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Bruxas e seus conceitos

Por:   •  16/10/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.711 Palavras (7 Páginas)  •  146 Visualizações

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Bruxas... Belas... Ou figuras Horrendas uma questão de ótica

Fêmea inebriante ou velha decrépita, a figura da bruxa exprime alguns conceitos que o pensamento ocidental legou ao que se entende por feminino. A bruxa retrata muito bem a imagem da mulher que durante séculos foram excluídas e marginalizadas perante uma sociedade patriarcal marxista. falocentrica o artigo  de Zordan Bruxas : figuras de poder Tem como ponto de partida (e de chegada!) trabalho que traz uma relação entre as bruxas na idade media e a figura da mulher , Trata-se de uma imagem construída por diferentes discursos, um romântico, propagado ao longo do século XIX, e outro eclesiástico, expresso nos enunciados seculares da cristandade contra arcaicas práticas pagãs.que estabelece relações entre A ambiguidade retratada nesse artigo que versa   nos discurso de que a bruxa pode ser tanto a bela jovem sedutora (ainda sem marido e cheia de pretendentes) como a horrenda anciã (viúva solitária), aparentada com a morte. Como um tipo psicossocial que emerge no final da Idade Média, essa imagem abarca uma ampla gama de traçados históricos sobre as mulheres e as várias etapas de suas vidas: infância, menarca, juventude, defloramento, gravidez, parto, maternidade, menopausa, envelhecimento e morte. Zordan  defende,  o conceito de gênero como instrumento teórico e religioso  para o estranhamento das tipo de sociedade marxista que agia em nome de Deus a serviço da religião , demanda severas punições para que o feminino 'selvagem' se dobre ao masculino 'civilizado'., bem como um recurso para os educadores na medida em que possibilita a desnaturalização das verdades (incluindo as produzidas pelo discurso popular ). Para sustentar esses argumentos, Zordan retoma o conceito de gênero sob o enfoque do feminismo em uma otic, que Ca ambígua dando margem ao leitor criar sua própria imagem deste ser compreende a linguagem como, para além de representação, produção de corpos femininos e masculinos. Ele utiliza a imagem de Lilith (a Lua Negra ) Na Mitologia, Lilith estava presente no Jardim do Éden antes mesmo de Eva aparecer. Por não aceitar submeter-se a Adão foi expulsa do Paraíso tendo, segundo alguns, se transformada em Serpente, a fim de representar o papel de demônio tentador.
       Ela
 representa antes de tudo a busca de sua própria afirmação. É também a mulher tentadora, sedutora, e que fascina por seus poderes perturbadores. Ela é silenciosa, secreta, cortante. É aquela que os homens temem embora se sentindo atraídos por ela.

         Nessa perspectiva, gênero é ferramenta para a desnaturalização, apontando para a polissemia de masculinidades e feminilidades que se articulam a muitas 'marcas' sociais como classe, etnia, entre outras. Finalmente, a autora exercita esse olhar tecendo questões no âmbito da  personagem de imaginários em que as fronteiras entre real e ficcional estão densamente dissolvidas, a típica malvada dos contos de fadas e de várias histórias infantis traz muitos elementos da figura da bruxa descrita pela Inquisição. Histórica, a bruxa modifica-se dentro das eras, ficando em sua imagem as marcas que a sociedade lhe impôs. , para então retornar  a ideia de  Malleus Maleficarum “explica que:

a "natureza" dessas relações não era necessariamente carnal, visto que os demônios eram espíritos e que mesmo os corpos daquelas que estivessem aparentemente dormindo em sua cama, ao lado dos maridos, participavam dos sabás. Rituais de sexo e luxúria, os sabás eram tidos como odes a Satã, festas macabras nas quais se comia carne de recém-nascidos, entrava-se em transe e após danças frenéticas as bruxas copulavam com o diabo”

Seu texto é  aberto, destacando as Fêmea inebriante ou velha decrépita, a figura da bruxa exprime alguns conceitos que o pensamento ocidental legou ao que se entende por feminino as pedagogias culturais podem, ao veicular determinadas 'descobertas científicas', mascarar suas condições de produção, reproduzindo representações de gênero em vez de fomentar reflexões que as concebam como historicamente constituídas. Zordan retrata ainda, alguns referenciais trazendo pra seu artigo a possibilidade .De que a bruxas eram detentoras de  conhecimento de origem camponesa, com suas práticas e crenças que delineavam modos de tratar doenças e lidar com as situações-limite da existência (nascimento, acasalamento, geração, morte) e outrora ela , é tida como criminosa dentro do contexto histórico da Contra Reforma. Maleficarum afirma que

 "seus atos são mais malignos que os de quaisquer outros malfeitores" Rompendo leis que certamente ignoravam, as bruxas encarnam tudo o que é rebelde, indomável e instintivo nas mulheres. Tudo aquilo que, nesse tipo de sociedade, demanda severas punições para que o feminino 'selvagem' se dobre ao masculino 'civilizado'.

Os Estudos Culturais e a História da bruxas Entre os séculos XV e XVI o “teocentrismo” – Deus como o centro de tudo – decai dando lugar ao “antropocentrismo“, onde o ser humano passa a ocupar o centro. Assim, a arte, a ciência e a filosofia desvincularam-se cada vez mais da teologia cristã, conduzindo, com isso a uma instabilidade e descentralização do poder da Igreja. Como uma forma de reconquistar o centro das atenções e o poder perdido, a Igreja Católica instaurou os “Tribunais da Inquisição”, efetivando-se assim a  “caça às bruxas, igualmente defende que a linguagem constrói o corpo (sendo este não apenas organismo, mas também os adereços e gestos que o formatam), conferindo-lhe marcas de feiúra ou beleza, anormalidade ou normalidade, mas quem era realmente essa figura.Se por um lado a autora atesta a historicidade do corpo, ressalta também que a classificação é sempre sexual ,e diabólico acreditava-se que sexualidade ,e prazer não era inerente a mulher  ela afirma que a A sexualidade, instância diabólica, era vista como "besta imunda" pelos eclesiásticos autores do Malleus. Todas as artimanhas atribuídas às bruxas, sortilégios, encantamentos, adivinhações, práticas de sedução, voos noturnos, desembocam no ato carnal da junção de corpos e sexos.

Ao tratar das bruxas, Roberto Sicuteri refere-se ao arquétipo da mulher selvagem a partir da dificuldade do civilizado em conviver com a ferocidade feminina, Zordan, em um dos seus capítulos capítulo, inicia reconhecendo a imprevisibilidade e a metamorfose constante “Com sua gargalhada estridente, pode-se dizer que a bruxa é personagem conceitual da psicanálise e das psicologias; a bruxa-histérica e suas disfunções da libido são os extremos da mascarada: choro e riso, mutismo e rumor, crueldade e compaixão”com marcadores, oscilações que configuram os humores femininos presos à matéria instável, sujeitos ao tempo e às mutações que o homem pouco controla. É uma figura que transita no pantanoso terreno do irracional, da carne e da animalidade. Andrógina, a bruxa é monstruosa porque traz consigo a mistura das espécies e a mistura de sexos diferentes. Hoje ilustra-se essa figura em contos de fadas como a malvada .

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