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Show de Truman – O Show da Vida

Por:   •  23/1/2019  •  Resenha  •  563 Palavras (3 Páginas)  •  263 Visualizações

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        Show de Truman – O Show da Vida, lançado em 1998 e protagonizado pelo ator Jim Carrey, conta a história de Truman, um homem que não tem conhecimento de que sua vida inteira foi manipulada e televisionada e em um programa de reality show. Apesar de uma das primeiras cenas do filme discutir exatamente sobre a não existência de roteiros e ser inteiramente genuíno e real, com o decorrer da história é possível notar que no show tudo que acontece é apto às edições, interferências e distorções. A obra cinematográfica ilustra subliminarmente a Teoria Crítica e os seus aspectos de Indústria Cultural.

        Várias particularidades denunciam essa condição de controle em que a vida do personagem se enquadra, como por exemplo, não coincidentemente a cidade cenográfica onde Truman vive, é uma ilha, da qual o personagem não consegue sair por um trauma – também proporcionado pelo show (produção de experiências e memórias) – assim como o controle do clima, ou o fato de todas as pessoas com as quais ele se relaciona serem contratadas e instruídas a agirem de maneira “X” pelos produtores, ou até mesmo o constante merchandising exibido, seja em forma de propagandas de rádio, placas, ou até mesmo durante os diálogos.

        Independentemente de o protagonista seguir ou não um script ou itinerário, questões como as apresentadas logo a cima tem o poder de moldar uma nova personalidade em um individuo, controlar sua subjetividade inclinando-o a fazer escolhas, agir, e até mesmo pensar de maneira que beneficie os idealizadores do show. E o controle vai para além dos participantes do programa, posto que atinge também os telespectadores, já que a televisão desde sempre foi um dos principais agentes persuasivos da massa, logo um grande modificador social, e este é o ponto onde a Teoria Crítica e os conceitos de Indústria Cultural se validam dentro do filme.

        Theodor Adorno e Max Horkheimer, autores responsáveis pelo primeiro estudo sobre Indústria Cultural, pormenorizam que a produção cultural se volta única e somente para a comercialização, direcionada para o consumo das massas, (como os telespectadores do reality show, que absorviam toda a propaganda feita por personagens como a esposa de Truman) podendo também, além de produtos, conceber falsas consciências (através de apelo estético ou de tramas envolventes que permitam que o público se comova e se identifique) e vontades na população para que esta consuma sem parar o que ela não precisa. Uma vez assimilada pelo mercado capitalista, à arte, perde em sua essência a autonomia e a criticidade, uma vez que para atender o caráter massivo, passa pelo processo de “Reprodutibilidade Técnica” – Walter Benjamin – para atender e “esmagar” já que esse consumo exacerbado e inconsiderado liquida qualquer participação ou intervenção intelectual da população alvo.

        “A vida imita a arte muito mais do que a arte imita a vida...” dito por Oscar Wilde, ilustra toda a situação do filme e das teorias envoltas nele. Traz uma reflexão sobre o que é a arte na contemporaneidade, assim como o filme traz a relação de metalinguística entre o papel do espectador do Show da vida e o próprio papel do espectador do filme em si, fazendo com o que o mesmo se inclua na crítica do longa-metragem.

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