Resenha: Ilha das flores x Babilônia 2000

Complexo Educacional FMU – FIAM FAAM

Graduação em Rádio, TV e Vídeo.

3º Semestre

RESENHA CRÍTICA

MARIANA SANTOS CUSTODIO

RA: 5537221

SÃO PAULO

MAIO/2015

RESENHA CRÍTICA: BABILÔNIA 2000 E ILHA DAS FLORES

O documentário BABILÔNIA 2000 é sobre o ultimo dia do ano 1999, uma equipe de filmagens acompanha durante 12 horas, os preparativos e as expectativas dos moradores da comunidade da babilônia.

Durante o tempo que a equipe fica no morro, eles fazem entrevistas com diversos moradores, estes que falam de assuntos bem diversificados, que vão desde suas histórias de vida à religião.  Incrivelmente a equipe consegue trazer total naturalidade para a tela, com uma forma simples de lidar com as pessoas, e de se igualar aos moradores, conseguem  deixa-los à vontade, para  conversar e cantar. E desta forma, revelam um povo cheio de sonhos, vontades, conhecimentos e bondade. Bem diferente desses estereótipos que geralmente a sociedade impõe, para pessoas que moram nas comunidades, os rotulando com dizeres preconceituosos.  

Assim, Eduardo Coutinho (o diretor) termina o dia, na comunidade da  babilônia, mostrando que o morro  é apenas um lugar, que abriga pessoas  que são iguais a todas as outras, mas que são exclusas da sociedade, simplesmente pelo  fato de não conseguirem alcançar as  oportunidades e  de fazerem a diferença.

Já o documentários ILHA DAS FLORES  trata sobre a miséria e exclusão social, mostrando de uma forma bem sucinta que algumas pessoas vivem em uma situação tão desumana  que chegam a valer menos que animais.

Ao relatar a trajetória de um tomate que aparentemente estava estragado, e que ninguém quis, nem mesmo o dono do porco jugou agradável para o porco, são expostas as circunstâncias em que vivem mulheres e crianças na ilha das flores. Mulheres que não tem dono nem dinheiro e que por esse motivo são obrigadas a se alimentar do resto da comida dos porcos se não quiserem morrer de fome.

Um documentário que aborda um assunto tão presente, porem ainda camuflado aos olhos da sociedade e de suas verdadeiras prioridades.

Comparando a forma como esses dois documentários foram produzidos, podemos perceber logo de cara, as diferenças técnicas de cada um deles.

Inicialmente o documentário babilônia 2000 é mais despojado, informal, com enquadramentos mal feitos e com algumas imagens fora de foco, as entrevistas são feitas de surpresas com as pessoas e sem nenhum corte. A  equipe mostra desde a hora em que eles se apresentam para o entrevistado até a hora em que a pessoa finaliza o seu depoimento, trazendo uma autenticidade sem igual para a entrevista.

Já em contraponto ao Babilônia 2000, o documentário do Ilha das Flores, de uma forma bem didática e objetiva faz explicações precisas do assunto. Ligando uma informação com a outra, e fazendo com que o espectador não desvie a atenção nem por um momento. Para que por fim possa entender e refletir sobre o conteúdo final do assunto e  arquivar em sua memória  corretamente as imagens e informações que ficam todas circulando nesse esquema de encadeamento.

Deste modo, temos um conteúdo audiovisual tanto de curta-duração, quanto de longa-duração com formas totalmente distintas de produção e que não deixam de ser documentários.