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Daft Punk - A Moda na Música

Por:   •  19/5/2018  •  Artigo  •  2.168 Palavras (9 Páginas)  •  181 Visualizações

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Daft Punk: a moda na música

Carolina Torres, José David Barbosa e Ygor Cândido

Alunos de Comunicação Social, pela Universidade Veiga de Almeida

Artigo elaborado para fins de avaliação da disciplina Moda e Cultura Contemporânea

Professora Márcia Mesquita

Resumo: O presente artigo destina-se ao aprofundamento da questão da influência da música sobre a moda. Como objeto de estudo, estaremos utilizando o duo de EDM (Electronic Dance Music), Daft Punk. Para isso, estaremos observando as manifestações sociais presentes no cenário musical e, principalmente no cenário que o duo estava inserido, desde o início de sua carreira, até o presente momento, onde foram responsáveis por trazer à tona um movimento “retrô”, tanto da música quanto da moda. Com isso, estaremos conceituando ambos os cenários e trazendo as razões e semelhanças acerca do tema.

Palavras-chave: Daft Punk; Moda; Música.

1. Introdução

O objeto de estudo desse artigo tem seu início em 1987, quando os ainda bem jovens, Thomas Bangalter (nascido em 1975) e Guy-Manuel de Homem Christo (nascido em 1974) se conhecem, em um parque de Paris.

Já vindo do cenário musical desde muito cedo, Thomas, filho de Daniel Bangalter, que utilizava o nome de Daniel Vangarde, foi um compositor e produtor musical nos anos 70. Daniel foi conhecido por suas produções de funk, disco e eletro.

Em 1992, Thomas e Guy-Manuel se juntam a um grupo de amigos e formam um pequeno grupo de rock, chamado de Darlin’. Em sua faixa de estreia, o grupo vende o total de 1.500 cópias, mas ainda recebendo um bom apoio da imprensa britânica, que os declara como uma banda “daft punky”, ou seja, “alguns punks loucos”. A referência viria a ser mais tarde utilizada como nome do próprio duo. Em 1997, o duo lança o seu primeiro álbum, o Homework, que atinge fama internacional, levando o grupo para fora do cenário underground da França.

Com o passar dos anos, a indústria musical mudou, junto com o duo, alcançando status e fama internacionais. O ápice dessa carreira foi em 2013, onde todo um novo ciclo estava se iniciando, onde o mundo da moda e da música andavam bem próximos.

Nos próximos capítulos, estaremos abordando de uma forma mais aprofundada os anos seguintes e o que caracteriza as “eras” e, principalmente, a influência da moda da época no duo.

2. Moda, música e tecnologia

2.1. O início de um duo em uma revolução tecnológica

Diversas tendências foram iniciadas nos anos 90, uma delas, o crescimento desenfreado de produtos, marcas, músicas e demais coisas que buscavam exaltar esse momento em que o mundo passava por uma transformação tecnológica. Foi uma época em que a propagação de informação estava em um nível nunca antes visto, foi um momento em que os computadores já estavam começando a se mostrar presentes nos lares e empresas. Como mostram Lipovetsky e Serroy (2015 p. 225) no trecho “É no decorrer dos anos 1980-90 que os microcomputadores começam a se difundir, pondo ao alcance de um público mais amplo a potência dos grandes sistemas de informática. Multiplicam-se os softwares que que permitem transpor uma ideia de objeto”, esse é o ponto de partida de tal revolução, e também o ponto de partida do duo que utilizamos no presente artigo.

Seguindo esse pensamento, chegamos em 1997, com a origem do duo, quando a França possuía um forte cenário underground musical. Dentro desse cenário, surgem Thomas Bangalter e Guy-Manuel de Homem Christo, que trazem uma “nova cara” para esse meio musical. Com influências das décadas anteriores, o duo lança seu primeiro álbum Homework nesse mesmo ano. Bangalter, sempre fascinado com esse momento da tecnologia e ainda mais com a aproximação da hipótese do “bug do milênio”, utiliza tal artifício para criar os “robôs”.

Figura 2.1. – Capacetes utilizados a partir dos anos 2000.

2.2. A manutenção da própria identidade

A partir do início da produção do segundo álbum, intitulado de Discovery podemos observar o início do que é a manipulação da própria identidade sob o caráter da moda. Como evidenciado por Freire “A moda é um fenômeno peculiar aos seres marcados pela linguagem, representa as atitudes que o sujeito adota, seja na escolha de uma peça do vestuário ou na preferência de determinado estilo musical. A moda cria uma identidade mutável, simplesmente por pregar posições que o sujeito deve ou não adotar” (2011, p. 4), isso é mostrado como uma mudança de paradigma entre humano e robô, e foi uma forma de criar uma relação entre o estilo musical adotado, com equipamentos eletrônicos. Foi a forma escolhida para extravasar um tipo de criatividade e que essa criatividade continuasse a render perpetuamente, indefinidamente da aparência humana dos seus criadores. A ideia central em utilizar capacetes em apresentações públicas, segundo os mesmos, é mostrar que a música precisa ser entendida como uma forma de expressão, independentemente da aparência apresentada. Mas, criando uma quebra desse tipo de padrão não estaríamos criando um novo padrão que enxerga tudo que se encaixa no padrão antes visto como uma forma de falta de criatividade e falta de personalidade? Romper um paradigma não cria outro?

Moda é um poderoso meio de expressão, reflexão e apropriação dos sentidos. É um sistema amplo que envolve fatores econômicos, sociais, culturais e ajuda na construção da nossa identidade através dos inúmeros códigos simbólicos aos quais disponibiliza. (FREIRE, 2011, p.4)

Apesar disso, querendo ou não, a moda é o principal meio de abordar uma caracterização da cultura pop, é a principal fonte para se destacar em meio ao massivo conteúdo midiático do século XXI. Ao criarem a sua própria identidade, os Daft Punk também criam um novo paradigma que foi seguido adiante com outros duos que surgiram posteriormente, como o Justice e o Disclosure, ambos criando sua própria identidade baseando-se em sua postura musical. Segundo Freire: “Os movimentos que criam estilos musicais geralmente são ditados e difundidos pela juventude. E é aí que a música se une à moda, mesclando símbolos e criando códigos de identificação. A escolha de determinada moda ou música funciona

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