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A ANÁLISE CISADÃO KANE

Por:   •  17/7/2020  •  Resenha  •  1.374 Palavras (6 Páginas)  •  273 Visualizações

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ANÁLISE DA DIREÇÃO E SUA ATUAÇÃO DENTRO DAS VERTENTES

DE FUNÇÕES DA PRODUÇÃO CINEMATOGRÁFICA

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Filme a ser analisado:

Cidadão Kane - 1956 (reestreia)

Direção: Orson Welles

Cidadão Kane é um filme que se tornou um marco no cinema. Em sua primeira estréia ele teve pouco valor, por conta das pessoas não estarem prontas para compreenderem sua importância. Depois, ele faz sua reestreia em 1956, onde é de fato revisto e consagrado na história do cinema, sendo indicado ao Oscar e ganhando o prêmio de melhor roteiro.

O longa marca a época principalmente por suas inovações em técnicas narrativas e enquadramentos diferenciados. A partir daqui, busco apontar diversos pontos relacionados às características do filme que acredito terem sido bons resultados propostas pelo diretor e bem executadas pela parceria que o mesmo teve com sua equipe.

Roteiro e construção narrativa:

O enredo dessa história se constrói a partir da tentativa e busca de um jornalista pela verdade, assim esforçando-se para descobrir o significado da palavra ROSEBUD, a última palavra que sai da boca do personagem principal, Kane. Este tem sua história acompanhada pelo espectador de forma não linear, e contada pela perspectiva de diversas outras personagens.

Kane é um personagem que torna-se a personificação da busca pelo poder e o sonho americano. Porém, ao atingi-lo, seu destino contrapõe-se com a perda da inocência e da alma do menino do trenó que ele foi no passado. A partir disso, podemos indicar o trabalho do diretor em relação aos personagens e suas características psicológicas que contribuem para a reconstrução da história do personagem principal.

Todos possuem uma certa importância, principalmente aqueles que contam e fazem parte da história de Kane. O diretor trabalha o conhecimento de vida de Kane a partir da fala e lembrança de outros. E aí, inicia-se o uso do flashback. Por conta da narrativa não ser linear, e sim, construída por fatos relatados por diferentes perspectivas sem a necessidade de um narrador fixo, o filme enfatiza a idéia de uma trama investigativa e é recebido com um ar de grande diferenciação a coisas feitas nesta época.

Direção de Arte - Figurino, Maquiagem e Cenografia:

A partir dos personagens para além, podemos enfatizar a direção de arte do filme. Os figurinos e maquiagem desse filme são muito bem planejados para demonstrar grande passagem de tempo para os personagens, a ponto de tornar o espectador duvidoso sobre ser o mesmo ator.

Já a cenografia em diversos momentos traz de forma característica uma arquitetura que é megalomaníaca, trazendo de forma palpável a idéia do mundo que o personagem Kane busca alcançar em sua trajetória, o enorme sonho que ele alimenta e a montanha a qual ele se dispõem a escalar e explorar. Grandes planos gerais, locais enormes como o grande castelo Xanadu e até mesmo sua enorme foto atrás de si durante o discurso político torna-se referência como o personagem se vê ou quer ser visto pelos outros, ou seja, com grande destaque.

Fotografia e Iluminação:

Em seu filme, Orson Welles busca na encenação dos personagens e na captação das imagens algo que na época era uma mistura entre técnicas de cinema clássico e analítico.

O cinema clássico vem da lógica próxima ao teatro, onde o enredo e as atuações se desenvolvem em diversos espaços, mais quase sempre visto de forma frontal, em um plano geral, além da atuação necessita ser mais expressiva.

Já o cinema analítico tras consigo o trabalho com variedade de planos, para demonstrar os sentimentos dos personagens de forma mais próxima, os detalhes de objetos importantes para a narrativa.

Nesse filme, Orson Welles inova porque resolveu trazer de forma experimental um misto de ambos, tendo um resultado excelente que tornou-se referência para o futuro do cinema.

A partir disso, temos mais um elemento que diferencia sua direção de todas as outras: a escolha do uso da grande profundidade de campo. As ações ao longo das cenas se fazem em primeiro e segundo plano, tanto de forma rasa com elementos desfocados ao fundo, quanto grande profundidade com elementos de dois ou mais planos, todos muito bem focados.

Os planos também são longos, com poucos cortes. Assim, os acontecimentos são vistos simultaneamente na cena. Como por exemplo, a cena em que Kane brinca na neve, e paralelamente sua mãe assina documentos para mandá-lo para a adoção.

O uso desse tipo de profundidade de campo faz com que o expectador se depare com diversos acontecimentos na cena, e ele acaba tendo a liberdade de escolher para onde olhar, o que notar, sem o direcionamento do diretor a partir do corte e mudança de planos. Isso faz com que o espectador faça a varredura na cena da maneira com que achar melhor, prestando atenção entre um ou outro, gerando diferentes leituras, convidando-os a uma posição mais ativa durante o filme.

Por exemplo, nessa cena citada acima, podemos olhar tanto para o menino que brinca na neve, completamente inerte ao que se passa dentro da casa. E também podemos olhar a mãe assinando,

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