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Solidão Do Conhecimento

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Por:   •  8/11/2013  •  1.615 Palavras (7 Páginas)  •  208 Visualizações

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Solidão do conhecimento

Os enfrentamentos para quem pensa filosoficamente

Preconceitos, mal-entendidos, interpretações dúbias, subentendimento, ambiguidade... Quem nunca passou por uma situação dessa complexidade? Se refletirmos a fundo, o que se apresenta banal a alguns, muitas vezes é complexo e incompreensível a outros. Assim nada passa a ser tão simples e evidente como achamos. Discutir filosoficamente, falar sobre Filosofia ou, quem sabe, chegar ao extremo de apresentar-se como profissão: filósofo, é algo que se chama atualmente de enfrentar o INEXTRICÁVEL.

Algo embaraçoso? Muito mais do que isso, pode ser visto até como enfrentar um preconceito social, tamanho é o desentendimento e a falta de informação da sociedade com relação a essa profissão. A busca aqui é tentar acabar com o obscurantismo, é como filosoficamente Descartes discutia: tentar desvendar os olhos de quem “passa a vida de olhos fechados sem jamais procurar abrilos”, clarear o pensamento de pessoas que acabam se tornando cegas voluntariamente, à mercê das ilusões propagadas de geração para geração e das manipulações sistemáticas. E é nesta semântica que se concretiza as duas grandes atitudes do erro: a prevenção e a precipitação.

A prevenção “é a facilidade com que nosso espírito se deixa levar pelas opiniões e ideias alheias, sem se preocupar em verificar se são ou não verdadeiras. São as opiniões que se cristalizam em nós sob a forma de preconceitos (colocados em nós por pais, professores, livros, autoridades) e que escravizam nosso pensamento, impedindo-nos de pensar e de investigar. Já a precipitação, corresponde à facilidade e à velocidade com que nossa vontade nos faz emitir juízos sobre as coisas antes de verificarmos se nossas ideias são ou não são verdadeiras. São opiniões que emitimos em consequência de nossa vontade ser mais forte e poderosa do que nosso intelecto. Originam-se no conhecimento sensível, na imaginação, na linguagem e na memória.” (DESCARTES apud CHAUÍ, 2003, p. 127).

Preconceito

“Há diversas complicações inerentes ao conceito de preconceito. Uma delas se refere a que o indivíduo preconceituoso tende a desenvolver preconceitos em relação a diversos objetos – ao judeu, ao negro, ao homossexual, etc. -, o que já indica uma forma de atuação desenvolvida por ele de certa maneira independente das características dos objetos alvos do preconceito, que são distintos entre si. Isto mostra que o preconceito diz mais respeito às necessidades do preconceituoso do que às características de seus objetos, pois cada um desses é imaginariamente dotado de aspectos distintos daquilo que eles são.” (CROCHIK, 2006, p. 13-14)

Esses impulsionamentos possibilitam a grande abertura à existência do preconceito, ao conhecimento sensível, porém, esse só será combatido pelo conhecimento verdadeiro, o qual, para Descartes, se possibilitará na busca pelo conhecimento puramente intelectual. Entretanto, para tal, é necessário um “Incansável trabalho de distanciamento reflexivo, a análise filosófica exige colocar nosso espírito ‘à espreita’, atento àquilo que lhe é apresentado para exame e também pronto a discernir seus próprios subentendidos.” (ARONDEL-ROHAUT, 2005, p. 6). Certamente o oposto disso ocorre quando o preconceito permeia pensamentos e atitudes.

O conceito de preconceito não está inserido simplesmente em uma discussão específica ou em uma ciência única. O preconceito, além de estar no âmago psicológico e se apresentar como uma construção sociológica também traz construções diferenciadas a cada contexto preconceituoso.

No contexto psicológico, partindo do cerne do indivíduo, não seria possível a existência das interioridades caso essa não se contraponha à exterioridade, mas não simplesmente se contrapondo e sim “uma interioridade que surge a partir desse mesmo exterior, o que implica que o indivíduo é produto da cultura, mas dela se diferencia por sua singularidade. Quando o indivíduo não pode dela se diferenciar, por demasia identificação, torna-se o seu reprodutor, sem representar ou expressar críticas que permitiriam modificá-la; se o indivíduo somente se contrapõe a ela, não se reconhecendo nela, coloca a própria possibilidade da cultura em risco.” (CROCHIK, 2006, p. 15)

O preconceito é um mecanismo muitas vezes desenvolvido pelos indivíduos na busca da dicotomia e na diferenciação entre o bem e o mal, ou até mesmo que se apresente aos que se defendem de ameaças imaginárias, bloqueando a visão da realidade, tornado- a falsa ou deficitária por algo que lhes foi impedido de enxergar ou que contém elementos que gostariam de ser ou ter para si mas que se veem obrigados a não ser ou ter. (FREUD apud CHAUÍ, 2003)

Profissões excluídas

“Na relação entre a identificação de características do preconceituoso e a diversidade de conteúdos que percebe em suas vítimas, apresenta-se na base, a relação entre indivíduo e sociedade. Isto porque a fixidez de um mesmo tipo de comportamento se relaciona com estereótipos oriundos da cultura, que embora se diferenciem em diversos objetos que tentam expressar, não se confundem com eles; é dizer: à diversidade com que a roupagem dos estereótipos culturais reveste os seus objetos, corresponde a uma fixidez de comportamento no preconceituoso. Essa relação não é direta, pois o indivíduo se apropria dos estereótipos e os modifica de acordo com as suas necessidades; contudo, as ideias sobre o objeto do preconceito não surgem do nada, mas da própria cultura.” (CROCHIK, 2006, p. 14).

Entretanto, no contexto da formação de grupo e nos posicionamentos históricos e culturais não se pode trazer contratempos e afirmações a respostas sociológicas não plausíveis com um Determinismo Geográfico, afinal, o local que estamos inseridos não determina a maneira que somos, assim, a cultura daquele local pode simplesmente INFLUENCIAR o modo de agirmos e pensarmos. É nesse parâmetro que os conceitos formados socialmente podem ser respondidos de uma maneira exclusiva e problemática socialmente; é nessa influência de formação cultural que muitas vezes ocorrem frutos preconceituosos que podem ser passados de geração para geração, ou até, pensando em um patamar positivo, combatidos após alguma transformação reflexiva. Porém, ainda não é o que ocorre com relação aos preconceitos aos que pensam filosoficamente.

Por fim, posteriormente aos apontamentos psicológicos e sociológicos, até

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