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A Entrevista com Indígena

Por:   •  26/10/2020  •  Resenha  •  417 Palavras (2 Páginas)  •  212 Visualizações

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Etnia/Costumes

“A combinação de rezas com ervas é o segredo para a cura de todos os males”, diz Dona Ana

Índia Aimoré fala sobre sua história e de como contribui com a sociedade através dos costumes trazidos de sua tribo para São Paulo

Por Vitória Santos [D328BI3]

30 set 2018

Os aimorés foram caçados de modo cruel pelos portugueses e os únicos sobreviventes são os Krenak, que vivem hoje no norte de Minas Gerais.

Cada grupo tinha seu modo de viver, com seus costumes particulares, mas todos eles falavam a mesma língua, mas, com alguns dialetos que eram compreendidos entre os vários grupos.

Dona Ana da Silva nasceu em 1929 na tribo aimoré, foi casada com o Sr. Carlinhos, com quem teve 28 filhos. Atualmente, viúva, mora na zona leste de São Paulo com dois de seus filhos e vive de maneira simples atuando como benzedeira na região.

Em entrevista concedida a Vitória Santos contou que aos 13 anos de idade foi escorraçada do Vale do Rio Doce junto com sua tribo em decorrência da construção da estrada de ferro. Ela, seus irmãos e seus pais encontraram abrigo em uma fazenda em Minas Gerais onde permaneceu por dois anos. Nesse intervalo de tempo Dona Ana conheceu Carlinhos com quem se casou e veio morar em São Paulo.

À época a vida era muito difícil! Ao lado do marido agricultor, Dona Ana começou a plantar as ervas que cultivava quando morava em sua tribo e, com os conhecimentos herdados de seus ancestrais, a preparar remédios naturais. E em pouco tempo Dona Ana ficara conhecida na Vila Matilde, bairro em que mora, e imediações como Dona Ana benzedeira.

Quebranto, mau-olhado, tristeza, gripe, alergias, bronquite, dores na coluna e na cabeça, dentre inúmeros outros males, todos são curados com seus preparados e com suas rezas.

Enquanto a entrevistava, ela me benzeu com galhinhos de arruda e disse-me: “Filha, as forças da natureza irão carregar todos os maus espíritos para bem longe de você”.

Nunca frequentou a escola, mas aprendeu a ler e a escrever com seus filhos. Tem muitos netos e alguns bisnetos e considera-se a mulher mais feliz do mundo. De acordo com suas próprias palavras: “Deus abençoou a minha vida com um montão de alegrias e por isso sou tão feliz”.

Figura peculiar, Dona Ana passou por momentos terríveis enquanto jovem e não perdeu a felicidade. Simples e doce e, ao mesmo tempo, forte e inteligente.

Nessa minha ainda curta trajetória de jornalista, fiz entrevistas muito legais, contudo, o prazer que senti ao conhecer e conversar com Dona Ana, creio ser incomparável.

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