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Um olhar para novas gerações Hans jonas

Por:   •  28/10/2016  •  Artigo  •  7.163 Palavras (29 Páginas)  •  325 Visualizações

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Um olhar para as gerações futuras

RESUMO

O presente trabalho pretende refletir acerca do problema apresentado a ética numa perspectiva do filósofo Hans Jonas. Advertimos que refletimos o objeto meio ambiente apenas no tocante introdutório ao princípio responsabilidade me Hans Jonas. Para isso, analisamos a obra, o princípio responsabilidade e podemos perceber que, o ponto primordial da ética na concepção de Hans Jonas é a questão da responsabilidade voltada para a natureza. Este voltar-se não deixa de lado nenhum ser vivo que compõe a natureza. Quando falamos de natureza nos referimos tanto ao ser racional como ao seres irracionais, ou seja, trata-se de uma generalização da natureza. O filósofo estudado critica as éticas tradicionais a qual estavam alheias a um agir ecológico. Com sua teoria é necessário enxergar a natureza como um organismo vivo e ligado uns com os outros. O próprio inimigo da natureza é o próprio homem que utiliza a técnica de formas exagerada para fins de interesse próprio. A natureza não era tratada como assunto de responsabilidade humana. Segundo Hans Jonas cabe ao ser humano por ser racional, se preocupar com as futuras gerações e não somente com o presente. A forma de responder a isso seria zelando pelo meio ambiente, que agora, nossa nova visão ética deve ser vista como a casa do ser humano. Refletindo, poderíamos agir de forma mais cautelosa, pois é a vida que está em jogo. Desse modo o amanhã é resultado do hoje. Poderíamos dizer que a nova ética é uma ética do agora e do futuro, pois buscam através da responsabilidade a vida. Pois, nosso agir interfere na felicidade das gerações vindouras. Nisso, como poderíamos usufruir o que a natureza dispõe sem maltratarmos ou desorganizarmos nossa própria casa que é a natureza, já que necessitamos usar o que ela oferece.

Palavras-chave: responsabilidade, natureza, homem.

Introdução

Hans Jonas inicia a construção de sua ética fazendo uma crítica às éticas anteriores. Segundo ele, os pressupostos das éticas anteriores perderam sua validade, pois a natureza do agir humano foi modificada, devido à incorporação da técnica moderna. O homem nunca esteve desprovido da técnica, entretanto, há uma diferença entre a técnica anteriormente existente, e a técnica moderna. Logo, se a natureza do agir humano foi modificada, a ética tem de ser modificada, pois esta diz respeito ao agir humano. Portanto, se o agir humano foi ampliado pela técnica, os domínios da ética deverão ser ampliados de forma proporcional. Jonas utiliza o canto coral de Antígona para mostrar que desde a antiguidade o homem agia na natureza através da técnica. O homem também era colocado como sendo o ser mais alto na hierarquia dos seres existentes, pois ele é dotado de capacidade de agir e monopolizar a natureza, usando a técnica sobre ele em proveito próprio. O homem é capaz de agir modificando as circunstâncias em seu benefício. Ele é construtor de sua própria vida social, embora essa vida por vezes agrida a natureza e os outros seres. O homem constrói cidades para se abrigar da força da natureza e para civilizar-se. É dito que a violação da natureza e a civilização do homem caminham de mãos dada.O homem constrói a cidade como forma de se proteger da natureza e de se tornar social, entretanto, ele acaba agredindo-a, pois começa a achar-se soberano entre as espécies que habitam a terra. Apesar de tudo, no canto coral de Antígona e mostrado, de forma subentendida, a pequenez do homem em relação aos elementos naturais. Pois apesar dele agir tais elementos, estes não se esgotam. Tão pouco, têm seu ciclo perene alterado, pois apesar do homem arar o solo e se alimentar de peixes do oceano, as forças geradoras da natureza não se esgortam. Entretanto, tudo isto só foi válido antes de nossos tempos. Pois a capacidade e abrangência das ações humanas foram ampliadas, ao ponto de poder interferir nos ciclos da natureza e agredi-la. O canto coral de Antígona reflete apenas a capacidade que o homem tinha anteriormente, nessa época suas ações não interferiam nos ciclos naturais. No entanto, isto se modificou, e como foi dito a natureza do agir humano se modificou, tornando-se capaz de colocar o planeta em risco.

Ser e Dever

O homem cria a cidade, e nesta surgi uma harmonia dentro da harmonia do todo. Na cidade surgi as regras sociais e a ética, porém, estas se limitam apenas aos muros da cidade e não passam destes. A natureza sempre cuidou de si mesma, mantendo seus ciclos perenes, até chegar o momento em que os humanos começam a interferirem neste ciclo e na harmonia do todo. Jonas afirma que a técnica só afetava a natureza de forma superficial, por isso, o agir humano não ocasionava consequências futuras. Portanto, o homem estava sempre no centro de preocupação das éticas anteriores, estas eram antropocêntricas, e preocupavam-se apenas com princípios éticos referentes às relações humanas. Além das éticas tradicionais serem antropocêntricas, elas eram também voltadas para ações imediatas, ficando presas ao aqui e ao agora. As consequências das ações não eram levadas em consideração, e por isso, deixadas ao acaso.

Portanto, Hans Jonas defende que as éticas anteriores estavam apenas para as relações do homem com seus semelhantes, por isso, era antropocêntricas. Além disso, era uma ética voltada para o presente, sem se preocupar com as consequências futuras do agir, o modo com as ações do presente iriam repercutir em meio às gerações futuras. Jonas defende que as ações humanas e o domínio da técnica ganharam dimensões maiores, consequentemente este agir terá maior repercussão e causará maiores efeitos no planeta, especialmente na natureza. Dessa forma, todos os pressupostos das éticas passadas deverão ser questionados e repensados, pois eles não são mais válidos e não são proporcionais às novas dimensões do agir humano. Assim uma nova ética demanda novos pressupostos. Essa nova ética, por isso, será uma ética da responsabilidade.

É dito por Hans Jonas que os antigos pressupostos, das éticas passadas criavam máxima do tipo: “ama teu próximo como a ti” ou “nunca trate teus semelhante como simples meio, mas sempre como fins em si mesmos”. Tais máximas só têm validade para os autores dessas ações e para aqueles que partilham o mesmo espaço e tempo que eles. A duração destas ações é um curto prazo de tempo. O alcance delas é um curto espaço. Assim, essas máximas tem o alcance restrito e limitado, tanto no espaço, pois, limita-se apenas a

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