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Resenha do livro: Uma abordagem sociológica da família

Por:   •  18/6/2018  •  Resenha  •  1.040 Palavras (5 Páginas)  •  837 Visualizações

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BRUSCHINI, Cristina. Uma abordagem sociológica de família. Revista Brasileira de Estudos Populacionais, São Paulo, SP (Brasil): ABEP, v. 6, n. 1, p. 1-23, jan./jun. 1989.

Resenha do artigo: “Uma abordagem sociológica da família”.

Em seu artigo, “Uma abordagem sociológica da família”, a socióloga Cristina Bruschini tem como objetivo verificar o alcance e as limitações dos marcos conceituais a respeito da família, tanto no que se refere às possibilidades teóricas, quanto no que diz respeito às possibilidades de aprender empiricamente este grupo social. Para tanto, a autora divide seu texto em cinco tópicos: i) marcos teóricos acerca da família; ii) referenciais teóricos mais utilizados nas pesquisas sobre a família no Brasil; iii) alcances e limites da pesquisa sobre a família; iv) uma metodologia possível fundindo abordagens; v) estrutura familiar e vida cotidiana em São Paulo.

. No primeiro tópico, a autora busca ilustrar as diferentes perspectivas teóricas acerca da família ilustrando que, as reflexões sobre este objeto de estudo predominaram nos estudos dos teóricos funcionalistas, americanos e europeus, o que acabou se refletindo nos estudos dos sociólogos brasileiros. Nesta perspectiva, funcionalista, da qual Parsons pode ser considerado um grande expoente, predomina a visão de uma família nuclear composta por marido, mulher e filhos. Segundo a autora, na lente funcionalista a família é vista como um agente socializador primário e responsável por estabilizar e formar a personalidade adulta. Ainda nesta perspectiva, tal família nuclear moderna acentua o papel da mãe, visto que todos os membros adultos devem desempenhar funções papeis específicos e diferenciados, assimétricos e complementares, o que acaba por acentuar a divisão social e sexual do trabalho.

Por outro lado, Bruschini, ilustra que a literatura antropológica contesta a aparente naturalidade da família nuclear. Na perspectiva antropológica, a família é uma instituição que se apresenta diferente de acordo com os contextos sócio-históricos específicos.  As problemáticas mais abordadas nesta perspectiva, se referem as regras proibitivas de relações entre parentes de diferentes sociedades, o tabu do incesto, o casamento como instituição socialmente reconhecida, dentre outros. Assim, segundo a autora, os estudos antropológicos se voltaram para visualizar a família por dois aspectos complementares: o plano das construções ideológicas familiares e o papel da organização da vida social.

 .No tópico referente aos marcos teóricos sobre a família utilizados no Brasil, Bruschini, ilustra que ate a década de 70 a família não esteve presente nos debates da sociologia brasileira.  Até então, segundo a autora, a família era encontrada apenas em estudos de vertentes funcionalistas. Nesta fase, a preocupação central dos sociólogos brasileiros estava na analise das comunidades e das mudanças sociais, avaliando as divergências ou semelhanças entre os dados empíricos recolhidos e o modelo de família conjugal característico dos estudos industriais. Contudo, a autora ilustra que a família ao final dos anos 60 ganha destaque nos estudos feministas, que tiveram como foco a exclusão do trabalho feminino no contexto do capitalismo brasileiro. Nesta fase as abordagens teóricas estavam voltadas para o debate acerca da divisão sexual do trabalho e seu reflexo nos modos de vida das mulheres brasileiras.

Já no que se refere aos alcances e limites da pesquisa sobre a família no Brasil, a autora ilustra que, diferentes perspectivas teóricas se apropriam de formas diferentes de analisar a família. Os estudos históricos representavam a família como grupo conjugal coincidente com a unidade residencial. Este modelo foi utilizado pelos Censos Demográficos que, sustentados por uma perspectiva funcionalista, levantaram inúmeros dados empíricos para o estudo na família no Brasil, porém, falharam ao se focar apenas no domicilio e se esquecer da rede de parentesco. Segundo a autora, por outro lado, a perspectiva antropológica, ao se utilizar de uma metodologia qualitativa como a observação participante, as entrevistas dentre outros, se aproxima do objeto de estudo e lhe dá mais subsídios interpretativos.

No tópico referente a uma metodologia possível, a autora busca fundir abordagens quantitativas como as do censo demográfico com as metodologias qualitativas da antropologia.  A autora traz como exemplo, o percurso metodológico adotado por ela na realização da pesquisa: “Estrutura familiar e vida cotidiana na cidade de São Paulo” para ilustrar o potencial existente na pesquisa quali-quanti.  Para tanto a autora realiza sua pesquisa em duas etapas complementares. Primeiramente ela se utiliza de dados sócio-demográficos das unidades domésticas e sobre a participação de seus membros em atividades produtivas. Estes dados foram coletados através do questionário do DIEESE que tem por definição de família: grupos de indivíduos que tem em comum lações de parentesco e domicilio. Em seguida, Bruschini, realiza visitas para a realização de entrevistas, observação e análise do discurso sobre temas como, orçamento familiar, trabalho doméstico, relacionamento conjugal, diálogo entre pais e filhos, projetos de vida dentre outros.

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