A Análise de Fonte Brasil
Por: arymoumou_ • 8/8/2021 • Trabalho acadêmico • 3.700 Palavras (15 Páginas) • 178 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
ARYEILLA MOULIN PEREIRA
1808: A guerra declarada pelo império luso-brasileiro contra os índios botocudos.
Rio de Janeiro/RJ
2021
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
ARYEILLA MOULIN PEREIRA
Trabalho final da disciplina de História do Brasil I do curso de História do Instituto de História da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, como parte dos requisitos necessários à conclusão da disciplina
Professora: Isabele Mello
Rio de Janeiro/RJ
2021
Sumário
- Fonte…………………………………………………….. 4
- Materiais Complementares……………………………. 5
- Análise do documento…………………………………. 8
- Conclusão………………………………………………. 14
- Referências…………………………………………….. 15
1. Fonte
A fonte escolhida para a análise em questão foi uma carta datada de 13 de Maio do ano de 1808 durante o Período Colonial brasileiro, mais especificamente no contexto das Capitanias Hereditárias. Localizada no Palácio do Rio de Janeiro, foi enviada pelo então Príncipe Regente - Dom João VI - para o Governador e Capitão General de Minas Gerais, Pedro Maria Xavier de Ataide e Mello. O assunto principal da carta consiste em uma resposta por parte do príncipe em relação às invasões dos índios Botocudos à capitania de Minas, na medida em que os mesmos estariam promovendo invasões às fazendas e praticando atos de antropofagia com portugueses e índios mais mansos, obrigando os proprietários da fazenda a abandonarem o local. Perante tal queixa, D. João faz uso da carta para ordenar que Pedro Maria Xavier de Ataide e Mello adotasse medidas propostas por ele.
Nesse sentido, Dom João expôs quatro grandes medidas que deveriam ser implementadas pelo Governador e Capitão General da capitania de Minas Gerais. Primeiramente, seria considerado, a partir do recebimento da carta, o início da guerra ofensiva contra os índios antropofágicos, haja vista que a guerra só se daria por finalizada até a redenção completa dos indígenas através do medo e mediante a sua condição de vassalos úteis, vivendo em sociedade e se sujeitando ao jugo da Lei portuguesa. Em um segundo momento, foi ordenado que se distribuíssem seis distritos na mão de seis comandantes na localidade dos terrenos que foram destruídos pelos índios Botocudos para a realização desta guerra ofensiva contra os mesmos. Ademais, também foi anunciado que fosse conferido a tais comandantes anualmente um aumento de soldo proporcional ao bom serviço praticado. Por fim, a última medida consistia em convocar a cada três meses uma “Junta” com o objetivo de realizar uma espécie de relatório sobre todas as medidas tomadas, uma vez que “podendo também a Junta propor-me tudo o que julgar conveniente para tão saudáveis, e grandes fins, particularmente tudo o que tocar a pacificação, civilização e aldeação dos Índios [...]”. Ao final da carta D. João propõe sobre a navegação e o povoamento pelos terrenos do Rio Doce.
2. Materiais Complementares
A parte que aqui será apresentada tem o intuito de justificar a escolha dos materiais complementares e resumi-los. Após a análise da Carta Régia e de um debate sobre a mesma, determinadas questões foram apresentadas. Sendo assim, os materiais escolhidos para complementar a análise serão responsáveis por responder tais indagações, e cada um será resumido e justificado separadamente, para que fique claro a escolha de cada um. Em suma, foram escolhidos três materiais, sendo dois artigos e o outro um livro.
O primeiro material que será tratado, é o artigo de Regina Horta Duarte intitulado “História de uma guerra: Os índios Botocudos e a sociedade oitocentista”. Regina Duarte, é Doutora pela Universidade Estadual de Campinas e professora do Programa de Pós-Graduação em História na Universidade Federal de Minas Gerais. O artigo escolhido foi publicado na Revista de História da Universidade de São Paulo, edição de número 139 do segundo semestre de 1998. Em suma, o artigo de Regina Horta irá abordar sobre o grupo indígena dos Botocudos e suas características dentro da sociedade oitocentista. Seu texto está dividido em três partes, “Poton jacjeminuc”, ”Engeräck -mung” e “Quiporock” respectivamente.
A primeira parte de seu texto aborda sobre as características dos índios, sobre o fato desses serem vistos como selvagens, acerca da imagem criada pela sociedade daquele período. Do mesmo modo, a segunda parte do texto irá continuar abordando sobre as características do grupo indígena, entretanto, abordar principalmente sobre esse grupo durante as guerras que ocorriam dentro da mata, mostrando como esses apresentavam grande conhecimento sobre o local, diferentemente do homem branco. Ademais é abordado sobre a questão antropofágica, debatendo sobre os motivos do canibalismo cometido pelos botocudos e se essa realmente acontecia. A parte três discorre novamente sobre a questão da guerra, entretanto abordando sobre as guerra entre grupos indígenas e entre os próprios botocudos. Também é abordado sobre a guerra declarada em 1808 e sobre a logística militar dentro da guerra.
Com fim de abordar sobre as características índios botocudos, esse primeiro material foi escolhido. Após a leitura do texto de Maria Regina Celestino de Almeida - uma das leituras propostas da disciplina- foi pensando em escolher uma fonte que desse a oportunidade de tratar sobre um grupo indígena, colocá-lo como protagonista, apresentá-lo e conhecê-lo melhor. Sendo assim, uma das indagações levantadas é sobre quem seriam os índios botocudos e suas características, para debater sobre essa indagação o texto de Duarte foi escolhido.
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