A HISTÓRIA DO TEMPO PRESENTE PETROLINA

KEMUEL JOÃO DOS SANTOS ALVES

A HISTÓRIA DO TEMPO PRESENTE

PETROLINA

OUTUBRO, 2018

A história do tempo presente é um campo de estudo histórico que ganhou força após a segunda guerra mundial, pois muitos historiadores tinham o interesse de estudar os acontecimentos da guerra.

Uma das características da história do tempo presente é a ideia de trauma, um acontecimento que rompe toda uma estrutura e influencia as ações tomadas a partir desse momento. O trauma pode ser  individual ou coletivo e está diretamente relacionado a noção de memória, tendo em vista que quem passou por determinado trauma pode criar mecanismos que bloquem a lembrança de determinado  fato. Nesse sentido o esquecimento também é importante para a história e deve ser analisado: “Os lapsos, esquecimentos, não ditos, [...] são também objetos da história e devem ser analisados.” (FRANK, 1999, p.113).

Outro ponto característico da história do tempo presente é a subjetividade do historiador no ato de fazer história. No positivismo a história era comparada as ciências naturais, logo os historiadores buscavam a verdade e faziam o uso de uma história descritiva das elites para isso, logo era solicitado o uso da imparcialidade nos estudos históricos. Entretanto, esse pensamento é ultrapassado e os historiadores do tempo presente estão em busca de uma história verossímil, na qual a subjetividade é vista com bons olhos desde que a história não seja militante. Essa mudança ocorreu, pois por mais que o historiador tente ser imparcial ele faz parte de um determinado tempo e produz história com base na sua ideologia: “Esse historiador, qualquer que seja sua especialidade cronológica, bebe do seu presente [...] ele sabe que está ligado por múltiplas fibras a seu tempo e a comunidade à qual pertence.” (SIRINELLI, 1999, P.78). Além do mais, o lugar social do historiador, também, é um ponto importante,  pois ele é quem vai orienta-lo por qual área de estudo optar para trabalhar.

O retorno da história política é de suma importância para a história do  tempo presente. Esquecida pela Escola dos Annales, a história política voltou a ser alvo dos estudos históricos na história do tempo presente, mas não como era antes. Esse “retorno” foi de uma historia politica que dialoga com a história econômica e social. Segundo Rémond, no livro Questões para historia do presente, esse retorno esta relacionado a dois fatos: as transformações sociais ampla e a própria dinâmica interna da pesquisa histórica.

Igualmente, uma das questões da história do tempo presente é a abundancia de fontes. Uma das fontes que tem sido muito discutida é a fonte oral. Essa fonte quando introduzida aos estudos históricos sofreu muita resistência por ser considerada uma fonte impura em contrapartida da fonte escrita que era considerada pura. Mas Robert Frank deixa nítida que as duas são fontes construídas logo nenhuma pode ser considerada mais pura ou importante:

 “ A fonte escrita é também uma fonte construída, e também tem seu grau de impureza. O  relatório do prefeito é escrito pelo prefeito, que faz síntese dos relatórios escritos para ele, por pessoas das quais se pode imaginar o laço de dependência que com ele mantém;  o prefeito escreve a um ministro com o qual também se encontra numa relação hierárquica particular. A escritura não é livre e não há pureza especifica da fonte escrita”  (FRANK, 1999, p.106)

...