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Resumo Freud Segundo Virgínia Fontes

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Por:   •  2/6/2014  •  648 Palavras (3 Páginas)  •  451 Visualizações

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Sobre “Freud, conflito, contradição e história – Elementos para uma discussão sobre a historicidade”, de Virgínia Fontes

O recorte do texto é a categoria de conflito na psicanálise, seu papel e seu alcance. Esforço do texto no sentido de se fazer uma reflexão histórica a partir da teoria freudiana. Outros autores já o fizeram, como Elias, ao retraçar sociológica e historicamente a construção social do super-ego. Segundo Fontes, a teoria de Freud permite “estabelecer um princípio de historicidade radical”, uma vez que os indivíduos seriam constituídos pelo conflito. A autora quer explorar o vislumbre de uma perspectiva de futuro que a psicanálise deixa em aberto.

Freud analisa que o conflito intra-psíquico tem conteúdos de dois tipos, um originado no Id, inacessível e tensionador permanente, e outro, segundo Virgínia Fontes, “aberto ao processo histórico e à singularização”. Trata-se de estrutura e processo ao mesmo tempo, uma vez que toda estrutura psíquica está composta por ambos.

Partindo dessa premissa, o texto como objetivo explorar a teoria de Freud a partir de uma interrogação sobre a historicidade. Uma perspectiva unilateral poderia nos levar a pensar apenas uma natureza humana constantemente insatisfeita (tensões entre Id, Ego e Super-ego), caindo na máxima hobbesiana de “homem lobo do homem”. O conflito do homem hobbesiano é externo a ele, surge de seu contato com outros homens (o que supõe uma natureza humana isolada), diferentemente do conflito para Freud, constitutivo dos indivíduos, permanente e passível de modificações. Ou seja, a psicanálise não se limita a admitir a existência do conflito e ajudar os indivíduos a acomodarem-se a este, como se se tratasse de uma barreira intransponível, mas permite subverter as condições psíquicas tidas como imutáveis e aceitar que as tensões nunca cessarão. Este movimento intra-psiquíco, portanto, permite transformações. É nessa “brecha” que a autora vislumbra uma abertura para se falar em produção histórica dos indivívudos. O conflito permanente entre realidade e desejo possibilita ampliar os contornos dos prazeres possíveis, o que não significa o fim dos conflitos, mas a superação parcial de alguns e o surgimento de outros novos. Ainda, uma fusão “completa” e o fim do Ego seria impossível, porque não se pode prever um fim absoluto dos conflitos, o que, para a autora, demonstra que tampouco pode haver fim da historia.

Se há uma estrutura dos conflitos por um lado, e é impossível fugir desta, o conteúdo desses conflitos é variado. Mas essa diferença e variação dos conflitos não é só por conta de uma “singularidade” de cada indivíduo (inclusive Freud mostra isso ao apontar “tipologias” dos chamados “arranjos psíquicos”). Em sua obra, Freud apontou para a possibilidade de permanência de certos “tipos” de conflito, não obstante as mudanças entre gerações e períodos históricos.

Mas, Virgínia Fontes quer se debruçar sobre aquilo que considerou uma área “obscura” para pensar o desenvolvimento da estrutura psíquica: a possibilidade da historicidade na estrutura da psique. O Super-ego perpetua sua função de manter formas arcaicas de coerção, tais como o tabu do incesto, ao mesmo tempo em que as repressões e coerções se transformam ao longo da história de acordo com a produção de

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