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O que é ideologia vista na perspectiva do conhecimento humanoe qual a forma de supera-la?

Por:   •  25/9/2016  •  Dissertação  •  526 Palavras (3 Páginas)  •  350 Visualizações

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O que é ideologia vista na perspectiva do conhecimento humanoe qual a forma de supera-la?

Senso comum não é crítico. É carregado de preconceitos e ideias passadas de geração em geração, ligeiramente adaptadas conforme as experiências do grupo que o adotou. O bom senso é o “núcleo sadio do senso comum”. A dicotomia entre o trabalho intelectual e manual estimula as dificuldades de desenvolvimento do senso comum para bom senso, passagem que requer não somente a inclusão dos indivíduos em processos decisórios (democracia) como também estímulos à criação de um senso crítico. As divisões tão claramente baseadas em classe que determinam o acesso à educação, levaram à elitização do conhecimento, que afasta o homem dito leigo de ações e decisões que ele deveria ter condições de fazer. Um dos obstáculos na transição do senso comum para o bom senso é a Ideologia.  

A Ideologia inicialmente pode ser definida como um “corpo sistemático de ideias”. Ela pode oferecer diretrizes de ação para diversos aspectos da vida humana, desde o político ao pedagógico. Gramsci questiona uma suposta função interpretativa de realidades da Ideologia e prefere defini-la como como algo mais próximo de um orientador de ações e comportamentos humanos. Também considerando os aspectos da utilização política e dinâmica da Ideologia, Marx tornou-se referência nos estudos sobre o tema, definindo-a como instrumento de dominação.

Embora Gramsci teorize sobre aspectos positivos, não somente Marx como também Marilena Chauí e diversos outros filósofos alertam para o caráter manipulativo da Ideologia, que podem dar impressão de esmaecimento das diferenças sociais e introduzir um senso de união através de ideias como “nação” ou “humanidade”. A Ideologia é então interpretada como um frágil véu mascarando as divisões da sociedade e a precariedade de argumentos “vontade de Deus”, “dever moral” ou “ordem natural das coisas”. Como um exemplo bastante atual, a propagação do conceito de meritocracia, que evidencia o caráter nocivo da Ideologia que pretende afirmar a desigualdade social como consequência de um conjunto de ações individuais da classe oprimida e não como corolário das intransigências e prepotência da classe dominante.

Semelhantemente a outros aparelhos ideológicos mais evidentes do Estado como exército e tribunais, a escola também tem o potencial de reforçar as diferenças de classe através da introdução de doutrinação e disciplina. Sociólogos franceses observaram que escolas que reproduziam relações autoritárias e separavam a ação da teorização, repassavam um conhecimento prescindível e incapaz de efetuar uma mudança relevante em seus alunos, de modo a influenciar e remodelar as dinâmicas sociais. A descrição rasa e idealizada da realidade social reforça a altamente contestável Ideologia de que cada qual tem seu lugar e de que dele, não se pode fugir.

Visto que a ideologia está entranhada nos mais diversos setores da sociedade, o preenchimento dos lapsos argumentativos e equívocos da Ideologia fica por conta da elaboração de teorias críticas. Sendo a base da teoria a prática, um conhecimento dinâmico e mais distante das incoerências ideológicas tem o poder de enfraquecer a dominação de uma classe pela outra. A impossibilidade de construir teorias sem influências de ideias políticas não justifica abster-se da tentativa de reforma das situações de desigualdade e injustiça social.

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