A Olympia Análise

Centro Universitário UNA Rodrigo Batista Lima

Produção Áudio-Visual Professora: Tatiana Relatório: Olympia – Leni Riefenstahl (1938) Regimes trabalhados por Rancière

Belo Horizonte 2019/ 2

Obra que retrata em forma de documentário, os Jogos Olímpicos de Berlim, ocorridos em 1936, em pleno regime nazista. Este evento promovido por Hitler foi uma intensa mobilização, a fim de propagar uma imagem harmoniosa da nação Alemã, além de demonstrar a superioridade física da raça, em detrimento às demais.

Leni Rienfenstahl busca, por meio de imagens das ruínas, estátuas gregas e do Pathernon trazer ao público a grandeza e relevância da perfeição e força do corpo.

Gradualmente a estátua do lançador de discos ganha vida e exalta a definição do corpo, enquanto mostra o transportador da Tocha Olímpica partindo em direção à Alemanha, trocando-a com outros atletas de diferentes nações e ligando-as, desde a Grécia Antiga, até o 3º Reich e a associa diretamente ao berço das olimpíadas.

O regime ético é demonstrado pela exaltação das estátuas, como formas de perfeição que mais tarde, ainda no início do filme se converte num atleta de lançamento de disco.

O regime poético ou representativo é notado pela transição da Tocha Olímpica que, através de várias nacionalidades passa de atleta a atleta, a fim de ligar o berço dos esportes olímpicos, à Alemanha Nazista, um anfitrião “harmonioso”.

O regime estético mostra ideais de corpo e beleza únicos, reforçados pela característica física do alemão que transfere o fogo olímpico à Pira.

Uma obra completa em vários aspectos e capaz de fazer pensar, enaltecer alguém pelo viés político, como citado por Jacques Rancière: “A política é imaginação”, Adolf Hitler, cuja relação com Riefenstahl permitiu que recursos nunca antes utilizados, em função dos resultados esperados nos jogos olímpicos, fossem e servissem ao ideal de mostrar a todos a supremacia ariana.

Em análise simples, podemos notar que Ética e Estética não se separam neste filme, se considerarmos que o intuito de sua produção era exaltar a política nazista e a perfeição ariana, em função da relação de Riefenstahl e Hitler.