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Análise da Epopeia de Gilgamesh

Por:   •  3/7/2019  •  Resenha  •  1.428 Palavras (6 Páginas)  •  462 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS

CURSO DE HISTÓRIA

DISCIPLINA DE HISTÓRIA ANTIGA A

ALUNA VICTORIA BRUM VARGAS

ANÁLISE DA EPOPEIA DE GILGAMESH

Santa Maria, RS

2018

ANÁLISE DA EPOPEIA DE GILGAMESH

A Epopeia de Gilgamesh é uma das produções literárias mais antigas que se tem conhecimento, com as primeiros poemas relacionados datando de cerca de 2100 AEC, feita pelos sumérios na região da Mesopotâmia. Embora a autoria das primeiras versões da história de Gilgamesh seja desconhecida, foi encontrada no século XIX, onde ficava a antiga cidade de Nínive, a coleção mais bem preservada de tabuinhas contendo a “versão definitiva” da epopeia, datando do século VII AEC e escrita em acádio, que fazia parte da biblioteca de Assurbanipal e cuja autoria e compilação fora atribuída a Sin-Léqi-Unnínni (aproximadamente entre os séculos XIII e X AEC, centenas de anos antes da versão de Nínive).

Esta versão é composta de doze tabuinhas de escrita cuneiforme, com aproximadamente 300 versos cada, escritos na forma de poema épico. O poema épico narra, de forma lendária e heroica, um acontecimento que pode ter algum fundamento histórico. É um dos primeiros textos mundiais conhecidos, que com o uso de vocabulário mitológico e poético, se vale de figuras de linguagem para narrar a história. Metáforas e apóstrofes são exemplos de recursos utilizados no discorrer do texto. Pode ser considerado um texto filosófico em alguns aspectos pois transparece determinados pensamentos da época com relação à morte e à amizade, por exemplo; é também um documento historiográfico, visto que é uma fonte praticamente indispensável para estudos sobre a Antiguidade Oriental. Por ter certo teor filosófico e transparecer em diversos momentos pensamentos, crenças e valores da mesopotâmia antiga, como em relação às questões da morte e da amizade, a Epopeia de Gilgamesh apresenta-se também como uma fonte de importância indispensável para o estudo da Antiguidade no Oriente Próximo.

A inserção espacial do texto se dá no cenário urbano mesopotâmico, especialmente na cidade de Uruk (tida como a morada dos deuses), porém outras diversas partes acontecem em áreas selvagens (como a passagem na Floresta dos Cedros, que se dizer estar localizada no Líbano); embora tais cenários sejam reais (cidade, floresta), na obra, estes estão embebidos em uma névoa mitológica, imaginária, lendária. O mito, imaginação, lenda, são intrínsecos à obra, como é comum no gênero épico.

A epopeia narra a história de Gilgamesh, uma figura semi-lendária, quinto rei de Uruk após o dilúvio que exterminara toda a humanidade, e provavelmente se tratando de um monarca real do período protodinástico mesopotâmico, nos primeiros séculos do terceiro milênio a.C.. Por ser dois terços deus e apenas um terço humano, possuía características divinizadas como beleza, força e grandiosidade, se destacando de todos os outros homens. Apesar de ser louvado pelos cidadãos, estes começaram a se preocupar com os excessos do rei, que constantemente desafiava os jovens de Uruk e exigia o direito da primeira noite (o direito de se deitar com a noiva antes do próprio noivo), e pedem aos deuses uma solução. Estes respondem com a decisão de criar um companheiro que se equiparasse a Gilgamesh, então Arúru com um punhado de argila cria Enkidu, com força à altura do rei de Uruk, e uma espécie de personificação do homem primitivo, pois ele vive desnudo com os animais selvagens, comendo grama e bebendo água do rio, sem conhecimento da cultura humana e de suas práticas

Ao saber da existência de Enkidu, Gilgamesh envia a prostituta sagrada Shámhat para seduzi-lo acompanhar um caçador que temia ter que enfrentar o homem selvagem. Chegando na região selvagem, Shámhat tem sucesso em seduzir Enkidu, que cede à tentação e se deita com ela por seis dias e seis noites. Quando tenta retornar para perto dos animais da floresta, estes fogem dele. Enkidu também perdera sua força, pois agora o conhecimento havia despertado em seu ser, e os pensamentos do homem lhe ocupavam, perdendo sua natureza selvagem. A rameira então o leva consigo para Uruk, anunciando que lá vivia Gilgamesh, que é muito forte e que como um touro selvagem governa e domina os homens.

O anseio de Enkidu por suas questões humanas, fez com que ele ficasse extremamente entusiasmado para encontrar alguém que pudesse compreender seu coração. O selvagem então resolve desafiar Gilgamesh antes que este entrasse na câmara nupcial (para exercer o direito da primeira noite). Um sonho de Gilgamesh anunciava a chegada de Enkidu, e o rei já sabia que o selvagem exerceria uma atração muito forte em relação a ele. O encontro das duas figuras é marcante, pois no momento em que estão na presença um do outro “engalfinham-se como touros”, numa batalha turbulenta. Após esse evento, os dois se tornam grandes amigos

Não muito depois, em busca da fama diante das angústias sobre a mortalidade do homem, os dois resolvem partir em uma aventura para derrotar Humbaba, guardião da Floresta de Cedros. Eles conseguem matar a criatura monstruosa, e ao retornar para casa, Ishtar – deusa do amor e da guerra – apresenta-se para Gilgamesh em toda sua glória, pedindo-lhe em casamento. Gilgamesh a recusa, lembrando do infeliz destino de todos os amantes anteriores. Ofendida com a grosseria do rei, Ishtar pede ao deus Ánu, seu pai, que envie o Touro do Céu para destruir Uruk. Mais uma vez, os dois amigos conseguem derrotar o inimigo e Enkidu, ao ver o luto de Ishtar pelo Touro, a insulta arrancando uma anca da besta e atirando na deusa. Esta primeira parte da história termina de forma bastante alegre, com festejos em homenagem a Gilgamesh, que se proclama “o melhor entre os moços, o mais ilustre dentre os varões”.

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