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O Norte do Continente e a Primavera Árabe

Por:   •  18/8/2018  •  Ensaio  •  1.259 Palavras (6 Páginas)  •  131 Visualizações

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O Norte do Continente e a Primavera Árabe

O termo “Primavera Árabe” se refere à renovação da região do Oriente Médio e Norte da África, historicamente dominada por regimes não-democráticos e por vezes ditatoriais. Foi a onda de protestos e revoluções ocorridas em que a população foi às ruas para derrubar ditadores ou reivindicar melhores condições sociais de vida.

Embora cada população tenha se revoltado por motivos específicos, o mundo árabe partilha frustrações comuns que estão nas raízes dos protestos. As principais causas foram desemprego, crise econômica e aumento do preço dos alimentos, alto nível de corrupção e negligência das principais necessidades da população, falta de liberdade de expressão e democracia.

Entre 2010 e 2011, a crise econômica global consequência da crise de 2008, agravou a situação, com o aumento do preço dos alimentos e do desemprego. A população começou a protestar em massa.

Os Estados Unidos eram aliados de ditaduras árabes, buscando garantir interesses geopolíticos e econômicos na região, que abriga as maiores reservas de petróleo do planeta. A Primavera Árabe alterou a política externa de Washington para a região e com isso os EUA não manda mais nesses países, antes seus aliados e fornecedores de petróleo. A Liga Árabe, liderada pela Arábia Saudita e pelo Catar, assume um papel de destaque na mediação das crises e dos conflitos provocados pela Primavera Árabe.

Em um panorama geral, enquanto as revoltas de alguns países foram bem sucedidas, outros estão em situações piores do que as que viviam sob regimes ditatoriais.

Tudo começou em dezembro de 2010 na Tunísia. Em seguida, a onda de protestos se arrastou para outros países. No total, entre países que passaram e que ainda estão passando por suas revoluções, somam-se à Tunísia: Líbia, Egito, Argélia, Iêmen, Marrocos, Bahrein, Síria, Jordânia e Omã.

Tunísia

Também denominada Revolução de Jasmin, essa revolta ocorreu em virtude do descontentamento da população com o regime ditatorial, iniciando-se no final de 2010.

O início dessa revolução se deu com o episódio do jovem Mohamed Bouazizi, que vendia frutas para sustentar sua família e teve os seus produtos confiscados pela polícia por se recusar a pagar propina. Bouazizi ateou fogo em seu próprio corpo, o que abalou a população de todo o país e levou à revolta popular contra a corrupção e políticas repressivas do governo de Ali. O ditador foi forçado a deixar o país em 14 de janeiro de 2011, após 24 anos no poder, sendo assim realizada as primeiras eleições livres o que inspirou revoltas similares em países próximos.

A Tunísia atualmente é governada por islamitas moderados e forças seculares que têm conseguido manejar a transição democrática desde 2011, evitando os distúrbios vistos no Egito, na Líbia e na Síria.

A Tunísia também tem um grave problema com grupos radicais islâmicos armados que desde 2011 combatem o Exército na região de Kasserine, uma área montanhosa limítrofe com a Argélia. Cerca de 5,5 mil cidadãos tunisianos se uniram a organizações terroristas no Iraque, na Síria e na Líbia.

Em um discurso, na segunda-feira da semana passada, o presidente Beji Caid Essebsi propôs dar às mulheres direitos iguais de herança, já que a lei islâmica, na qual o sistema desses países é baseada, permite aos homens herdar o dobro do que uma mulher pode receber.

Líbia

Conhecida como Guerra Civil Líbia ou Revolução Líbia, ocorreu sob influência das revoltas na Tunísia, tendo como objetivo acabar com a ditadura de Muammar Kadhafi. Por causa da repressão do regime ditatorial, essa foi uma das revoluções mais violentas da Primavera Árabe. Houve a intervenção das forças militares da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), apoiando a oposição ao regime ditatorial, com propósitos supostamente humanitários, mas suspeita de interesses políticos em derrubar Kadhafi.

O ditador líbio foi morto após intensos combates com os rebeldes no dia 20 de Outubro de 2011.

Depois de sua morte, as milícias rebeldes, que lutaram juntas para derrubar o ditador, entraram em disputa por territórios. A guerra civil começou em 2014, quando os partidos islâmicos foram derrotados em uma eleição supervisionada pelas Nações Unidas. Islâmicos e seus aliados se revoltaram contra o Parlamento instaurado e o novo governo fugiu para o leste do país. Em meio ao caos, o Estado Islâmico avança em uma guerra com três lados: a Aurora Líbia (revoltosos islâmicos), EI e o governo,que também é dividido por disputas.

Na capital, que costumava ser a cidade mais liberal da Líbia, fanáticos estão se impondo.

Benghazi é um dos principais palcos dos conflitos entre as tropas governamentais e milícias islâmicas.

A maior parte da população é a favor do governo, mas uma parte considerável está do lado da Aurora Líbia, que se recusou a comparecer nas conversações de paz de 2015.

O país sobrevive às custas de suas reservas de óleo, que estão rapidamente se esgotando.

Para a população comum hoje em dia, a vida é uma luta pela sobrevivência. Muitos afirmam que as coisas eram melhores com Kadhafi no poder, pois havia segurança.

Egito

A revolução do maior país árabe é também denominada Dias de Fúria, Revolução de Lótus e Revolução do Nilo. Ela foi marcada pela luta da população contra a ditadura de Hosni Mubarak, que esteve no poder por 30 anos. Os protestos se iniciaram em 25 de Janeiro de 2011 e encerraram-se em 11 de Fevereiro do mesmo ano. Após a onda de protestos, Mubarak anunciou que não iria se candidatar novamente a novas eleições e dissolveu todas as frentes de estruturação do poder. Mubarak

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