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Balanço Historiográfico sobre o Conceito de Feudalismo - Marc Bloch

Por:   •  13/2/2017  •  Resenha  •  842 Palavras (4 Páginas)  •  592 Visualizações

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Balanço Historiográfico sobre o Conceito de Feudalismo

Marc Bloch:

        Me proponho a analisar os capítulos I, II e IV do segundo livro A Vassalidade e o Feudo, escrito pelo autor Marc Bloch e publicado em 1987.

        Os pontos fundamentais nesses três capítulos, de acordo com minha leitura e análise da obra, são: os vínculos de interdependência pessoal, circulação monetária não estranha ao feudalismo, e feudalismo vassálico acima do laço sanguíneo. São os fatores principais, dentre outros, que consegui reunir da concepção de Feudalismo feita por Marc Bloch.

Já a tese do medievalista é abordada na terceira parte do I capítulo, que consiste em dizer que um mesmo homem era dependente de um mais forte e protetor de um mais humilde que ele. Cito         “Assim, passou a instituir-se um vasto sistema de relações pessoais, cujos fios cruzados percorriam todos os andares do edifício social”. (BLOCH, Marc. p. 162: 1987)

        Para explicar como Marc Bloch constrói a noção de feudalismo, julgo necessário analisar a abordagem que ele faz do sistema feudal, que diferente da visão marxista, ele estrutura sua tese e argumentação a partir do viés político-militar. Não importando tanto o aspecto econômico.

        Em sua interpretação do período medieval, o autor explica que o funcionamento da sociedade após a queda do Império Romano, é dado através de um sistema de relações de interdependência. Em que, tudo está mais ligado aos laços de dependência do que a exploração de terras em si, seguindo a corrente historiográfica da Escola dos Annales, criada por ele e Lucien Febvre. As teias de interdependência percorriam toda a sociedade, o rei liderava a guerra e muitos castelos e fortalezas se multiplicaram a partir dos séculos IX e X. Logo, Marc Bloch explica a gênese das relações de dependência pessoal que, segundo ele, a procura por um protetor ocorreu na Gália após a queda de Roma. Cito “Por toda a parte os fracos sentiam a necessidade de se aproximar de alguém mais poderoso do que eles. Os poderosos, por sua vez, apenas podiam manter o seu prestígio e a sua fortuna, ou até garantir a sua segurança, angariando, por meio da persuasão ou da força, o apoio de inferiores obrigados a ajudarem-nos.” (BLOCH, Marc. p. 162: 1987) Ou seja, Marc Bloch constrói sua noção de feudalismo exatamente a partir desse aspecto, em que um homem era senhor e servo ao mesmo tempo, dependendo das diferenças de riqueza e prestígio.

Assim se manifestavam as relações feudais (vassálicas), que ocorriam somente entre nobres e membros dos grupos dominantes, Bloch explica que apesar das diferenças de riqueza e de prestígio os vassalos não eram recrutados em qualquer camada da população. Era um vínculo pessoal estabelecido entre nobres, em que era instituído através de três etapas: homenagem, fé e investidura. Os laços estabelecidos pela vassalagem geravam obrigações para os vassalos (fidelidade, auxilium – material e militar, consilium) e obrigações para os senhores (fidelidade, proteção, sustento).

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