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PROFILO – UFPE – MESTRADO FILOSOFIA

Por:   •  4/3/2020  •  Resenha  •  1.711 Palavras (7 Páginas)  •  140 Visualizações

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PROFILO – UFPE – MESTRADO FILOSOFIA

Ginaldo Alves Pereira

RESENHA CRÍTICA

1. OBRA: 

KOHAN, W. O mestre inventor: Relatos de um viajante educador. Tradução Hélia Freitas. 1. ed.; 1. reimp. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2015.

2. RESUMO

        A obra o mestre inventor de Walter Cohan está situada entre a galeria de escritos educacionais que buscam encontrar novas formas de ver a educação, redirecionar o olhar formativo para outros caminhos e aspectos do ensinar que eram desconsideradas pela prática docente. A presente obra desenvolve uma reflexão sobre a experiência educacional de Simón Rodriguez grande educador venezuelano que foi professor de Simón Bolivar, que posteriormente lhe incumbiu de pensar a educação da Pátria Grande.

        Cohan inicia sua reflexão fazendo uma apresentação da educação de Simon Rodrigues, posteriormente narra a história do menino Thomas que influenciou a forma de pensar a educação de Simón Rodriguez, que em sua prática educacional, um dia foi surpreendido por uma experiência de conhecimento de um menino fora do contexto da escola. Enquanto brincava com as crianças em muitas travessuras, as quais Simón considerava importante para aprendizagem, Thomas olhava de fora, pois não fazia parte do grupo, eles brincavam de jogar o chapéu em um vaso até o chapéu ficar preso em uma árvore, nenhuma criança encontrou uma forma de tirá-lo de lá, mas Thomas lhe deu uma ideia, isso foi brilhante, Simon o chamou para entrar no grupo.

        Essa experiência fez Simon Rodriguez perceber que a educação não é apenas algo que é transmitido, mas a vida ensina, isso mexeu com suas concepção e lhe causou inquietações, pois ficava a pensar a razão pela qual essas outras crianças não tinham educação também.  Pois, o caso de Thomas era de um negro, criança e estrangeiro que não passou pela escola, mas nele há conhecimento, mas com outras linguagens, todas essas indagações passavam pela cabeça de Simón.

        No primeiro capítulo o autor inicia a reflexão de pensar uma educação a partir da experiência de Simon Rodriguez, o qual narra suas viagens que muito acrescentaram em sua visão educacional. As viagens o fizeram tematizar mais a experiência de Thomas, uma vez que Simón já não enxergava o mundo a partir do seu lugar de origem, o mundo está aberto e ele se sente em casa em todos os lugares, pois todos tem conhecimento para partilhar, novas experiências a dar conhecimento.

        Através das experiências das viagens e de Thomas, Simón Rodriguez defendeu criação das escolas pública para todos, nesse meio surge a relação com Bolivar, o qual os caminhos insistem em se cruzar. As viagens pela Jamaica, Estados Unidos, Europa e outros países da América o fizeram perceber o mundo como um todo, uma pátria única, a educação deve ser para vida no mundo, não apenas para um projeto de um local.  Ao lado de Bolivar iniciam um projeto de educação popular que criam escolas publicas para todos, no Peru criam também escolas para meninas de todas as classes.

        Cohan conclui o primeiro capítulo com a temática do ‘mestre errante’, para definir a experiência educacional de Simón, que enxergava uma forma diferente de educar, ele usa o conto da árvore, tradicional na educação, das raízes, tronco, galhas, folhas e frutos, onde o fundamental estava nas raízes. Em Simón Rodriguez a educação não deve ser sistemática prevendo resultados, mas deve se adequar às mudanças, ao movimento da vida. Professor ensina também no erro, assim como os alunos aprendem com as experiências do errar. Em tudo isso, sobressai uma nova maneira de ver a educação, um ensinar pela vida, pelo está atento àquilo que acontece.

        No segundo capítulo Cohan desenvolve a ideia de ‘ensaiar a própria escola’, onde ressalta que a experiência do menino Thomas nunca saiu da visão educacional de Simón Rodriguez. Este desenvolveu escritos com uma linguagem mais elevada, mas sem perder aquele mesmo ideal, pode-se perceber que a linguagem é algo presente, pois percebe a educação também na arte, a pintura pode ensinar, a própria escrita é uma arte que comunica, em outros tipos de manifestações artísticas pode-se encontrar coisas que a educação formal busca ensinar.

        Simon Rodriguez enfrentou outras formas de educação tradicional da época que se baseavam na memorização pela repetição e reprodução daquilo que se mostra. Rodriguez era crítico desse sistema, pois era bom para o estado republicano construído de pessoas dóceis e passivas, prontas para obedecer e reproduzir o modo de vida vigente. O modelo educacional de Simón Rodriguez exige “um professor que pense, que invente, que se preocupe com todos e cada um e que não aplique cegamente alguns preceitos para transmitir calmamente um saber”. Por isso a educação em Simón Rodriguez busca viver o aberto de ‘inventar ou errar com Thomas’, pois sua educação pensa a transformação formativa de crianças como Thomas, ou seja, a consideração da condição social dos alunos.

        No terceiro capítulo Cohan desenvolve a ideia de ‘inventar a educação popular’, onde desenvolve uma escola na visão da experiência educacional de Thomaz, em aprender com a vida, com outras formas de saber, também em ter acesso a educação de crianças de todas as condições. Também, existe o fato do agir docente, como se deve educar, nisso há uma distinção entre instruir e educar, pois um professor educador considera as várias situações da aprendizagem.

Neste sentido o professor deve ser perpassado pela alegria de ensinar, de construir saber junto com os alunos, nisso pode-se cativar a atenção, um caso é o ensinar com as brincadeiras, onde se cativa e se faz prender a atenção dos alunos. Com essas ações pode-se desenvolver uma escola popular de hospitalidade, sem um sentido de indisposição que é muito comum na relação escola/aluno.

Nisto, conclui com o último capítulo, o qual desenvolve a ideia de escola e antiescola, onde fala da relação entre escola e filosofia, e compara Simón Rodriguez com Sócrates, no sentido de ir contrário à maré, por fazer os alunos pensarem, isso é importante para fazer uma educação para a vida, pois esta se dá, na sua plenitude, no encontro de si. Neste sentido, conclui a obra com um epílogo sobre a importância da educação para vida política, uma participação ativa na construção e revolução social.    

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