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Conhecimento filosófico e cidadania

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Por:   •  24/11/2013  •  Seminário  •  1.274 Palavras (6 Páginas)  •  431 Visualizações

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Saber filosófico e cidadania

Não se trata de despreparo, muito menos de inaptidão. O problema é outro e relaciona-se às condições reais de vida que se tem em nosso país. Se as pessoas vivessem condignamente, grande parte dos problemas educacionais estariam resolvidos, inclusive o que se refere ao acesso à Filosofia. Porém, a questão da vida digna, como condição de possibilidade do exercício da cidadania, ainda é um problema que o capitalismo vigente em nosso país não é capaz de resolver.

Ora, sem apropriar-se de bens materiais, simbólicos e sociais o homem e a mulher não se fazem plenamente humanos e têm sua dignidade comprometida, o que lhes coloca numa situação de não-cidadania. Ora, a Filosofia, bem socialmente produzido, parte do patrimônio simbólico que não pode ser tratado como um pertence estritamente pessoal, deve estar ao alcance de todos os estudantes, de todos os níveis. Mais: deve estar ao alcance de todos os cidadãos, uma vez que contribui para a educação que humaniza o homem e a mulher.

Dessa maneira, sob o saber filosófico nenhum preconceito pode abrigar-se. Mais: condicioná-lo a “pré-requisitos” como os aludidos anteriormente é perverter na raiz sua natureza de saber instituinte e que pode potencializar a liberdade. Ademais, apropriar-se da Filosofia é um direito inalienável de todo indivíduo, muito mais o será dos estudantes da educação básica de nosso país.

PRISÕES FORAM FEITAS sem mandado judicial, os presos eram mantidos isolados e incomunicáveis, sem direito a defesa. Pior ainda: eram submetidos a torturas sistematicamente por métodos bárbaros que não raro levavam à morte da vítima. A liberdade de pensamento era cerceada pela censura prévia à mídia e às manifestações artísticas e, nas universidades, pela aposentadoria e cassação de professores e pela proibição de atividades estudantis.

Enquanto isso, o modelo de desenvolvimento econômico concentrador e excludente impedia a cidadania a um grande contingente de brasileiros. O crescimento econômico do "milagre brasileiro" não aconteceu com uma política de distribuição de renda. Durante a ditadura, intensificou-se a corrupção por causa da censura e controle da oposição. Toda crítica era considerada como atentado ao governo. A camada da população que mais necessitava das políticas públicas e mecanismos de distribuição de renda foi a mais prejudicada com isso.

Apesar de mais de 500 anos de história, a concentração de terra continua nas mãos dos latifundiários. Movimentos, como o do MST, lutam pela expansão da reforma agrária

Com o fim da ditadura, em 1985, veio a democracia. Mas a cidadania não acompanhou as mudanças políticas e civis. Com a democracia veio a crise econômica, imensas dívidas externa e interna, além da falta de dinheiro para as políticas públicas. A concentração de renda e riqueza continua progressiva e, até hoje, a cidadania ampliada é um desafio: uma luta que está sempre na agenda dos agentes sociais das camadas populares mais conscientes. Uma empreitada árdua, mas necessária. Somente com a participação política será possível conquistas, principalmente, na dimensão social.

A desigualdade social, o desemprego, o analfabetismo e o abandono das crianças e adolescentes continuam constituindo o lastro das mazelas do Brasil contemporâneo. "A escandalosa desigualdade que concentra nas mãos de poucos a riqueza nacional, tem como conseqüências níveis dolorosos de pobreza e miséria", diz Carvalho. A concentração de terra nas mãos dos latifundiários continua e a reforma agrária é uma necessidade política. A falta de infra-estrutura nas periferias urbanas deixa em vulnerabilidade social grande contingente de humanos. As favelas proliferam e a estigmatização vilipendia sua população. O narcotráfico criou em muitas favelas, principalmente nas do Rio de Janeiro, uma espécie de sociedade paralela, com leis próprias, sistema de assistência, relações de poder e violência, onde a lei do silêncio prepondera. Os chefes do tráfico e sua estrutura substituem, em parte, a ineficiência do Estado brasileiro.

A cidadania brasileira nos últimos vinte anos merece um estudo mais aprofundado, devido à evolução histórica

Mas há também mudanças sociais significativas. A Constituição brasileira de 1988 trouxe importantes avanços sociais e trabalhistas - embora a onda neoliberal dos anos 1990 tenha eliminado muitos deles. Com a criação de diversos Conselhos da Criança e do Idoso, por exemplo, uma nova atuação deu-se no campo dos direitos humanos. As cotas para negros e índios nas universidades públicas e o ProUni (Programa Universidade Para Todos, que oferece bolsas para estudantes de baixa renda que estudaram em escolas públicas de ensino básico) foram políticas importantes para a inclusão sociocultural no ensino superior dos menos privilegiados.

Além disso, a regularização das aposentadorias deu melhores condições de vida aos idosos. O apoio às economias solidárias possibilitou oportunidades de renda para muitas pessoas excluídas do mercado de trabalho tradicional. O programa de luz para os moradores do meio rural possibilitou melhorias significativas, assim como a política

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