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Conhecimento

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Por:   •  24/3/2015  •  3.194 Palavras (13 Páginas)  •  292 Visualizações

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A filosofia, vista como um esforço intelectual na busca de generalizações, causas e explicações profundas de fenômenos, causas e princípios, tem sido classicamente dividida em áreas específicas, dentre essas podemos encontrar a lógica, a ontologia, a axiologia, a metafísica, a ética, a teodicéia e a Gnoseologia, esta como Teoria do Conhecimento, também denominada, muitas vezes, por Epistemologia. É da Teoria do Conhecimento ou Gnoseologia que pretendemos nos ocupar nesta instrução programada.

Durante muitos anos os pensadores tomaram como objeto de suas preocupações os seres que lhes são externos, a origem das coisas e o próprio Universo, desenvolvendo as suas teorias, descuidados porém do próprio conhecimento, como objeto de seus estudos. Essa área é o mais agudo problema a ser investigado. Os compêndios de história da filosofia nos proporcionam as principais correntes filosóficas a respeito desse tema e, costumeiramente, assim colocam a questão:

Quanto à possibilidade do conhecimento

Seis vertentes podem ser relacionadas, são elas: o Dogmatismo, o Cepticismo, o Subjetivismo, o Relativismo, o Pragmatismo e o Criticismo.

. Dogmatismo

Essa é a mais antiga das posturas filosóficas. Os filósofos anteriores a Sócrates foram geralmente dogmáticos. Para eles o conhecimento é possível e verdadeiramente ocorre. O sujeito cognoscente apreende o objeto. Não justificam nem comprovam o que afirmam, fundam-se na afirmação e confiam cegamente na razão. Ainda não estavam abalados pela dúvida. É dogmática uma afirmação quando baseada na autoridade de quem profere o enunciado, sem dar as razões justificadoras, os suportes da razão e suas garantias. Nos domínios da fé, é perfeitamente aceitável o argumento dogmático, não o sendo quando se trata de conhecimento científico, portanto rigoroso. Os sofistas foram os primeiros a dar combate ao dogmatismo.

1.2. Cepticismo

Em posição frontalmente oposta, aparece o Cepticismo. Os cépticos, cujo expoente primeiro foi Pirrón (daí o termo “Pirrônico”); bem como o filósofo grego Heráclito, este, alfinetou argumentando que a realidade objetiva é extremamente mutável, tudo é um “vir-a-ser contínuo”. Não nos banhamos duas vezes no mesmo rio, e nós também já não somos o mesmo, quando desse segundo banho. Impossível, portanto, um conhecimento, visto que algo é e ao mesmo tempo passa a não ser, tornando impraticável um conhecimento válido no tempo. A melhor atitude seria nada afirmar; alguns chegaram a sugerir o silêncio, em face da instabilidade reinante. Os cépticos, ao afirmarem a impossibilidade do conhecimento, querem para si algo verdadeiro e, portanto, possível. Essa afirmação que fazem, logo, por incoerência lógica, caem no descrédito, daí a opção pelo silêncio, que curiosamente recomendavam os cépticos radicais. Os moderados admitiram que poderíamos chegar a probabilidades, mas estas também supõem o verdadeiro, como parâmetro. Quando se trata de um cepticismo religioso, toma ele o nome de agnosticismo.

1.3. Subjetivismo

Em sequência, tem-se o Subjetivismo, como vertente filosófica. Essa prega a existência de uma verdade, mas, limitada ao sujeito que conhece e julga. São seus representantes os sofistas, especialmente Protágoras (século V a.C.), dizia ele: “o homem é a medida de todas as coisas (homo mensura). São vítimas do dilema: ou os juízos são falsos e, então, são falsos para todos; ou são verdadeiros e, portanto, verdadeiros para todos, universais”.

1.4. Relativismo

O relativismo é uma atitude que aponta para a flutuação da verdade, não propriamente no sujeito pensante, mas nos fatores externos, tais como: influência do meio, ambiente cultural, espírito do tempo. Os relativistas caem na mesma armadilha dos subjetivistas. Parece que não são cépticos, porque, enquanto estes duvidam por não acreditarem na possibilidade do conhecimento, os relativistas duvidam para conhecer (essa opinião é de Miguel Reale).

1.5.Pragmatismo

Classicamente, a verdade é a concordância entre o pensamento e o ser (objeto). Entre a ideia e o objeto a que ele se refere. Os pragmáticos abandonam essa linha e adotam um novo conceito para “verdadeiro”. Para eles, verdadeiro é o que resulta útil, valioso e fomentador de vida, contextual e diretivo. O termo “pragmático” deriva de ação (pragma). Seu fundador é Carlos Peirce, coadjuvado por Wiliam James. O filósofo inglês Schiller lhe dá o nome de humanismo. Ocorre que, se a utilidade não for em benefício de todos ou de muitos, segundo um critério racional e justo, resvala-se para o utilitarismo e desse para o egoísmo ou tutela de interesses setoriais (deputado Roberto Ponte, em conversa informal).

1.6. Criticismo

O Criticismo, segundo o prof. Johanes Hassen, da Universidade de Colonia, a quem se deve o apoio para os textos dessa instrução, é uma posição intermédia, entre o dogmatismo e o cepticismo. Aceita a possibilidade do conhecimento e a existência da verdade, mas não o faz despreocupadamente, pede motivos e solicita o crivo da razão. É uma posição crítica. Onde há reflexão epistemológica, ali está o criticismo (autor antes referido). Platão, Aristóteles, Descartes, John Lucke e David Hume. Seu fundador é Immanuel Kant. A esse se creditam os méritos de ter lançado as bases da Teoria do Conhecimento, os fundamentos da Gnoseologia. Para os juristas, o Criticismo é de suma importância, ao lado da filosofia da Linguagem Ordinária, sem o que não se pode praticar um corte epistemológico adequado no discurso jurídico (episteme = conhecimento rigoroso; doxa = saber vulgar, fundado em opiniões).

2. Quanto à origem do conhecimento

Fundamentalmente, os filósofos se colocam no todo ou em parte, dentro dos seguintes modelos: o Racionalismo, o Empirismo, o Intelectualismo e o Apriorismo.

2.1. Racionalismo

O racionalismo sustenta que o conhecimento nos vem do pensamento, da razão. O todo é o maior que a parte. A razão natural nos informa a verdade evidente desse proferimento. Não necessitamos recorrer a uma experiência para concluir pela veracidade desse enunciado. Duas quantidades iguais a uma terceira são iguais entre si. Algo não pode ser e deixar de ser ao mesmo tempo e sob as mesmas condições. O saber que o triângulo é uma figura plana limitada por três

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