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Resumo "Identidade e Diferença"

Por:   •  22/1/2019  •  Resenha  •  1.192 Palavras (5 Páginas)  •  1.955 Visualizações

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Universidade Federal de Juiz de Fora

Faculdade de Comunicação
Programa de Pós-Graduação em Comunicação

Aluno: Willian José de Carvalho            

Disciplina: Processos Simbólicos e Representação Social

Identificação da Obra: SILVA, Tomaz Tadeu da. Identidade e diferença: a perspectiva dos sentidos culturais / Tomaz Tadeu da Silva (org.). Stuart Hall, Kathryn Woodward. – Petrópolis, RJ: Vozes, 2000

 

RESENHA

No livro “Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais” aponta reflexões acerca dos conceitos que permeiam todo e qualquer trabalho sobre a sociedade denominada pós-moderna ou moderna tardia. Composto por três artigos, embora trazem a temática o mesmo tema, ambos traçam perspectivas e abordagens diferentes, fornecendo uma explanação satisfatória sobre o assunto que é bastante complexo.

Woodward, parte a discussão a partir de um texto de Michael Ignatieff sobre a guerra entre sérvios e bósnios, no qual ilustra questões pertinentes à identidade, a qual é marcada pela diferença, pela simbologia e, principalmente, pelo social. Além disso, segundo a compreensão da autora, há, também, o caráter histórico que faz com que a identidade adquira o aspecto de processo, sendo influenciado, atualmente, pelas múltiplas práticas discursivas ou representações existentes em um mesmo indivíduo, fato que traz o germe da mudança social. Tal processo só pode ser vislumbrado, considerando-se o indivíduo como fragmentado, pertencendo a identidades diferentes, que “não são unificadas”, criando, com isso, “contradições no seu interior que têm que ser negociadas” (p. 14).

Para Woodward, a chamada ‘crise de identidade’ pode ter origem nessas identidades globalizadas, as quais massificam as culturas entrando em choque com as identidades locais, como, também, pelo conflito, questionamento ou não adequação às posições de sujeito estabelecidas ou sugeridas na “quase interação”. Esse termo foi proposto por Thompson, para descrever, entre outras coisas, a influência midiática na vida das pessoas.

Além disso, não são só as identidades ‘prontas’ e retratadas que são levadas ao grande público pela mídia; há, também, os debates promovidos por ela, criando uma espécie de esfera pública na qual várias minorias e culturas adquirem voz para serem representadas. Dessa forma, o público é levado a refletir sobre os seus inúmeros papéis na sociedade em que vive. Uma coisa que pode ser tida como falha no livro é a falta de abordagem sobre a influência midiática na constituição dos papéis sociais.

Uma citação bastante importante para compreender a identidade na pós-modernidade é a que trata de identidades diásporas. Assim como o termo já define, são aquelas sem pátria, às quais não se pode atribuir uma única fonte e cujos efeitos podem ser potencializados pelo êxodo de grandes contingentes humanos de países pobres para países ricos.

Segundo Woodward, existem dois tipos de perspectivas utilizadas em questões de identidades: a essencialista e a não essencialista. A primeira concebe a identidade como algo homogêneo (geralmente ligado à etnia, às questões biológicas e à nacionalidade), partilhado por todos do grupo, não sofrendo nenhum tipo de alteração; a segunda concebe a identidade como processo e, por isso, sofre mutações, sendo marcada pela diferença.

Um aspecto que não deve ser desvencilhado de questões de representações simbólicas é o que trata de ideologia. É possível ver claramente nas duas perspectivas apresentadas por Woodward os modos de operação da ideologia propostos por Thompson (1995), principalmente o da simbolização da unidade (essencialista), da diferenciação6 e do expurgo do outro (não essencialistas).

Da Silva, em seu artigo, faz uma alusão mais detalhada da imbricação de identidade com a diferença, como produtos do uso da linguagem. Utiliza o conceito de signo saussureano, no qual para definir o signo ‘vaca’ é necessária a sua repetição por todos os falantes e a relação com os outros signos. O fato de falar utilizando o signo ‘vaca’ não preenche completamente o lugar do símbolo que representa o animal vaca e depende da relação com os outros signos, o que torna a língua vacilante, indeterminada e instável.

Dessa forma, por serem atos de criação linguística, a diferença e a identidade também adquirem as características de vacilante, indeterminada e instável atribuídas à língua. As identidades, assim como as variantes linguísticas e até mesmo os signos linguísticos, são impostas por terem sido eleitas como normais, contrapondo-se com o anormal que é marcado negativamente. Além disso, o autor chama a atenção para o fato de que nem questões referentes à identidade, tampouco as relativas à diferença são trabalhadas em sala de aula, existindo uma pedagogia que sugere o respeito e a tolerância nessas questões, não abrindo espaço para o questionamento sobre o assujeitamento das identidades.

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