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Resenha Critica : Existe um pensamento político brasileiro?

Por:   •  28/4/2018  •  Resenha  •  1.092 Palavras (5 Páginas)  •  1.216 Visualizações

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Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

Aluna: Yasmin Escaléa da Silva

Professor: José Paulo

Curso: ciência política

Disciplina: formação do Estado brasileiro

Trabalho: resenha crítica – autor: Raymundo Faoro

Texto apresentado: “Existe um pensamento político brasileiro?”

Raymundo Faoro foi um jurista, sociólogo, historiador, cientista político. Foi autor do livro “os donos do poder”, sua obra mais conhecida. Escreveu também um texto bastante utilizado chamado: “existe um pensamento político brasileiro?” Faoro foi de suma importância para compreender e entender o pensamento político brasileiro.

Raymundo Faoro defende que o Estado Brasileiro é um Estado patrimonialista, formado a partir da herança do patrimonialismo do império português, de acordo com um capitalismo politicamente orientado para atender aos interesses da classe dominante. Sociedade estamental, isto é, divididas em grupos caracterizados por questões políticas e sociais, com menos mobilidade que classes e mais mobilidade que custos. Faoro acreditava que os estados passaram de um estado patrimonialista para um estado moderno, com capitalismo moderno, pautado pelos direitos, mais democracia e a economia voltada para interesses da sociedade. Nesta concepção de Estado patrimonialista, Faoro coloca a propriedade individual sendo concebida pelo estado caracterizando uma “sobrepropriedade” da coroa sobre seus súditos, e também este estado sendo regido por um soberano e seus funcionários.

Em seu texto “existe um pensamento político brasileiro?”, Faoro inicia: “O pensamento político não é conversível à filosofia política, a ciência política ou a ideologia. Pode haver e frequentemente há - pensamento político – que não é ideologia e que não é ciência e filosofia politica. O pensamento político se expressa, quase sempre, em uma ou outra manifestação: como ideologia e como filosofia ou, ciência política. Ele tem, entretanto, autonomia. É o que se tentara demonstrar para o efeito de caracterizar-lhe a estrutura, na sua dimensão atuante e autônoma. (P:01)

Faoro tece críticas à visão liberal e marxista, que admitem a realidade histórica do estado patrimonial, mas partem do pressuposto que o fenômeno é transitório, tratando-o como um desvio. Adverte que o passado tem cursos próprios e as construções ao longo da história são obras dos homens e de acontecimentos que não são homogêneos.

A história do pensamento político brasileiro seria a arena das ideias, num confronto de paradigmas abstratos, vencendo uns no imperativo da sua coerência e energias internas. Seguir no território da ciência puta teoria, pertinência o modelo: o fato cientifico e a teoria não são categorias separáveis. (P: 05)

O pensamento político está dentro da experiência política, incorporado à ação, fixando-se em muitas abreviaturas, em corpos teóricos, em instituições e leis. A ideia, por essa via, faz-se atividade, não porque fruto da fantasia ou da imaginação, mas porque escolhida, adotada, incorporada a atividade política. (PGS: 05-06)

Dando título ao texto, as perguntas que Faoro fez envolvem suas preposições:  o pensamento político e o pensamento político brasileiro. Se há um pensamento político brasileiro, há um quadro cultural autônomo, moldado sobre uma realidade social capaz de gerá-lo ou de com ele se soldar.

A redução do pensamento político a filosofia política leva a desfigurar a política e a converter a história das ideias. Toda categoria social se perderia. Assim, o mundo soviético teria sua origem no Manifesto Comunista, depois de quase um século de maturação.

A ideologia, como ação desvinculada do compromisso com a verdade, é interessada unicamente na eficácia, e a ideologia, que organiza o consenso hegemônico na sociedade civil, reina no território da práxis. No outro extremo, a filosofia política reduz o pensamento político ao longo, em proposições cientificas ou filosóficas: a realidade seria o espelho da teoria. Ambas, a filosofia política e a ideologia sistematizam, formulam, estruturam a política. A política que não é filosofia, nem ciência, nem ideologia, que não se extrema na ação, nem se racionaliza na teoria, ocupa, na verdade, o espaço do que se chama pensamento político, não correntemente racionalizado em formulas. Os fins estão no resultado, naquilo que Weber qualificou de ética de responsabilidade, responsabilidade no sentido de resposta da ação, no intercambio de ações, posta em segundo plano a intencionalidade da conduta. Esse pensamento é o pensamento político em estado puro para efeito de definição teórica.         

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