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RESENHA DO LIVRO “UTOPIA” DE THOMAS MORE

Por:   •  5/6/2019  •  Resenha  •  1.650 Palavras (7 Páginas)  •  301 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS

BERNARDO CALDAS DE SOUZA

RESENHA DO LIVRO “UTOPIA” DE THOMAS MORE

Teorias do Urbanismo II

Pelotas, RS

2019

Identificação, apresentação e estruturação da obra

A presente resenha trata do livro renomado e muito conhecido no mundo todo “Utopia” de Thomas More. Escrito primeiramente em Latim e traduzido para inúmeros idiomas, foi lançado em 1516. Utopia em sua etimologia, remete a “não lugar”, um lugar inexistente, idealizado pelo autor. O livro decorre justamente a partir da ideia do título, e descreve um local onde a vida existe em sua perfeição, um lugar que tira dos que lá habitam seu melhor lado.

A obra se divide em dois capítulos principais, o primeiro, narrado por Thomas More, trata de temas polêmicos das sociedades do velho continente. Já o segundo se divide em 17 partes, e descreve o lugar Utopia sob a narrativa de Rafael Hitlodeu. O segundo capítulo fala pormenorizadamente sobre cada aspecto e organização do local.

A obra

A primeira parte do livro de More se desenvolve a partir do seu envio, por parte do então Rei da Inglaterra, Henrique VII, para Flandres, como embaixador. Em suas experiencias e convívios, quando parte para Antuérpia, Thomas conhece, a partir de Peter Giles, identificado como Rafael Hitlodeu, que se torna base para o decorrer do capítulo e introduz o contato com Utopia. Através de inúmeras histórias e vivências de Rafael em diversos países, More vai descrevendo sob a perspectiva de Hitlodeu, o desenvolvimento de nações e suas características, discursadas as vezes de maneira negativa e outras de modo positivo. Ao longo do texto, Rafael é contestado por não se colocar a disposição de algum Rei, mas o mesmo contrapõe argumentando sobre a falta de consenso e o impedimento devido ao ego dos governantes e dos que o cercam. Em seguida, Hitlodeu começa a decorrer sobre justiça e prioridades dos governos, e insere na narrativa o contraponto da Utopia.

Em uma primeira perspectiva, um ponto crítico do início do livro vem à tona acerca da perspectiva de Rafael Hitlodeu sobre a pena de morte em casos de roubo, após um leigo defende-la. O intelectual critica essa perspectiva, alegando que pessoas são condicionadas a roubar, pois o Estado não provém assistência necessária para sua sobrevivência, e cita exemplos, que vão da situação da França na época até a própria Inglaterra, onde o governo não providenciava os meios de subsistência para o povo com dificuldades. Tomando como base essa perspectiva, Rafael comenta sobre a interrelação da propriedade privada e da má distribuição de renda, e aproveita a ideia para falar de Utopia, onde a propriedade privada é abolida e o bem-estar social é naturalmente garantido, compartilhando tudo e qualquer coisa. Rafael ainda diz que o povo de Utopia é superior pela vontade de aprender acerca de qualquer coisa, que venha de qualquer lugar, seja de dentro ou de fora de sua cultura. Sendo assim, o Livro um tem fim, com uma suplica de More e Peter para o intelectual contar sobre os pormenores de Utopia.

Para dar continuidade ao livro, o narrador se altera para Rafael, que então começa a descrever a nação da qual tanto admira. Ele começa falando sobre o território que Utopia ocupa, classificando-a como uma ilha em forma de meia lua, que foi manualmente transformada no comando de Utopus, com a abertura dos canais para ser tomada por mar em suas voltas. Em seguida, Rafael fala sobre as 54 cidades que a compõem, que, sem distinção de leis, costumes e leis, são administradas pela capital Amaurota, que fica no centro geométrico da ilha. As cidades tem basicamente o mesmo traçado e características arquitetônicas, e não tem perspectiva de crescimento, evitando a superpopulação. Dando continuidade, parte-se para divisão social de Utopia.

Utopia é dividida em campo e espaço urbano. No campo temos casas que abrigam de 30 a 40 pessoas, que rotativamente de 2 em 2 anos, são substituídas por outras que vem da cidade. O oficio da agricultura é obrigatório a todos, além de um outro, a escolha da pessoa. As casas de campo são administradas por Filarcas, chefes de tribo. Todo excedente produzido no campo é armazenado e doado aos vizinhos necessitados. No espaço urbano, temos quarteirões com jardins internos, todo ano realizam-se competições de jardins. As casas de Utopia têm portas que facilitam a transição do interno e externo, já que tudo é de todos. A cada dez anos, as famílias trocam de casa através de sorteio. Ao todo, são 200 filarcas elegidos pelo povo, que escolhem o príncipe através de voto secreto.

Com base no principio da igualdade em Utopia, todas as pessoas se vestem da mesma forma, distinguindo-se apenas em gênero feminino e masculino, e entre pessoas casadas e solteiras. Todas as pessoas das cidades de Utopia trabalham 6 horas por dia, e nas horas restantes são oferecidas diversas atividades culturais, que fomentam a produção do local. As instituições de Utopia são fortes, e provem aos cidadãos tudo que eles necessitam, mas também controlam tudo o que é do povo, até o número de filhos e a quantidade de famílias por cidade. Voltando para o aspecto formal das cidades, todas elas possuem um refeitório por quarteirão, alimentando, cada um, 30 famílias, e abrigando os filarcas. Existem 4 hospitais nos arredores da cidade, pela preocupação da nação de tratar os doentes e não os abandonar.

Ainda descrevendo as características da terra que tanto admira, Rafael, ao falar, mostra um lugar perfeito, onde pessoas são isentas da preocupação com o ego e possuem uma empatia idealizada. Exemplificando isso, ele cita os mercados, que oferecem produtos nos quais ninguém precisa pagar, desde que se tenha bom senso e não se cometa exageros. Rafael conta que nesse lugar não existe tempo para o ócio e a preguiça, uma vez que lugares que estimulam tal atividades não existem e o povo não sente falta, por ser muito esclarecido. Com base no descrito acima, conclui-se os pontos chave do local que More descreve: na Utopia não há vaidade, nobreza, avareza, má distribuição de renda, competição. Na Utopia, todos são iguais, e vivem, sabendo disso, em completa harmonia.

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