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Socio historico

Por:   •  28/11/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.055 Palavras (5 Páginas)  •  313 Visualizações

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O significado sócio-histórico da profissão de Maria Carmelita Yazbek apresenta alguns elementos para a compreensão das particularidades históricas do processo de institucionalização e legitimação do Serviço Social na sociedade brasileira, a partir da reconstrução teórica do significado social da profissão na sociedade capitalista. Dois ângulos indissociáveis e interdependentes de apreender o significado sócio-histórico da profissão como realidade vivida e representada na e pela consciência de seus agentes profissionais e que se expressa pelo discurso teórico e ideológico sobre o exercício profissional; como atividade socialmente determinada pelas circunstâncias sociais objetivas que imprimem certa direção social ao exercício profissional, que independem de sua vontade e ou da consciência de seus agentes individuais. 

 A compreensão desses dois aspectos permite- nos apreender as implicações políticas do exercício profissional que se desenvolve no contexto de relações entre classes, em que a prática profissional do Serviço Social polariza- se pelos interesses de classes sociais. 

 As particularidades desse processo no Brasil evidenciam que o Serviço Social se institucionaliza e se legitima profissionalmente como um dos recursos mobilizados pelo Estado e pelo empresariado, com o suporte da Igreja Católica, na perspectiva do enfrentamento e regulação da Questão Social, a partir dos anos 30. 

 Em 1932, é criado o Centro de Estudos e Ação Social (CEAS), entidade que seria fundadora e mantenedora da primeira Escola de Serviço Social do país. Tinha como objetivos: difundir a doutrina e a ação social da Igreja. Essa orientação ocorre em um momento em que a Igreja, como força social, mobiliza o laicato a partir das diretrizes da Rerum Novarum (1891) e do Quadragésimo Anno (1931) encíclicas papais que assumiam um posicionamento antiliberal e antissocialista. 

 A questão social é vista a partir do pensamento social da Igreja, como questão moral, como um conjunto de problemas sob a responsabilidade individual dos sujeitos. Os referenciais orientadores desse pensamento e de sua ação são tomismo e o neotomismo. As exigências da reprodução social da vida de crescentes parcelas de trabalhadores empobrecidos explicitam-se em demandas por bens e serviços, pressionam o Estado por uma ação assistencial; Pela criação e desenvolvimento de instituições assistenciais estatais particularmente na década de 1940, o Estado passa a intervir no processo de reprodução das relações sociais, assumindo o papel de regulador e fiador dessas relações. Estado brasileiro, ao incorporar parte das reivindicações dos trabalhadores, com criação de leis sindicais, sociais e trabalhistas, amplia o mercado de trabalho ao Serviço Social, inserindo-o em grandes instituições assistenciais. 

Como as políticas são concebidas setorialmente como se o social fosse a simples somatória de setores da vida, sem articulação, numa apreensão parcializada da realidade social. Consequentemente, as ações profissionais acabam por se fragmentar, assumindo um caráter pontual e localizado. Embora o Serviço Social tenha sido regulamentado como profissão liberal no Brasil, o assistente social não tem se configurado como profissional autônomo no exercício de suas atividades, mas dispõe de relativa autonomia e de algumas características que estão presentes nas profissões liberais como a singularidade que pode estabelecer na relação com seus usuários.  O Serviço Social se insere no interior dos equipamentos sócio assistenciais existentes, desenvolvendo uma atuação caracterizada: 1° - pelo atendimento de demandas e necessidades sociais de seus usuários, podendo produzir resultados concretos.

 2° - por uma ação socioeducativa para com as classes subalternas, interfere em seus comportamentos e valores. o assistente social é reconhecido como o profissional da ajuda, do auxílio, da assistência, da gestão de serviços sociais, desenvolvendo uma ação pedagógica, distribuindo recursos materiais, atestando carências, realizando triagens, conferindo méritos, orientando e esclarecendo a população quanto a seus direitos, aos serviços, aos benefícios disponíveis, administrando recursos institucionais. Os fundamentos históricos e teórico metodológicos do Serviço Social brasileiro na contemporaneidade Maria Carmelita Yazbek, o texto coloca em questão os fundamentos históricos e teórico-metodológicos do Serviço Social brasileiro na contemporaneidade, particularizando as décadas de 80, 90 e os primeiros anos do século XXI. O ponto de partida consiste, pois, da análise do processo de incorporação pela profissão: de ideias e conteúdos doutrinários do pensamento social da Igreja Católica, em seu processo de institucionalização no Brasil; das principais matrizes teórico-metodológicas acerca do conhecimento do social na sociedade burguesa. O conservadorismo católico que caracterizou os anos iniciais do Serviço Social brasileiro começa, especialmente a partir dos anos 40, a ser técnico ao entrar em contato com o Serviço Social norte americano e suas propostas de trabalho permeado pelo caráter conservador da teoria social positivista.  Este processo, que vai constituir o que Iamamoto (1992, p. 21) denomina de "arranjo teórico doutrinário", caracterizado pela junção do discurso humanista cristão com o suporte técnico-científico de inspiração na teoria social positivista. 

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