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Filosofia

Por:   •  1/4/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.079 Palavras (5 Páginas)  •  142 Visualizações

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[Mais um daqueles textos do Plínio]
Se você não gosta de ler muito, nem comece, vai fazer outra coisa, e também pense em escolher outro curso...

O por quê é difícil estudar

Muitos ainda falam comigo, talvez achando que eu por já ter passado tenho uma mística voz da experiência que outros que estejam no mesmo caminho ou então em outra dedicação não tenham. Ledo engano. Eu, assim como vocês talvez hoje, já fui desesperado, ansioso, nervoso e desanimado comigo mesmo e meus resultados.
O problema de estudar para um concurso de uma só prova, na maioria das vezes, é de que só temos uma bala para atingir um alvo muito preciso e cobiçado. Um alvo que será alvejado por talvez mais outros 200 candidatos para aquele alvo. Temos de ser atiradores de elite, num dia de escuridão completa, com um dos olhos vendados e a mão trêmula de emoção.
Mas como então conseguir o 'tiro perfeito'? Bom, normalmente os atiradores de elite treinam exaustivamente para conseguir 'suprimir' esses defeitos e fazer de suas fraquezas diferenciais para melhor execução de um único disparo que define uma vitória ou derrota. Aprendem a enxergar com um só olho um contexto gigante, mas ao mesmo tempo ter um só foco. Aprendem a buscar enxergar a luz cada vez mais dentro da escuridão e aproveitar toda a iluminação disponível. Aprendem a respirar e por aquele segundo prender o fôlego e deixar qualquer emoção de fora para um tiro exímio.
Mas, eu gosto mesmo de comparar quem tá fazendo vestibular, em especial para medicina, com outro tipo de profissional, nesse caso, atleta.
Vocês sabem como é o treino de um maratonista?
Bom, pra começar, eu acho que eu nunca vi um maratonista bonitão, sarado, de corpo musculosíssimo e que não aparentasse sofrer de plena inanição. Pessoas que competem em maratonas normalmente aparentam estar desgastadas, magras, sem dormir e às vezes até com alguma doença. São magras, altivas e de pernas entrocadas, porém finas. O treino para maratona vai não só numa alimentação, mas num paradoxo e sádico compêndio repetitivo de exaustão ao percorrer distâncias dantescas e inimagináveis, por exemplo para um corredor de 100m - Usain Bolt - que vive da explosão e de provas cronometradas em segundos, não horas.
Os maratonistas são castigados pelo tempo, pelo percurso e pelo seu próprio treino. Abrem mão de muitas vezes estarem fazendo coisas que um outro atleta do atletismo poderia fazer, como ter uma alimentação mais calórica e uma vida social mais intensa. A maioria treina desde às 6h da manhã e vai até as 18h, num mesmo trajeto.
Vocês sabem de onde vem o nome Maratona né? Eu presumo que sim, se estudam história.
Bom, onde eu tô querendo chegar? O vestibular é como uma maratona. Uma maratona? É, uma maratona.
É um longo percurso, no qual você tem que ter bagagem acumulada antes mesmo de competir. Não é uma prova de 100m, ou seja, não tem curto tempo e duração. É uma competição que necessita de tempo e preparo, físico, emocional, psicológico, etc. Necessita planejamento.
Nenhum maratonista corre toda a maratona com velocidade de prova de velocidade. Ela é uma prova de resistência. Vence quem aguentar mais tempo e conseguir ser mais ritmado, não quem for mais rápido e se desgastar logo nos primeiros metros.
Uma técnica que a elite dos maratonas normalmente usa, é dar um sprint inicial, para abrir posições de vantagem. Isso é comparável ao estudo no início do ano, pra ganhar ritmo, dar gás, começar bem e com moral alta consigo mesmo.
Entretanto, durante o percurso do meio da corrida, eles reduzem a velocidade e começam a manter ritmo, algumas vezes até o reduzindo se acham necessário ou para descansar em caso de observarem o adversário estar longe e estarem com uma confiança já.
E assim segue. Esse período pode ser comparado com o durante o ano. Não dá pra estudar com velocidade de prova de disparo e explosão durante todo o tempo sem que a cuca funda. Precisamos ter ritmo para ganhar confiança e estarmos aptos para continuar a corrida, mas também precisamos saber que somos feitos de carne e osso (e mais coisas também), que precisamos descansar o corpo e a mente.
Ao final, próximo da chegada, o maratonista volta a dar um sprint final, voltando a acelerar para ganhar o tempo que descansou ou ritmou, dando todo seu último gás para cruzar a linha de chegada. Aqui é o tempo antes da prova. Essa é a hora de olhar ao lado e ver o que está fraco, como se está, e se os adversários estiverem chegando próximos ou ainda a frente, pegar isso como motivação para usar tudo o que tem e além para conseguir ir em frente e ser melhor.
Parece fácil falar, e é. Na prática é muito mais difícil, porque cada uma de nossas maratonas é pessoal e incomparável. E claro, pode surgir um irlandês louco de kilt no meio e te atrapalhar.
O que eu quero aqui expor, é que agora é o tempo da metade da maratona, hora de manter ritmo, não de ganhar velocidade sem controle algum. Você está no período de manter o ritmo e até descansar, pois já veio até aqui como um cão atrás de uma lebre, mas agora é hora de respirar um pouco e oxigenar a cabeça.
Faça um pouco de festa, saia com os amigos, namore, veja um filme que não vê faz algum tempo, leia um livro interessante, seja você mesmo.
Não se consuma em férias ou em momentos de descanso achando que o mais rápido que ganha a corrida, não é assim.
Na maioria dos vestibulares não é quem acerta a questão mais difícil que passa, mas os que acertam mais e não erram as fáceis por cansaço e desatenção.
São aqueles que estão além de preparados para prova conteudista, estão também tão bem preparados para a prova emocional e psicológica que é o concurso seletivo.
Tenham calma amigos e amigas. Não sejam afobados. Lembrem-se da fábula da tartaruga e da lebre. Mas, também não sejam tartarugas durante todo o tempo.
Saibam escolher quando descansar e quando correr. Tenham fé em vocês mesmos e se preparem.
A corrida é árdua, comprida e sinuosa, às vezes com muita gente atrapalhando e criticando, mas acreditem: ser um dos que cruza a linha de chegada e sobe ao pódio vale todo o esforço.

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