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Anais da Filosofia Clássica: Metafísica

Por:   •  12/4/2020  •  Trabalho acadêmico  •  1.756 Palavras (8 Páginas)  •  162 Visualizações

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Em Metafísica A,9 (990b 8-29), Aristóteles indica, denomina e refuta cinco argumentações que, em sua concepção, eram utilizadas pelos Platonistas – ao qual o mesmo está incluso – para atestar a realidade das ideias. Embora essa passagem de argumentações e objeções seja transitória, não há demonstrações. Acontece como se Aristóteles considerasse uma apresentação anterior com mais detalhes e reconhecimento. Acredita-se que essa apresentação encontra-se em um livro desaparecido de Aristóteles e onde apenas sobram fragmentos.

A fundamental confirmação da existência é o Commentaria in Metaphysica realizado por Alexandre de Afrodísia – século II-III a.C. –, filósofo e filólogo, crítico de Aristóteles e de quem, venturosamente, múltiplos projetos chegaram intactos. Em suas análises à Metafísica, menções ou interpretações do livro desaparecido mostram-se presentes em conteúdo textual. A doxografia acerca das frações de Aristóteles, em outra perspectiva, nada relatam com precisão sobre as progressões constituintes e, como consequência, ainda mantem-se a crítica de Alexandre a motivação restante para o contento desse estudo Sobre as Ideias em que Aristóteles havia exposto, pela primeira vez, uma crítica explicita à “teoria das ideias.”

A grande maioria dos críticos dessa passagem considera que Aristóteles organize suas argumentações em duas classes dissemelhantes: (I) não-conclusivos, ou seja, argumentações que não encaminham precisamente às conclusões: (1) o das ciências; (2) o da unidade de multiplicidade; (3) o da eternidade das coisas perecíveis; e (II) mais rigorosos: (4) o dos relativos e (5) o do terceiro homem.

Alexandre, porém, parece considerar, em 78, 9-25, que Aristóteles não possuía o propósito de realizar uma dissemelhança exigente dessas duas classes, porém apenas de sugerir que algumas das evidências dos Platonistas inserem-se em outro sentido, e outras em ambas.

Ademais, não é a totalidade das argumentações Platonistas que encontra-se aqui. Existiam argumentações que Aristóteles considerava absolutamente incertas, no entendimento em que não atestavam o que deveria ser atestado.

Dentre essas argumentações enganosas, Alexandre concede alguns modelos em 78, 13-18: (i) se a verdade é algo participante da realidade, há constatações, porque nenhum constituinte do mundo fenomênico é verdadeiro; (ii) se há lembrança, então há constatações, pois o conteúdo da lembrança é estável; (iii) o análogo do número é realmente existente, porém os fenômenos não existem realmente, ao ponto que o análogo do número deve ser a ideia; (iv) explicações relacionam-se a coisas realmente existentes e nenhum dos constituintes fenomênicos é verdadeiramente existente.

Argumento 1: A primeira argumentação é tripla, porque é proveniente da tripla caracterização dos objetos da ciência: (i) universalidade; (ii) ausência de indeterminação, e (iii) valor absoluto.

independente das coisas sensíveis e que serve a estas como modelo. A ideia é algo desse tipo; (ii) As coisas das quais há ciência são, mas as ciências lidam com coisas independentes das particulares, pois estas são ilimitadas e indefinidas, enquanto que os objetos das ciências são determinados. Logo, há determinadas coisas que são independentes das particulares, e estas coisas são as ideias; (iii) se a medicina não é a Objeção 1: A primeira contestação de Aristóteles para com essa tripla argumentação é que em nenhum de seus três arquétipos de fato é atestada a realidade das ideias. A réplica proveniente de Alexandre evidencia, entretanto, que Aristóteles reconhece em partes as conclusões dessa argumentação, pois confirma que o mesmo demonstra a realidade de coisas ademais das particulares e sensíveis.

O saber para Aristóteles é universal. Se não existe nada ademais dos peculiares ilimitados, não pode ser extraído dos mesmos aprendizado, pois a totalidade das coisas é identificada, ao ponto que são uma e a mesma, ou seja, ao ponto em que possui uma característica universal. A fidedigna contestação de Aristóteles é a de que não é fundamental fazer do universal uma constatação, ao ponto em que há para ademais dos peculiares e sensíveis, características corriqueiras, as quais são constituintes das ciências.

Em Metafísica, a contestação é de que essas argumentações necessitam de ideias de todas as coisas das quais são reais, uma contestação que, vista desse modo, inicia uma contraposição com a teoria das ideias.

Caso estivéssemos dependentes ao conteúdo textual em Metafísica, a problemática a ser solucionada seria a de descobrir se os Platonistas limitavam ou não as constatações a substâncias ou se consideravam ideias de outras coisas que não são substâncias.

Porém, caso a crítica de Alexandre seja considerada, haverá maior complexidade, porque múltiplas conversas apropriam-se ideias de artefatos, e mesmo que não se possa falar com convicção se Aristóteles estaria direcionando a contestação a todos os Platonistas, incluindo Platão, ou parte deles, em Metafísica A,3, 1070ª 18-19, o mesmo assegura que Platão não admitia a realidade de ideias de artefatos.

Com relação à problemática, uma explicação propícia é de León-Robin: Robin atenta-se para o fato de existir uma distinção entre os aspectos das artes imitativas e os aspectos das artes favoráveis inclusas no processo de Aristóteles. Consoante Aristóteles, os objetos das artes imitativas possuem apresentação, porém não o visual ou essência de seus arquétipos, no decorrer de que as artes favoráveis possuem uma essência ou visual que se exprime por intermédio de seus mecanismos. Consoante Robin, quando Aristóteles explica que Platão não reconhecia ideias de artefatos, o mesmo está mencionando as artes imitativas, e não as artes favoráveis.  

Argumento 2: Uma vez que cada um dos homens é um homem, e cada um dos variados animais é um animal, e assim em totalidade dos acontecimentos, e se nenhum desses acontecimentos a coisa é característica dela própria, porém existe algo que é característico de sua totalidade e que não é a mesma coisa que elas são, então, provavelmente, algo é pertencente para todas elas, independente das particularidades, que é afastada delas e que é eterna, pois é sempre característica do modo de todas as coisas peculiares que prosseguem continuamente mudando. Ora, o que é a unidade de uma multiplicidade e é afastado da mesma e possui eternidade: é a ideia. As ideias são.

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