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RESENHA CRÍTICA DO LIVRO: “FRONTEIRA: A DEGRADAÇÃO DO OUTRO NOS CONFINS DO HUMANO”

Por:   •  10/10/2016  •  Resenha  •  971 Palavras (4 Páginas)  •  1.415 Visualizações

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RESENHA CRÍTICA DO LIVRO:

“FRONTEIRA: A DEGRADAÇÃO DO OUTRO NOS CONFINS DO HUMANO”

“Resultante dessa investigação compreende cerca de duas centenas de horas de entrevistas gravadas no Mato Grosso, no Pará, no Maranhão, em Goiás e em Rondônia”. (MARTINS, 2009, p. 14)

No livro “Fronteira: a degradação do Outro nos confins do humano”, MARTINS discorre sobre a problemática dos povos que viviam na Amazônia, e que sofreram com a dominação do homem civilizado, mostra também, como é a situação de fronteira, as guerras que constantemente eram travadas entre índios e homens brancos e os motivos que permeiam essas relações de conflito.

O livro encontra-se divido em quatro capítulos, logo na introdução ele faz uma prévia do rumo em que seu texto seguirá, de perspectiva sociológica, procura entender essa relação do outro na fronteira, histórica já que esse texto é resultado de várias pesquisas, ele por vezes contrasta situações que já acorreram com outras similares mais atuais, econômica, pois os conflitos travados entre brancos e indígenas tem origem na ambição do homem civilizado que queria tomar a terra desses povos. Na citação que segue, MARTINS explica o conceito de fronteira.

“A pesquisa que resultou neste livro nos revela que a fronteira de modo algum se reduz e se resume à fronteira geográfica. Ela é a fronteira de muitas e diferentes coisas: fronteira da civilização (demarcada pela barbárie que nela se oculta), fronteira espacial, fronteira de culturas e visões de mundo, fronteira de etnias, fronteira da história e da historicidade do homem. E, sobretudo, fronteira do humano. Nesse sentido, a fronteira tem um caráter litúrgico e sacrificial, porque nela o outro é degradado para, desse modo viabilizar a existência de quem o domina, subjuga e explora.” (MARTINS, 2009, p.11)

Todas essas diferenças contribuíram para dificultar ainda mais a situação. O primeiro capítulo ”A captura do outro: o rapto de mulheres e crianças nas fronteiras étnicas do Brasil”, é dedicado a questão dos raptos, que eram freqüentes naquela época, e era visto de forma diferente por cada povo. Para os tupis a ingestão do inimigo era um meio de se constituírem como pessoa, para os brancos era uma forma de enfraquecerem o adversário.

Quanto ao rapto de mulheres pelo homem branco, este não era executado pelo mesmo motivo, levando-se em conta de que estavam em uma guerra, esse episódio pode ser explicado pela escassez de mulheres. Os indígenas quando raptavam mulheres, embora isso não acontecesse com freqüência, era porque tinham algum interesse nela, como, por exemplo, casar-se com ela.

Um documentário que ilustra bem essa situação é o “Na trilha dos Uru Eu Wau Wau, que mostra o primeiro contato dessa tribo com o homem branco, inclusive tem o rapto de uma criança pelos indígenas, após esse primeiro conflito eles conviveram juntos por um tempo, o que causou uma grande redução da população indígena, pelo contato com as epidemias, tópico que também é abordado no livro.

No capítulo a “Reprodução do capital na frente pioneira e o renascimento da escravidão”, MARTINS mostra o renascimento das relações de escravidão na fronteira, algo que contribuiu para isso foram os programas desenvolvidos pelo governo, na época da ditadura, para a colonização das terras do norte, onde veiculavam pelos meios de comunicação do país lemas como “Integrar para não entregar”, as pessoas que se interessavam recebiam incentivos do governo para morar na região, que eles diziam ser desabitada.

Muito pelo contrário, encontrava-se habitada por povos indígenas, e muitos desses nunca haviam tido contato com o homem branco, estes sofreram uma redução de seus

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