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A Retórica como Método da Filosofia

Por:   •  21/9/2018  •  Trabalho acadêmico  •  2.042 Palavras (9 Páginas)  •  139 Visualizações

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ÍNDICE

1.        INTRODUÇÃO        0

2.        FILOSOFIA E RETÓRICA        1

2.1.  A Retórica como Método da Filosofia        2

2.2.        A Filosofia procura formular Teorias verdadeiras        3

2.3.        A Retórica Pressupõe a Crença do Auditório na Verdade        4

2.4.        A Retórica como Exigência de Clareza        4

2.5.        Concepção da Retórica para Platão        5

2.6.        Pensamento dos Sofistas em relação ao Retórica        5

3.        CONCLUSÃO        7

4.        BIBLIOGRAFIA        8

  1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho é de caracter académico e tem como principal objectivo retratar a relação existente entre a Retórica e a Filosofia, com base em os pontos convergentes e divergentes, concepções de grandes figuras do Campo Filosófico mas com destaque para importância imprescindível de uma para com a outra.

A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica (física e digital) e muito enriquecida com o aprendizado durante as lições (Fichas);

 

  1. FILOSOFIA E RETÓRICA

A melhor forma de caracterizar a filosofia é dizer que ela consiste em problemas, teorias e argumentos. A importância dos argumentos para a filosofia deriva sobretudo do facto de, devido à própria natureza dos problemas investigados, ser impossível recorrer, como nas ciências, à experiência para testar a verdade das teorias ou doutrinas filosóficas.

O discurso jurídico actual, como não poderia deixar de ser, circularia entre essa duas formas da retórica; a dos filósofos e dos retores. Considerando-se como objecto não discutível a lei e a norma, mas a interpretação tanto dos fatos como da própria lei para a aplicação da norma, no caso concreto, torna-se verossímil ou não verossímil, não existindo falso e verdadeiro, e as teses se transformaram em justas ou injustas, já que a forma de verdade formulada na ação é uma “ verdade processual”, que é representada pela acusação e defesa do direito das partes, as quais podem ou não coincidir com o factual, assim, nem sempre a realidade processual coincide com a realidade do facto, devendo ser a única preocupação do orador- advogado a adesão do auditório a tese defendida, para torna-la mais verossímil possível que se candidatam para esta função espontaneamente que serão sorteados para fazer parte dos julgamentos.

2.1.  A Retórica como Método da Filosofia

Entendida como um conjunto de técnicas que permitem uma troca clara, honesta e frutuosa de ideias e argumentos, a retórica é de grande interesse para a filosofia. Os filósofos que na antiguidade deram mais atenção á retórica, Platão e Aristóteles, não tinham uma opinião muito favorável a seu respeito. Platão recusava-lhe o estatuto de arte e considerava a persuasão obtida por seu intermédio uma mera forma de adulação e manipulação. Aristóteles não vai tão longe quanto o seu mestre e tem uma posição idêntica á defendida por Górgias no diálogo de Platão com o mesmo nome: a retórica é uma arte e pode ser usada tanto de forma justa como de forma injusta. Como investigador, Aristóteles estava interessado em  compreender e explicar o poder persuasivo da palavra e como homem viu demasiadas vezes a verdade e a justiça serem vencidas pelo facto de o auditório ser incapaz de seguir as cadeias de argumentos necessárias para as suportar, isso explica o seu interesse pela retórica e por que razão a considerava útil nos tribunais e nas assembleia. Mas não devemos tirar dai a conclusão de que a considerava de alguma utilidade para a filosofia. Não é a retórica mas antes a demonstração e a dialéctica que Aristóteles considerava de interesse para a filosofia. E isso porque permitem descobrir a verdade.

Os seguidores modernos de Aristóteles, como Perelman, acerca deste ponto não pensam como ele: acham que o filósofo precisa de conquistar a adesão do auditório para os seus pontos de vista e que, portanto, a retórica é o método da filosofia. Esta concepção da filosofia e do seu método têm fundamento na ideia de que não há uma verdade única sobre um dado assunto, mas várias verdades. Esta é a mesma ideia que Protágoras defendeu na antiguidade quando disse que “o homem é a medida de todas as coisas”, a que se da geralmente o nome de relativismo. O relativismo é uma teoria bastante atraente e parece a muitas pessoas obviamente verdadeira. A ideia de que a retórica é o método da filosofia parece assim estar bem fundada.

  1.   A Filosofia procura formular Teorias verdadeiras

 Uma vez que a retórica é apenas um método de persuasão e não de descoberta da verdade, se fosse o método da filosofia, qualquer teoria seria admissível desde que fosse verossímil, isto é, desde que o filósofo fosse capaz de a apoiar com argumentos, metáforas e analogias e, desse modo, conquistar a adesão do auditório. Nestas circunstâncias, a filosofia seria apenas um jogo de interpretações que seria ganho por aquele que fosse capaz de melhor persuadir o auditório e a retórica seria o instrumento com que esse jogo se jogaria; portanto, o que dissemos sobre a filosofia seria falso e os filósofos não teriam como objectivo formular teorias verdadeiras. Contudo, sem esse objectivo a filosofia seria apenas uma especulação estéril e inútil. Usando a retórica, tudo o que podemos fazer é tornar uma das respostas mais verossímil, isto é, fazer com que os outros pensam que essa resposta é verdadeira ou que tem maior probabilidade de ser verdadeira. Certamente já viste o ponto de vista de alguém ser adoptado porque foi capaz de dizer uma chalaça e desse modo desacreditar a posição da pessoa com que discuta. Mas, claro, isso não significa que esse ponto de vista seja efectivamente verdadeiro e pode até acontecer que seja falso.

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