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RESENHA DE “O DIA QUE DUROU 21 ANOS”

Por:   •  29/9/2022  •  Bibliografia  •  645 Palavras (3 Páginas)  •  185 Visualizações

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RESENHA DE “O DIA QUE DUROU 21 ANOS”, documentário dirigido por Camilo Galli Tavares“Aqueles que não amam a revolução, pelo menos devem temê-la”Essa é a primeira frase, retirada de áudios reais, que é escutada logo na introdução dofilme “O Dia que Durou 21 Anos”. Tal frase não apenas provoca o incômodo ao sepensar nas atrocidades do passado, como também nos dirige ao que está por vir nodocumentário. Mais ainda, no atual cenário político, causa o incômodo da incerteza, aânsia por entender o que será mostrado em vídeo e relacionar diretamente ao queocorre em Brasília (e consequentemente em todo o Brasil) em 2016.Logo de início também é curioso observar a montagem visual, o design dodocumentário, que não muito se assemelha aos documentários de história natural quecomumente são passados em atividades pedagógicas, mas sim, aos programas policiaisde investigação, aos documentários envolvendo assassinatos, mistério, suspense, e éisso que aquele que assiste está por ver: não um mero relato didático, mas sim aconfissão forçada, o julgamento implícito da era obscura que assassinou parte dahistória brasileira.Dividida em 3 partes, a produção se baseia com firmeza nas provas de que o golpemilitar vivido teve sua forte influência dos desejos norte americanos sobre a políticainterna do país. Foi com a ajuda política dos estados Unidos que parte da populaçãobrasileira foi convencida sobre a legitimidade da ação dos militares com o argumentode que João Goulart seria de extrema esquerda, e supostamente implantaria aideologia comunista no país.Pelo contrário, apesar de seu formato de programa investigativo, o filme não mais fazdo que apresentar fatos: reproduções de áudio, vídeo e depoimentos reais do que foivivenciado nas décadas de golpe militar do brasil. É um documentário fortementehistórico, sem qualquer cunho partidário.São relatados através de provas concretas –muitas delas inéditas, a maior parte de fatoinédita ao grande público- o começo da conspiração, a aplicação do golpe (inclusive,chamado por “revolução” em relatos mostrados sob o ponto de vista militar), todas asmudanças e reformas feitas após a tomada do poder pela força militar, o esforço dacensura sobre as noticias e a implantação de notícias falsas para a ilusão da populaçãoem busca de conseguir apoio, a já antes citada presença da inteligência americana na

política interna brasileira, a compra de deputados, a posse de Castelo Branco seguidode Costa e Silva, e os já bem conhecidos atos institucionais decretados durante todo oforte período de repressão. Apesar do que possa parecer em um primeiro momento, o documentário em nenhummomento assume um lugar de fala pendente para determinada ideologia política ousocial, mantendo-se o mais imparcial que possa ser um meio de reprodução de mídiaconstituída por homens pensantes (e consequentemente, ideológicos). É imperceptívela pendência dos fatos para quaisquer lados políticos, ainda que certos pontos de vistamais amenos sobre o período obscuro da história possam gerar revolta por parte dequem assiste. Tal discurso, assim como todo o resto do filme, é quase uma representação em temporeal do que vivemos com o atual governo provisório de Temer, incluindo osargumentos, as injustiças, as ilusões. Mais do que nunca, o documentário

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