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O dia que durou 21 anos

Por:   •  27/1/2017  •  Resenha  •  629 Palavras (3 Páginas)  •  387 Visualizações

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TAVARES, Camilo. O Dia que Durou 21 anos. Brasil. 2012.

Renato Nunes do Nascimento

1º período de Jornalismo. Universidade Federal de Alagoas.

Fundamentos e Teorias do Jornalismo. Prof. Ruy Matos E Ferreira

O Dia que Durou 21 anos mostra a influência dos Estados Unidos no Golpe Militar de 1964. O documentário expõe arquivos secretos da CIA; correspondências e gravações telefônicas entre o embaixador norte-americano no Brasil, Lincoln Gordon e os presidentes dos EUA John Kennedy e Lyndon Johnson que tratavam da possibilidade de retirar do poder o presidente João Goulart (Jango) que representava uma ameaça para os planos de desenvolvimento da economia estadunidense no Brasil.

João Goulart, por causa das suas Reformas de Base, era tratado como comunista pela oposição. Esse cenário deu margem para a criação da campanha anticomunista financiada pelos EUA para tirar Jango do poder. A campanha estava diuturnamente em evidência na tentativa de convencer a classe média de que o governo não estava em boas mãos. Incentivava-se uma comoção geral para queda do presidente e ascensão do Marechal Castelo Branco, militar apoiado pelos americanos.

A crise política e as tensões sociais aumentavam, até que Jango refugiou-se no Uruguai e, em 1 de abril de 1964, as tropas de Minas Gerais tomaram o poder em Brasília. Instalou-se então uma Ditadura Militar que duraria 21 anos. O longa põe em evidência a decisiva participação dos Estados Unidos no planejamento e execução do Golpe Militar.

Diante das políticas defendidas por Jango que prometiam mudanças radicais na estrutura agrária, econômica e educacional dos pais, os EUA sentiram seus interesses ameaçados, pois queriam que o Brasil adotasse o modelo de desenvolvimento das empresas estadunidenses. A partir disso, iniciou-se uma conspiração para que Jango deixasse a presidência e os militares assumissem. Militares e parlamentares foram corrompidos e, chegando ao poder, dirigiriam o país atendendo as expectativas dos EUA. Nesse sentido, foram criadas diversas campanhas para influenciar a classe média a voltar-se contra o governo.

Institutos como o IPES-IBAD foram financiados pelo governo estadunidense para a pesquisa de trabalhos que deram suporte ideológico à campanha anticomunista. A confiança conquistada por esses institutos resultou em um pensamento raso para consumo das massas menos cultas. Essas massas creditaram que o Brasil estaria sujeito ao socialismo se continuasse nas mãos de Jango e que o poder estaria melhor empregado nas mãos do Marechal Castelo Branco.

Diante da forte ação da oposição, Jango viaja para sua fazenda no Rio Grande do Sul e boatos são espalhados de que ele havia renunciado à presidência. Aproveitando-se do momento, mobilizam-se tropas mineiras para depor o presidente e em 01 de abril de 1964 os militares tomam o poder. Tudo isso aconteceu sob observação do governo dos EUA que posicionaram uma força naval no litoral brasileiro e estavam prontos para uma invasão, caso houvesse resistência ao golpe. A primeira medida de Castelo Branco ao assumir o poder foi abrir as portas para a implantação da economia americana no Brasil.

Nesse contexto, os Estados Unidos foram o principal agente manipulador durante o planejamento do Golpe e como principal beneficiado com a instalação do governo militar. A conspiração girou em torno dos interesses estadunidenses no Brasil e além de apoiar a campanha contra Jango, os EUA também espionaram de perto todos os passos de Jango com agentes infiltrados no governo mantendo contato direto com Washington.

Com a Ditadura já instalada, os militares começam a praticar abusos como as prisões arbitrárias e a prática da tortura. Ao ser informado em uma das gravações, o governo norte-americano se manifesta da seguinte forma: “algumas pessoas têm que ser presas mesmo”. O que o governo de Washington não podia prever é que sua ação arquitetada com vistas em seu desenvolvimento econômico, resultaria em uma das maiores manchas da história brasileira, pois, com o decorrer dos anos, os militares foram responsáveis por atrocidades contra pessoas inocentes.

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