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Os desafios da Comunicação como Ciência

Por:   •  28/3/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.310 Palavras (6 Páginas)  •  304 Visualizações

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Comunicação como Ciência

A Comunicação:

A comunicação é um processo antigo e indissociável da ação humana. Não se sabe ao certo quando, como e porque o homem começou a falar, mas a utilização da linguagem verbal, idiomática, transformou seus sinais unívocos em multissêmicos, diferenciando-o assim dos outros animais, garantindo a ele através da transmissão de conhecimento uma mente poderosa.

Com a utilização da linguagem verbal como forma de comunicação, estabelece-se assim o império da “comunicação cultural – que é o intercâmbio de signos representativos de símbolos mentais entre dois pólos de uma estrutura relacional: um transmissor e um receptor, ou seja, o conhecimento (logos) a dois. (BELTÃO, 1982, p. 56)”. Quando utilizada de modo verbal, portanto, a comunicação torna-se parte do comportamento humano, de grande relevância, torna-se a essência do homem, o templo onde habita a linguagem e sociabilidade. Um ato sistematizado, que possui um conjunto de procedimentos, ideias, modalidades, e sentimentos essenciais à convivência e aperfeiçoamento da raça humana e das instituições que compõem as sociedades.

Pela ciência só foi percebida nos idos da Idade Moderna quando se identificou que:

1) Quando alguém fala, outro escuta;

2) Esse outro reage e executa um efeito condizente com que ouviu.

Esse processo que até então não havia sido percebido por se tratar de uma prática espontânea e peculiar, após ser estudado e entendido, passa a definir a comunicação como uma ciência social, histórica e complexa, como um sistema de intercâmbio, circunscrita num processo cultural.

O processo e meios de comunicação:

Identificando-se que a comunicação se dava através de um processo, começou-se a estudá-la mais profundamente e entendê-la como uma ciência social aplicada, cujo objeto tradicional de estudo são os meios de comunicação.

O processo de comunicação envolve interação e pode ser descrito pelo modelo Shannon-Weaver, neste modelo estão presentes os elementos que constituem a comunicação e os processos relacionados a estes elementos.

Elementos que constituem a comunicação:

  • Emissor: Sujeito que produz e tem a intenção de transmitir uma mensagem;
  • Mensagem: É o que o emissor tem intenção de transmitir;
  • Receptor: Qualquer sujeito capaz de receber e interpretar essa mensagem.

Processos relacionados aos elementos:

  • Codificação: Envolve a tradução da mensagem em um código conhecido;
  • Decodificação: Envolve a interpretação do código utilizado na mensagem;
  • Meio ou canal: Por onde circula a mensagem;
  • Ruído: Possíveis interferências que podem diferenciar a mensagem enviada da mensagem recebida. Qualquer fonte de erro, distúrbio ou deformação na fidelidade da comunicação de uma mensagem seja ela sonora, visual ou escrita;
  • Feedback: Resposta dada pelo receptor a partir da mensagem decodificada por ele.

O modelo Shannon-Weaver explica, portanto, que no processo comunicacional existe um sujeito emissor que codifica uma mensagem e seleciona um meio para transmití-la. Ao receber a mensagem o receptor a decodifica, e dá uma resposta (feedback) ao sujeito emissor. Tudo isso dentro de um contexto que pode interferir e ser influenciado pelas mensagens que circula.

Quanto aos meios de comunicação, existem diversos. Os que são objetos de estudo da comunicação social são os órgãos de informação de massas, que correspondem ao rádio, à televisão, ao teatro, propaganda, cinema e a internet, um dos meios mais recentes que revolucionou a área da comunicação social por permitir que várias mensagens sejam criadas e compartilhadas com velocidade.

O desafio à Comunicação como ciência:

O professor, mestre e doutor em Comunicação Social, Fernando Gonçalves, em seu projeto de pesquisa “Comunicação, cultura e arte contemporânea” propõe de certa forma um desafio à comunicação como ciência social. Em seu texto, ele defende que a arte seja um novo meio de comunicação, por ser mais fiel ao processo comunicacional, ele diz que diferentemente dos atuais meios ela possibilita ao receptor “interessantes experimentações nos processos comunicativos” sendo “um espaço rico para questionamentos acerca da comunicação e da cultura contemporânea”.

“A arte, como um processo de produção simbólica, é um espaço rico para questionamentos acerca da comunicação e da cultura contemporânea. Daí podermos pensar as manifestações contemporâneas da arte como fenômeno cultural complexo, na medida em que indicam a possibilidade de interessantes experimentações nos processos comunicativos, como campo de circulação de valores e signos.”

Fernando Gonçalves afirma apoiado em teorias de Gilles Deleuze e Walter Benjamin que o processo comunicacional contemporâneo é forjado a partir de um primado midiático, definido como “midiacentrismo”, onde sofremos não com a falta de comunicação, mas com seu excesso (há uma profusão e rapidez da circulação de notícias). Na modernidade, acentuara-se o desvalor da comunicabilidade da experiência em favor apenas do seu registro, codificação e circulação, ou seja, a inteligibilidade do receptor, a sua decodificação, é impedida para que a comunicação produzida garanta a sua eficácia. Sendo assim, esses meios produzem certa forma de controle, o que caracteriza, portanto um poder sobre a vida e seus modos de manifestação.

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