PRAGMATISMO: UMA FILOSOFIA DA AÇÃO

TITULO

PRAGMATISMO: UMA FILOSOFIA DA AÇÃO

 De  Dewey a Paulo Freire

Autora: Edna M. M do Nascimento

        SUMARIO

PARTE I

1    INTRODUÇÃO....................................................................................................00

2         O NATURALISMO EMPÍRICO DE JOHN DEWEY.........................00

2.1        Evolução do pragmatismo.........................................................................00

2.2      Concepção de conhecimento.........................................................................00

2.3        Natureza e Experiência................................................................................00

3        CARACTERÍSTICAS DO MÉTODO NA EPISTEMOLOGIA DE   DEWEY......................................................................................................................

4        A EPISTEMOLOGIA INSTRUMENTALISTA DE DEWEY: OS USOS POSSÍVEIS....................................................................................................................

3        A PRESENÇA DO PRAGMATISMO DEWEYANO NA ATUAL CENA  FILÓSOFICA.................................................................................................................

3.1        Sidney Hook.................................................................................................

3.2        Williard Omar von Quine................................................................................

3.3        Paulo Freire.......................................................................................................

 3.4        Richard Rorty.....................................................................................................

PARTE II

4        CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................

5        REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................

1 INTRODUÇÃO

Eu quase nada sei. Mas desconfio de muita coisa.

Guimarães Rosa.

 John Dewey (1852-1959) desenvolveu uma concepção de conhecimento bem distinta das tradicionais elaborações da filosofia clássica. Ele opera uma reconstrução no sistema epistemológico da tradição, avançando no que diz respeito à rejeição ao modelo de filosofia apriorística. Apresentaremos os elementos principais de sua epistemologia, bem como a relação entre suas teses centrais - o naturalismo e o realismo filosófico e, intentaremos articular sua concepção epistemológica à de filósofos da atualidade, a exemplo de Sidney Hook, Quine, Putnam, Paulo Freire e Richard Rorty.

Analisaremos nesta pesquisa a atualidade das ideias de Dewey considerando os usos e revisões elaborados por seus sucessores. Do ponto de vista da continuidade das ideias de Dewey, escolhemos observar o pensamento de Sidney Hook. De um ponto de vista revisionista apresentaremos o pensamento de Putnam e Quine, especialmente no último a sua epistemologia naturalizada e, considerando que epistemologia deweyana só tem razão de ser inserida num projeto politico pedagógico de uma práxis transformadora abordaremos a influencia de Dewey na obra do educador brasileiro Paulo Freire e por último, discutiremos a posição de Richard Rorty entendida como interpretação mais radical resultante dos usos empreendidos pelo neopragmatismo.

Crítico da Epistemologia clássica Dewey produz uma concepção filosófica de conhecimento que merece a devida atenção, especialmente em virtude da atualidade de suas ideias no contexto atual da filosofia. Dewey tem uma atitude filosófica que difere dos outros filósofos. Pode se dizer que é o seu esforço em libertar a filosofia de uma atitude ensimesmada, despojando-a de falsas roupagens e devolvendo seu traço originário que é a imersão no mundo, compartilhando intelectualmente dos problemas que afligem os homens históricos, na contingência de suas vidas.^[1]

Neste trabalho, desenvolveremos uma investigação sobre a concepção de conhecimento em Dewey. A natureza da epistemologia que o pragmatista defende, explorando a caracterização de uma epistemologia que seja de base naturalista e realista. Realizaremos uma investigação sobre as categorias conceituais “natureza”, “experiência”, “método” e discutiremos o caráter prático da epistemologia, nas dimensões educacionais e políticas e por último articularemos a filosofia de John Dewey a atual etapa da epistemologia, especialmente buscando aproximações com os enfoques que consideram a relação entre mente e mundo, derivados de mediações resultantes de complexidade e interações holísticas

2 O NATURALISMO EMPÍRICO DE JOHN DEWEY

2.1 A Evolução do Pragmatismo

Antes de dar início à discussão sobre o naturalismo de Dewey constará no texto algumas notas introdutórias sobre a evolução do pragmatismo. A propósito disto, em 1925, Dewey publicou um ensaio que tratava da “Evolução do Pragmatismo Norte Americano” com o propósito de definir as principais teses deste movimento filosófico que ficou conhecido como pragmatismo, instrumentalismo e experimentalismo.

As origens do pragmatismo remontam a Charles Sanders Peirce (1839-1914) filho de um dos mais célebres matemáticos dos Estados Unidos^[2], Peirce é considerado um dos fundadores deste movimento. Em finais do século XIX e começo do século XX, mais precisamente, na década de 1870, um grupo de intelectuais de Cambridge, Massachusetts, liderado por Pierce se reuniu para discutir filosofia. Esse grupo, de maneira irônica, se autodenominou The Metaphysical Club [Clube Metafísico] - uma alusão crítica à metafísica clássica e ao mesmo tempo uma tomada de posição em defesa de uma filosofia pragmática.  O grupo incluía além de Peirce, outros pensadores, a exemplo de William James, Oliver Wendell Holmes Jr. e Nicholas Saint John Green.  Por infelicidade, Peirce não foi um escritor sistemático porque não organizou suas ideias em um único sistema.

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