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Realidades empíricas

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Por:   •  13/6/2013  •  Resenha  •  420 Palavras (2 Páginas)  •  263 Visualizações

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O conhecimento científico, embora não tenha o seu fundamento na experiência, começa com ela e por isso só pode ser conhecimento de realidades empíricas.

Conhecer é estabelecer relações de causalidade entre aquilo que se relaciona com o sujeito. Como é que as coisas se podem relacionar comigo? Se se manifestarem no espaço e no tempo, ou seja, se eu as puder espacializar e temporalizar mediante as formas da minha sensibilidade. Isto quer dizer que o conhecimento científico não é produzido pela sensibilidade, mas só pode ser acerca dos dados que esta recebe. Todo o conhecimento possível ao homem está limitado ao campo dos objectos que eu posso enquadrar no espaço e no tempo, aos dados da intuição empírica ou sensível.

Assim, os dados sensíveis são o que a sensibilidade coloca ao dispor do entendimento e do seu conceito por excelência: o conceito de causa. A relação causal que este estabelece, está limitada aos dados sensíveis ou fenómenos. O vínculo causa-efeito consistirá então em explicar um fenómeno mediante outro, fazendo de um a causa do outro, e nunca poderá consistir em explicar um fenómeno mediante algo que não seja fenómeno. O conceito de causa só pode, portanto, ter um uso imanente, limitado aos dados sensíveis, só pode funcionar no interior desses limites espácio-temporais. Por isso, nunca se poderá considerar científica uma afirmação do género: "Deus é causa disto ou daquilo". Só podemos atribuir a propriedade de causar isto ou aquilo (este ou aquele fenómeno) a algo que também seja fenómeno.

Conclusão: a metafísica enquanto pretensa ciência de realidades que transcendem o plano espácio-temporal, que não podem ser nele enquadradas pela nossa sensibilidade, não tem direito ao título da ciência.

Se eu pretendesse demonstrar a existência de Deus como causa do mundo (do conjunto dos fenómenos), estaria a usar o conceito de causa de uma forma ilegítima (uso transcendente e não imanente). O conceito de causa só serve para estabelecer relações entre as coisas que comigo se relacionam (os fenómenos), ou seja, para relacionar um fenómeno (uma realidade sensível) com outra realidade que só pode, por sua vez, ser fenómeno. Se fazemos de Deus causa do mundo e julgamos assim demonstrar a sua existência estamos a iludir-nos porque Deus, sendo concebido como eterno e incorpóreo, não é enquadrável no espaço e no tempo, não é fenómeno. Ora aquilo que consideramos ser causa e aquilo que consideramos ser efeito têm ambos de pertencer ao plano do espaço e do tempo, têm de ser fenómenos. Não pode, pois, haver um conhecimento científico de Deus, realidade metafísica, transcendente, supra-sensível.

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