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RESENHA DO LIVRO: O QUE É EDUCAÇÃO?

Por:   •  17/10/2017  •  Resenha  •  1.567 Palavras (7 Páginas)  •  302 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARA

CENTRO DE HUMANIDADES - FÁTIMA

 GRADUAÇÃO EM FILOSOFIA

FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO – 24AB – MICHAEL MELO

SÉRGIO FELIPE SOUSA SAMPAIO

 RESENHA DO LIVRO: O QUE É EDUCAÇÃO?

FORTALEZA

2017


O livro começa a narrativa por nos mostrar que educação estar em tudo que nos cerca, pois mesmo sem perceber estamos o tempo todo aprendendo ou ensinado algo, ou mesmo ambos, seja em casa ou na escola o convívio acaba misturando a vida com a educação. É citado como exemplo dessa mistura o jeito de educar nas aldeias que o ensino é dado pelos mais velhos da tribo para os mais jovens. Os meninos são ensinados entre jogos e brincadeiras a caçar e guerrilhar, as meninas ensinadas por companheiras de idade, por suas mães, avós, irmãs mais velhas e pelas anciãs da tribo a fazerem artesanato e a alguns tipos de magias, por estar associado ao modo de vida que levamos a educação pode ser encarada com vários tipos de interpretações, foi o que aconteceu a muitos anos nos Estados Unidos, em relação a educação dos índios.

Logo que foi assinado o tratado de paz com os índios em Maryland e Virginia nos Estados Unidos, há alguns anos atrás foi oferecido aos índios pelos governantes que os mesmos enviassem seus jovens ás escolas, os índios por sua vez responderam agradecendo, porém, recusando a proposta através de uma carta na qual dizia “... nós estamos convencidos, portanto, que os senhores desejam o bem para nós e agradecemos de todo o coração. Mas aqueles que são sábios reconhecem que diferentes nações têm concepções diferentes das coisas, e sendo assim, os senhores não ficarão ofendidos ao saber que vossa ideia de educação não é a mesma que a nossa.

...Muitos dos bravos guerreiros foram formados nas escolas do Norte e aprenderam toda a vossa ciência. Mas, quando eles voltaram para nós, eram maus corredores, ignorantes da vida da floresta e incapazes de suportarem o frio e a fome. Não sabiam como caçar o veado, matar o inimigo e construir uma cabana, e falavam a nossa língua muito mal. Eles eram portanto, totalmente inúteis. Não serviam como guerreiros ou como conselheiros. (...)”

Esta carta mostra que não há uma forma única nem um modelo de educação universal; a escola não é único lugar onde se é possível aprender algo e o professor profissional não é o único portador de conhecimento ou o único capaz de transpassar seu conhecimento, e que existe em cada povo ou categoria de sujeitos terá sua própria forma de educar-se, fazendo assim a educação ter várias formas singulares para ensinar a um sujeito seu papel nessa sociedade.

Dá família a comunidade, a educação existe em todos os mundos sociais, antes sem professores especialistas, depois com a chegada de professores a criação de escolas e métodos pedagógicos. Sendo assim, a educação mais uma do modo de vida dos grupos sociais que criam e recriam, entre tantas outras invenções de sua cultura, em sua sociedade. Por isso, mesmo os índios sabiam que a educação do colonizador, que contém também um saber e ajuda a confirmar aparente legalidade de seus atos de domínio, na verdade não serve para ser a educação do colonizado, não serve nem existe contra uma educação que ele, não obstante dominado, também possui como um dos seus recursos, em seu mundo, dentro de sua cultura, sua sociedade.

Como vimos até aqui, a educação participa do processo de produção de crenças e ideias de qualificações e especialidades que envolvem as trocas de símbolos, de bens e poderes que em conjunto constroem tipos de sociedade. Mas na pratica a mesma educação que ensina, pode deseducar e correr o risco de fazer o contrário do que se pensa fazer ou inventar que pode fazer. Esta educação, que vai além da adquirida na família, igreja e comunidade, mas que é moldada com teorias, conceitos e métodos, é utilizada para que a manutenção das hierarquias sociais. Neste momento, segundo o autor, “a educação vira ensino”.

Ele explana que esta concepção de educação forma e reforça as diferenças, valorizando um grupo em detrimento a outros: homens e mulheres, ricos e pobres, negros e brancos, chefe e empregado, criança e adultos, professor e aluno. Ele explica que esta “divisão social do saber”, como coloca, não acontece somente em sociedades complexas, mas em tribos e comunidades muito simples, quando dividem o trabalho das mulheres e dos homens, por exemplo.
Brandão defende, no entanto, que a sociedade, mesmo que divida e hierarquize o saber, não abandona por inteiro as formas livres, familiares e comunitárias de educação. Segundo ele, “em todos os cantos do mundo, primeiro a educação existe como um inventário amplo de relações interpessoais diretas no âmbito familiar”. A isto ele chama de “rede de trocas de saber universal”, a forma mais “persistente na sociedade humana”. E assim, mesmo onde há o ensino formal, dividido e hierarquizado, o espaço educacional, ou seja, onde se aprende e ensina realmente para a vida, não é o escolar
.

Brandão ressalta também a diferença entre a educação grega e a romana, que acreditava que a educação da criança era uma tarefa doméstica. A criança aprendia em casa, com os mais velhos, principalmente os valores do mundo dos “mais velhos”, dos seus antepassados, independente da classe social: cabia aos pais educar as crianças, fossem ricas ou pobres. Mas da mesma forma, com o passar do tempo, a educação também é dividida entre ricos e pobres, senhores e servos. Em Roma é criado a schola publica, mantida pelos cofres dos municípios. Até hoje, a divisão por idade, bem como a educação antes dos sete feita pelos pais, é mantida em nossa sociedade.
Brandão ressalta que o educador, neste período, serviu como instrumento para a expansão do império, pois onde a espada não chegava para conquistar, a vida e a cultura dos romanos cumpria esta função.

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