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O PRINCIPE

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Por:   •  20/5/2014  •  4.688 Palavras (19 Páginas)  •  275 Visualizações

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NICCOLÒ MACHIAVELLI – 1469-1527

Nicolau Maquiavel nasceu em Florença em três de Maio de 1469, filho de Marietta di Lodovico Corsini e Bernardo Nicolau Maquiavel, este, doutor em leis. Desde pequeno aprendeu a conviver com os livros, principalmente os clássicos, na pequena biblioteca do pai. Aos doze anos redigia muito bem o latim.

Aos nove anos assiste ao assassinato de Juliano de Medici na Catedral de Florença e ao ferimento a Lourenço de Medici que escapa com vida numa tentativa de tomada do poder pelo sobrinho do papa Sisto IV. A curiosidade de Maquiavel é aguçada cada vez mais pelos fatos políticos da época.

Já aos vinte e nove anos(1498) assiste a ascenção e queda do frei dominicano Jeronino Savonarola, líder religioso que desafiava o poder papal que é enforcado e queimado em praça pública. É desta época a preocupação de Maquiavel com a figura política do chamado “profeta desarmado que nada pode contra a força” pois encontra muitos outros casos de príncipes sem exércitos que acabam caindo em desgraça.

Neste mesmo ano de 1498 torna-se segundo secretário da República de Florença, encarregado de assuntos diplomáticos, dos problemas internos e das questões bélicas. Isto lhe rende muitas viagens e também trava conhecimento com personagens importantes da época. Adquire fama de intelectual e arguto conselheiro. Lucidez, concisão e lógica de argumentação são virtudes inquestionáveis.

Como Chanceler em Veneza conhece César Borgia, figura temida e de grande determinação e astúcia que chama a atenção de Maquiavel pelo seu crescente êxito. Com a morte do papa AlexandreVI em 1512 assume o seu lugar o papa Júlio II que estava a dez anos no exílio. Este une-se ao Rei Aragão(Nápoles) para dominar Florença e reconduz a família Medici ao poder. Cai portanto o governo republicano de Soderini e Maquiavel é cassado e preso. Chega a ser torturado. Fica preso 22 dias porém com a ascenção do papa Leão X(um Medici) há uma anistia geral.

Isola-se então em sua propriedade rural e vive em ostracismo político. É neste período que escreve “O Príncipe”, fruto de sua intensa observação e vivência no mundo político. Sua vida é rotineira e simples como ele descreve em uma carta enviado ao amigo Francisco Vetor, a quem confia vários pedidos de intercessão junto aos Medici para voltar a vida pública. A obra é então dedicada aos Medici na esperança de ser reconduzido a um emprego publico; porém os tiranos o vêem como um republicano. Somente em 1520 é lembrado e convidado a escrever sobre Florença. Após isto os Medici caem novamente e em 1527 a república é restaurada. É então identificado como alguém que tinha ligações com os tiranos(Medicais) e definitivamente esquecido. Adoece e morre neste mesmo ano.

CONTEXTO HISTÓRICO

Já ao início do século XVI a Itália se apresenta dividida em pequenos principados. Seus governadores são déspotas sem tradição dinástica ou de direitos contestáveis. A crise na estrutura do poder era conseqüência da instabilidade política que tinha sua origem na ilegitimidade do poder. Só se mantinha o poder pelas armas e a força militar italiana era constituída por mercenários. Isto tornava instável a conquista e a manutenção do poder.

Havia um grande vazio: ausência de um poder central. Este vazio era ocupado por militares aventureiros (condottieri) – governantes astutos e bem armados. Conquistavam alguns principados para si e estabeleciam alianças com reis, cardeais e papas.

A Europa ocidental era monárquica e os principados italianos, presas fáceis. O cenário era de total desorganização política, militar e institucional devido ao anacronismo das cidades - estado e pela ausência de um poder central forte. A igreja, ainda que influente não conseguia dominar os Estados e também não encorajava a unificação dos principados, ducados, reinos e repúblicas sob o poder de um príncipe secular.

O restante da Europa cresce com o comércio. Alguns empresários italianos transferem o centro de decisão de seus negócios para a Inglaterra e França. A Itália estava dividida, como dissemos, em ducados, principados e repúblicas, todas rivais entre si. Neste contexto, a astúcia e traição eram freqüentes inclusive dentro do clero. Este é o cenário da realidade social à época em que foi escrito ‘O Príncipe”.

Era a época do Renascimento e a retomada dos clássico gregos e romanos substituía gradualmente o imobilismo da Idade Média (caráter teocêntrico) por um dinamismo indicado por uma nova visão do Homem (caráter antropocêntrico). Há uma tentativa da Itália de viver em paz através do Tratado de Lodi que pôs fim a guerra entre Milão e Veneza instituindo a Santíssima Liga com a participação destes e também da República de Florença, do reinado de Nápoles e o papado. Estes cinco principais governos unidos garantem um certo equilíbrio político por cerca de quarenta anos. Menos enfraquecida a Itália prospera e lidera o movimento renascentista.

A quebra do Tratado se dá durante o pontificado de Sisto IV. Em 1478, Florença então governada por Lourenço de Medici se torna hostil a Roma devido a política de fortalecimento dos Estados pontifícios. O papa Sisto IV aceita participar de uma conspiração para derrubar os Medici não sendo informado de todos os detalhes. Na catedral durante uma missa Juliano é assassinado e seu irmão Lourenço escapa com vida. Os algozes são presos, enforcados e esquartejados pela multidão. Lourenço de Medici sai fortalecido. Enfrenta de um lado a hostilidade de Veneza e de outro o papado unido a Nápoles.

Num gesto político audacioso parte sozinho a Nápoles para se encontrar com o rei. Diante da ameaça turca alia-se a Fernando I e desta forma Lourenço colhe grande vitória diplomática sobre o papa. Lourenço morre em 1492 e seu filho Pedro faz um reinado medíocre e é condenado ao exílio por ter se entregue covardemente ao rei Carlos VIII da França. Carlos VIII entra triunfante em Florença convencido de que é um emissário de Deus enviado para punir e reformar a Igreja conforme os sermões de um frei chamado Savonarola que se torna a personalidade dominante naquele momento.

O novo governo assume uma feição Teocrática com campanha moralista e religiosa elevada a um grau desconhecido mesmo na Idade Média.. Rapidamente entra em choque com o papa Alexandre VI; é excomungado e Florença é ameaçada com um interdito. Savonarola é preso pelo governo, torturado e morto em praça pública.

Maquiavel a tudo assiste tirando lições da brusca queda do líder religioso

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