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Resenha do livro Totem e Tabu de Sigmund Freud

Por:   •  16/6/2020  •  Trabalho acadêmico  •  1.052 Palavras (5 Páginas)  •  413 Visualizações

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Resenha do livro Totem e Tabu de Sigmund Freud

Totem e Tabu se trata de um livro no qual o psiquiatra Sigmund Freud traz uma contribuição à antropologia social, onde discorre sobre os elementos em comum existentes entre a teoria da psicanálise e a organização social das sociedades primitivas. Nesse estudo, o autor analisa a gênese dos símbolos sagrados e respeitados, os totens, e das proibições de origem incerta, os tabus, que são responsáveis por cercear as liberdades individuais e coletivas presentes em todas as sociedades, tanto nas mais antigas quanto nas modernas.

Nesse contexto, no primeiro capítulo “O horror ao incesto”, através de uma análise das tribos primitivas aborígenes da Austrália, o autor observa a existência de um sistema totêmico que estrutura e fundamenta as relações entre os membros daquele grupo. Nesse sistema, isento das instituições sociais ou religiosas tradicionais, as tribos operam sob a lógica do totemismo, onde se sub-dividem em grupos menores, denomina-dos clãs, cada qual organizado mediante um totem, representado através de seres ou de fenômenos da natureza que todos os membros do clã julgam sagrado, podendo ser animais, vegetais, ou a própria divinização representada. Trata-se, por-tanto, de um símbolo, cujo caráter de-termina um funcionamento ou uma classificação coletiva, de modo que todos os descendentes de um mesmo totem são considerados consanguíneos dentro de um parentesco totêmico.

Dentro desse sistema, as tribos estudadas pelo autor apresentariam co-mo característica comum a exogamia, ou seja, a proibição de relações sexuais e de casamento dentro de um mesmo clã totêmico. No entanto, Freud observa que essa proibição está fortemente ligada ao desejo de cometê-la. Nesse aspecto, ele caracteriza esse desejo como um reflexo do psiquismo neurótico infantil, no qual a primeira escolha de amor e desejo é fundamentada em objetos proibidos, de ordem incestuosa, mas, à medida que a criança cresce, há a libertação desses desejos. Nesse sentido, os povos primitivos construíram proibições e restrições na forma de tabus para evitarem a efetivação dos desejos incestuosos que existiam anteriormente.

No segundo capítulo “Tabu e ambivalência emocional”, Freud utiliza os conceitos de projeção e ambivalência emocional para discutir a relação exis-tente entre tabu e totemismo.

O autor apresenta o significado de tabu, que diverge entre algo de cará-ter sagrado e ao mesmo tempo misterioso e proibido. Para Freud, os povos primitivos tratavam o tabu como algo natural, sem levantar nenhum questionamento. Para eles, o tabu teria como objetivo os resguardar contra ações que representassem perigo ou ameaça e quando violados esperava-se que a penalidade pro-viesse automaticamente do poder divino ou em outros casos a própria sociedade encarregava-se de punir os transgressores. Nesse quesito, pontua-se que os primeiros sistemas penais humanos podem ser remontados ao conceito de tabu.

Nesse aspecto, Freud busca comprovar os determinantes psicológicos do tabu, observando que suas características permeiam também na neurose obsessiva. Um ponto destacado é o de concordância entre as proibições obsessivas presentes nos neuróticos e as que são presentes nos tabus, ambas igual-mente destituídas de motivo, sendo misteriosas em suas origens, forçosamente mantidas por um medo irresistível. Desse modo, não se faz necessária nenhuma ameaça externa de punição, pois há no indivíduo uma certeza interna, uma convicção moral, de que qualquer violação conduzirá à desgraça insuportável.

Nesse sentido, o autor conclui que as proibições do tabu devem ser compreendidas como consequências de uma ambivalência emocional, surgindo de relações humanas específicas em que um dos sentimentos opostos envolvidos seja inconsciente e mantido sob repressão pela dominação compulsiva do outro.

No terceiro capítulo “Animismo, magia e onipotência de pensamentos”, Freud discorre sobre o conceito de animismo, que representa uma concepção pertencente ao campo das ciências mentais. Segundo o autor, o animismo, em seu sentido mais estrito, é a doutrina de almas e, no mais amplo, a doutrina de seres

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