDORA GRAMSCI SOARES VASCONCELOS (UFPI)[2]

RESUMO: A presente pesquisa revisa literaturas associadas à identificação das principais formas de violência escolar na perspectiva de estudantes do ensino médio, tornando possível identificar produções para análise de narrativas sobre o motivo da violência, e, sua relação com formas existentes de enfrentamento deste comportamento no âmbito escolar. Para tanto, as concepções sobre violência no âmbito educacional se encaminham para a compreensão dos processos simbólicos recorrentes na escola. Em questões metodológicas, será apresentado com abordagem qualitativa, estando aliado à natureza da pesquisa aplicada, produzindo aportes teóricos para a mediação no processo de investigação sobre a percepção de jovens no ensino médio. Os resultados, aliados a uma teoria psicanalítica, buscou interpretar conteúdos inconscientes de vivências primitivas e vínculos atuais na vivência de grupos, para, então, demonstrar motivações que exibem aspectos defensivos e projetivos influenciáveis na convivência entre pares.

PALAVRAS-CHAVES: Discurso; Psicanálise; Violência na escola.

ABSTRACT: The present research revises literatures associated with the identification of the main forms of school violence in the perspective of high school students, making it possible to identify productions for analysis of narratives on the reason for violence, and their relationship with existing ways of conceptions about this behavior in school. To do so, the conceptions on educational violence are forwarded to the understanding of the recurring symbolic processes in the school. In methodological issues, it will be presented with a qualitative approach, being allied to the nature of the applied research, producing theoretical contributions to mediation in the research process on the perception of young people on high school. The results, allied to a psychoanalytic theory, sought to interconit unconscious content of primitive experiences and current lines in the experience of groups, so to demonstrate motivations that exhibit influencible defensive and projective aspects in the coexistence of peers.

KEY-WORDS: Discourse. Psychoanalysis. Violence at school.

INTRODUÇÃO

O presente documento apresenta os resultados de pesquisa sobre a concepção dos alunos do Ensino Médio público estadual sobre a violência na escola. Com a finalidade de revisar a literatura associada a identificação as principais formas de violência na escola, assim como buscar os significados atribuídos a violência na perspectiva de escolares do ensino médio, identificar produções que auxiliem na análise de narrativas dos escolares sobre o motivo da violência na escola e, por fim, identificar as formas existentes de enfrentamento a violência para o âmbito escolar. Dessa maneira, ocorreu a coleta de proposições e recomendações bibliográficas com vistas para a construção de um referencial teórico que provoque reflexões e estratégias para a progressão da pesquisa.

O estudo de perspectiva da escola sociológica francesa de abordagem para as situações de violência na escola, de Charlot (2002), que registra explosões violentas no ambiente escolar desde o século XIX, para lembrar que este não é um fenômeno novo, mas que é associado ao campo das emoções e que assim se vale de novas formas de expressão para permanecer atualizado nas ocorrências escolares.

Encontram-se dentre tais expressões o registro de violência contra o professor, o perfil de idade cada vez menor, os fatores externos de vulnerabilidade assim como lembra que situações sutis são igualmente geradoras desse temor. O contexto transmite a quebra de representações sociais importantes e apresenta o estabelecimento da situação de angústia que esta população é exposta. Logo, é possibilitado o alcance do entendimento de que a violência não é uma mera condição acidental e passa a ser compreendida como um fenômeno estrutural que alimenta a produção de afetos no qual aponta a perspectiva psicanalítica.

Recentemente, o relatório da UNICEF (2017) sobre a violência na vida de crianças e adolescentes, conferiu um tópico especial para a questão da violência na escola onde caracteriza a frequência e as principais ocorrências que esta população está exposta. O quantitativo revelado impressiona e é intensificado pelo retrato das ocorrências que contemplam castigos corporais, abuso sexual e homicídios como as principais formas de violência na escola. A expressividade dos indicadores sinaliza o estudo das concepções sobre violência no âmbito educacional como um caminho importante para compreensão dos processos simbólicos que ocorrem espaço escolar.

Portanto, a face típica da violência na escola ao redor do mundo, destacada pelo documento, mostra que 1 a cada 3 indivíduos escolares já experienciaram o bullying formando o contingente de 130 milhões. Do mesmo modo estão 17 milhões de estudantes que admitem que já intimidaram alguém no ambiente escolar. Além disso, existe uma população de 732 milhões, 1 a cada 2 estudantes, que reside em lugares onde os castigos físicos dentro da escola não é integralmente proibido. O que significa dizer que metade da população em idade escolar está exposta a violência permitida é oriunda do ambiente escolar. Nos últimos 25 anos foram registrados 59 tiroteios em 14 países, nos quais resultaram em pelo menos uma morte por episódio. Nesta situação a organização ressaltou que 3 a cada 4 episódios de tiroteios na escola ocorreram nos Estados Unidos, país que a constituição resguarda o direito do povo de manter e portar armas. Estes dados remetem a necessidade de considerar os fatores externos à escola que a posicionam em situações de vulnerabilidade.

No Brasil, através da lei nº 1.3431 de abril de 2017, foi criado um sistema de proteção integral a crianças e adolescentes vítimas ou testemunhas de violência que organiza  o sistema de garantias de direitos (SDG) como um mecanismo para prevenir e coibir a violência desta população. Nestes termos, corresponde com as normativas nacionais e internacionais vigentes que preconizam e estabelecem sobre a proteção integral, à condição peculiar de desenvolvimento e prioridade absoluta. À vista disso, a legislação dialoga com a perspectiva psicanalítica quando considera a atenção para a realidade inscrita na infância e na adolescência.

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