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O DIA QUE DUROU 21 ANOS

Por:   •  9/5/2021  •  Trabalho acadêmico  •  492 Palavras (2 Páginas)  •  170 Visualizações

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AED - Relatório do Filme "O Dia Que Durou 21 Anos"

“Propague a sua verdade de maneira racional e bem orientada”. Essa fala está nos 18m05s do filme-documentário “O Dia que durou vinte e um anos” (2013), produção audiovisual brasileira, com direção de Camillo Tavares, que analisa a rede sistematizada pelos EUA para derrubar o governo de João Goulart, derivando no golpe que iniciou na madrugada de 31 de março de 1964. A frase apontada no início desse texto sustenta o propósito do regime imposto naquela época, que era de generalizar a opinião pública contra o governo brasileiro e, assim, desestabilizar e derrubar a frente esquerda no maior país da América Latina.

Conforme PLEKANOV (p. 23, 2000), “Uma vez que é a opinião quem governa o mundo, é evidente que ela é a causa fundamental, a causa mais profunda do movimento histórico”. Assim, consideremos que o aparelho midiático é articulado para arrebanhar a massa, através de discursos que firmam o apoio ao sistema, legitimando às ordens que são ditadas. No filme, observamos que esse expediente é adotado pelo governo dos EUA, estremecido pela ascensão do comunismo em Cuba, bem como o temor das lutas sociais vislumbradas no Brasil daquele período, especialmente de grupos formados nas comunidades do campo.

O documentário recupera o momento de tensão da Guerra Fria vivido pelo mundo, quando, tendo em vista as ações do presidente democrata John Kennedy, os Estado Unidos começaram a arquitetar o golpe para derrubar o governo de João Goulart. Sabemos que o cenário mundial do período era constituído por feitos que sinalizavam as revoluções daquele período, além de Cuba, havia também a China. A narrativa, através dos documentos e relatos, revela os fatos de maneira minuciosa e objetiva, bem como afirma o apoio popular concebido pela “opinião” do poder administrativo constituído, que reforça os movimentos pró-golpe.

Consideremos que, mesmo contando com apoio de segmentos de força popular da esquerda, a intervenção que agregou os militares, importantes setores da sociedade, grande parte do empresariado, da imprensa, dos latifundiários, da igreja católica e de vários governadores de estados, sedimentou o golpe e consolidou o poder dos EUA sobre a política brasileira, bem como afirmou o militarismo através do Ato Institucional nº 5 e atingiu severamente os direitos de milhares de civis.

Concluímos que a ditadura militar governou praticamente até os anos de 1980, configurando os generais Castelo Branco, Costa e Silva, Médici, João Figueiredo como personagens históricos na linha presidencial do Brasil. As consequências deste período da ditadura, seus meandros políticos e ideológicos são expostos nesse registro audiovisual. Mortes, torturas, assassinatos, violação de direitos democráticos e prisões arbitrárias fazem parte desse período dramático da história. O documentário registra a arquitetura, a ascensão e o movimento desse período, abrindo a oportunidade de reflexão sobre o passado e como essas ações ainda reverberam nos dias atuais, reforçando a “opinião” como elemento vital do poder constituído.

Referência

PLEKANOV, Guiorgui V. O papel do indivíduo na história. São Paulo: Expressão Popular, 2000, 160 p.

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