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Regionalização das Eólicas de Santa Catarina

Por:   •  12/7/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.293 Palavras (6 Páginas)  •  274 Visualizações

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Nome: Norberto Siemann Lopes              Matrícula: 14201692

Proposta de regionalização das áreas de Potencial Eólico de Santa Catarina

O objetivo do presente trabalho é apresentar uma regionalização da área da Mesorregião Serrana do Estado de Santa Catarina, que possui 30 municípios pertencentes, mas aqui falaremos mais especificamente do município de Bom Jardim da Serra, que possui a maior usina eólica do nosso estado. Apesar de "Mesorregião" já ser uma regionalização do local abordado, o objetivo deste trabalho é fazer uma regionalização mais abrangente, utilizando como critério o potencial eólico dos espaços físicos catarinenses, e não apenas da Mesorregião Serrana, mas também de locais mais próximos ao litoral, procurando compreender o que delimita uma fronteira de uma região eólica e quais são os critérios para que se pertença a esta região. A principal base de dados utilizados aqui foi a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).

Para uma tentativa de regionalização utilizando o potencial eólico como critério de divisão regional, precisamos compreender que parâmetros são utilizados para dizer que tal local seja ou não considerado um potencial eólico. Utilizarei como base o Atlas do Potencial Eólico Brasileiro[1], publicado em 2001 pelo Ministério de Minas e Energia que utiliza o sistema MesoMap, que é um sistema de software de modelamento numérico dos ventos de superfície. Esse sistema simula a dinâmica atmosférica dos regimes de vento e variáveis meteorológicas correlatas a partir de amostragens representativas de um banco de dados validado. O sistema inclui condicionantes geográficas como relevo, rugosidade induzida por classes de vegetação e uso do solo, interações térmicas entre a superfície terrestre e a atmosfera, incluídos os efeitos de vapor d'água. No caso presente, as projeções empregaram uma base de dados do período compreendido entre 1983 e 1999. Tendo estes critérios estabelecidos, podemos visualizar o potencial elétrico de Santa Catarina na figura a seguir:

[pic 1]

Figura 1 - Potencial eólico da Região Sul. Fonte: Atlas do Potencial Eólico Brasileiro

A partir desta figura, podemos fazer a análise do potencial eólico das regiões do estado de Santa Catarina. Podemos ver que a Mesorregião Serrana não é a única região com potencial eólico em Santa Catarina, apesar de ser nesta região onde estão instaladas as duas principais Usinas Eólicas de Santa Catarina: A usina de Bom Jardim da Serra e a de Água Doce. O estudo do potencial eólico de Santa Catarina indica a existência de localidades com características de ventos distintas. Dentre as regiões analisadas, destacam-se as redondezas dos municípios de Laguna, Água Doce e Urubici, que apresentam velocidades médias anuais de ventos em torno de 7,5 m/s, fato que permite concluir que estes locais são favoráveis para geração de energia eólica. Entretanto, as regiões que possuem maior potencial eólico estão mais próximas do Litoral, com destaque para a região de Florianópolis à Laguna que recebe entre 8,0 e 9,0 m/s anualmente, regiões estas que não possuem parques eólicos e que utilizam majoritariamente da energia hidrelétrica para consumo populacional. Como a maior densidade populacional de Santa Catarina se concentra no litoral, sendo este também a região que recebe mais ventos, podemos nos perguntar: a velocidade média dos ventos em determinado local é determinante para colocar um município numa "região de potencial eólico"? As características do vento, bem como as outras características físicas, são as únicas determinantes para isto?

Para responder a estas perguntas, utilizarei da conceituação de região proposta Paulo César da Costa Gomes em seu artigo "O conceito de região e sua discussão". Neste artigo, Gomes faz um histórico da utilização do conceito de região nas mais diversas ciências e também como ele foi sendo utilizado pelas sociedades, identificando 3 noções principais do conceito de região.

O primeiro é a própria “linguagem cotidiana do senso comum”. Nesta noção, os princípios fundamentais são o de localização e extensão. Emprega-se expressões como “a região mais pobre”, “a região montanhosa”, "região mais fria", dentre outros. Percebe-se que os critérios são diversos, não há precisão nos limites e a escala também varia bastante. O segundo domínio é o administrativo, ou seja, a região é vista como uma unidade administrativa. Neste caso, a divisão regional é a base para definição e exercício do controle na administração dos Estados e de suas sub-unidades. O terceiro domínio é o das “ciências em geral” nas quais o emprego da noção de região associa-se também a ideia de localização de determinados fenômenos. Aqui, o emprego resguarda a etimologia, pois região é vista como “área sob um certo domínio ou área definida por uma regularidade de propriedades que a definem”. E para LaBlache, "a região é uma realidade concreta, física, ela existe como uma referência para a população que ali vive."  Ainda de acordo com LaBlache, "a região enquanto realidade independe do pesquisador. Ao geógrafo cabe desvendar a combinação de valores e fatores responsável pela sua configuração. Daí prove a descrição que somente através disso é possível penetrar na complexa dinâmica que estrutura esse espaço."

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