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Resumo filme avatar

Por:   •  12/4/2016  •  Trabalho acadêmico  •  606 Palavras (3 Páginas)  •  1.162 Visualizações

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O filme Avatar em sua história traz significados que se relacionam com o texto “” uma vez que existe um conflito que de um lado decorre do colonialismo agressivo dos terráqueos sobre o planeta Pandora e, de outro, a maneira particular de se viver e as verdades sagradas do povo indígena dos Na’vi. A estratégia e procedimento utilizados pelos seres terráqueos do século XXII no filme, pode ser diretamente relacionado aos dos norte-americanos contemporâneos. Nessa época do imperialismo europeu clássico, a ideia de civilização foi convertida na ideia de progresso com intuito de legitimar o domínio paternalista sobre os “povos selvagens” do mundo não-civilizado, justificando assim o lucro dos capitalistas envolvidos na exploração colonial.

O indivíduo humano ao nascer necessita de cuidado; a cultura, em seu sentido mais extenso, pode ser considerado como a segunda natureza do homem, a essência de nossa espécie que as outras não têm. Nesse sentido os Na´vi são, claramente considerados seres humanos, mesmo que cada adulto tenha suas características bem específicas como, três metros de altura, pele azul. São criaturas sociais, linguísticas, trabalhadoras, que conhecem crenças, felicidade, sofrimento, e têm história, sendo assim, animais culturais e históricos, assim como os humanos terrestres. Os Na’vi ainda são considerados seres muito próximos do estado da natureza; comparados aos humanos da Terra, que resumem todos os vícios e degenerações do homem civilizado, assemelham-se mais ao homem natural de Rousseau. A lógica do filme mostra uma certa tendência maniqueísta, para a qual o natural é autêntico, bom e verdadeiro, enquanto o lado civilizado é falso e perverso.

O filme apresenta-nos a cultura indígena sob uma perspectiva idealizada, que não combina com a pluralidade e a desigualdade de qualquer cultura real. A relação íntima dos Na´vi com seu ambiente natural, a sua forma de organização social em tribos – com sacerdote e cacique –, a sua maneira de viver e caçar na floresta, indicam que a concepção desse povo foi criada com base na cultura de povos indígenas dos filmes americanos. Enquanto membros de uma tribo Na’vi, os Omaticaya – indígenas do filme – participam da identidade coletiva e estável do seu clã, e podem ser interpretados como autênticos no sentido de serem espontâneos e de não haver falsidade entre seus integrantes.

Do outro lado temos a cultura dos terráqueos, que é marcada por um colonialismo mercantil sem limites. No que se refere o modo terrestre de viver e de produzir é perverso. Governa um capitalismo voraz, orientado pela ganância ilimitada, e a civilização humana ocidental é tecnicamente muito superior e, ao mesmo tempo, surpreendentemente devastadora. É hostil à reprodução de culturas locais e de sistemas ecológicos, sendo também autodestrutiva, uma vez que já destruiu a biosfera da terra.

Um exemplo disso é o livro recente da socióloga e historiadora francesa Claudine Haroche, com prefácio brasileiro de Joel Birman, que resume as seguintes tendências nas sociedades contemporâneas mais avançadas: a ascensão triunfante do individualismo extremo, a perda geral dos laços socias, o desenvolvimento da “individualidade desengajada como a contrapartida do incremento da desigualdade, da injustiça e da indiferença”, e “a exteriorização crescente do sujeito como correlata ao seu empobrecimento interior”. Consta-se que “as transformações tecnológicas têm conduzido à inatenção, ao estreitamento da consciência e à falta de simbolização dos sentimentos, que se reduzem às sensações” e fala-se em “perda catastrófica dos pontos de referência simbólicos” (HAROCHE, 2008, p. 15). A autora evidencia o indivíduo contemporãneo “por traços de comportamento e de caráter específicos, como a indiferença, o desinteresse, o desengajamento, a falta de elã, a ausência de espontaneidade, o cálculo permanente, a instrumentalização de si e do outro, os comportamentos fugidios e o desvencilhar-se” (HAROCHE, 2008, p. 127).

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