TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Comunicação Social – Publicidade e Propaganda

Por:   •  5/10/2015  •  Artigo  •  1.664 Palavras (7 Páginas)  •  289 Visualizações

Página 1 de 7

  AS LIGAS CAMPONESAS

          Comunicação Social – Publicidade e Propaganda

Ali Ibrahim, Marcelo Sanches e Vinicius Machado

               

                  TURMA CSOS2B

                        História Contemporânea do Brasil

AS LIGAS CAMPONESAS

Com o fim da ditadura de Vargas e a volta da democracia em 1945 houve uma grande mobilização de massas camponesas em grande parte dos estados brasileiros. A partir desse esforço, o partido Comunista se destacou como uma única organização dedicada às massas rurais, enquanto os demais partidos não demonstravam a devida importância a este setor da mesma forma.   Organizar sindicalmente os trabalhadores agrícolas, apesar de não ser proibido, tornou-se quase impossível, principalmente na solicitação de certos documentos de origem judiciária.

Em 1933 os trabalhadores de Campos do Rio de Janeiro conseguiram registrar os primeiros sindicatos rurais, e em 1954, quando se registrou o sindicato dos trabalhadores da usina Barreiros no Pernambuco, apenas as duas organizações e mais três possivelmente, sendo duas em São Paulo e outra na Bahia, funcionava na área rural Brasileira. Outras organizações que se estruturavam nesse período, não eram reconhecidas pela lei como sindicais. Até 1963, no Brasil, existia uma relativa liberdade sindical estabelecida no Direito Positivo (Consolidação das Leis de trabalho) e, de fato, uma forte restrição ao sindicalismo político de governantes comprometidos com os latifundiários.

Por não conseguir superar esses limites institucionais, a única possibilidade foi atuar dentro do contexto do Código Civil, o que admite a organização de associações de caráter não especificamente trabalhista. Em 1945 e 1947, os ativistas do partido Comunista realizaram uma intensa mobilização de trabalhadores agrícolas a nível nacional, onde foram fundadas várias ligas camponesas.

Assim, com êxito, alcançaram as metas que foram muito importantes, que nem os grandes índices de analfabetismo do meio rural não possibilitaram a eleição deste elevado número de representantes de assembleias estaduais e municipais, junto a grande contribuição do voto camponês.

Contudo a própria estrutura orgânica do partido comunista se tratava de um movimento camponês fortemente centralizado. O folheto de Zé Brasil, um dos mais populares da época e alcançou, durante anos seguidos, milhões de exemplares com grande circulação especialmente no setor rural.

Portanto nesta época não se formou nenhum líder camponês de grande porte nacional regional ou local, pois as ligas camponesas eram organizações – apêndice da estrutura unitária e centralizada do Partido Comunista. Seu líder era o mesmo partido, Luís Carlos Prestes, que poucas vezes aparecia instalando pessoalmente as Ligas Camponesas.

O apoderamento do Partido Comunista em 1947 significou o fechamento das Ligas Camponesas no setor rural onde ocorreu a maioria dos assassinatos, prisões e perseguições com que o governo Dutra marcou a adoção daquela medida arbitrária. Segundo uma análise destes movimentos e organizações de trabalhadores agrícolas do Brasil, no período de 1945 a 1947, pode-se concluir que a organização de trabalhadores rurais não apenas acolhia os assalariados agrícolas de áreas da agricultura comercial, mas também infiltravam em setores camponeses especialmente os pequenos arrendatários, parceiros e posseiros localizados em quase todo o país.

O Partido Comunista ditava as táticas às organizações e propunha uma política de acumulação de forças (militares de seus eleitores), sob a ordem de uma aliança operária, os camponeses. Havia uma dependência política dos movimentos operários das cidades e dos campos, dada à predominância operaria entre os intermediários do partido, que era o único elemento da catalisação e de orientação dos trabalhadores rurais, porém não houve lideres camponeses de grande significado, especialmente pela pouca influência ideológica do campesinato nas teorias do movimento.

Com a abolição do partido Comunista, diminuíram-se drasticamente as organizações de trabalho no Brasil. Em 1958, as ligas camponesas quase extinguiram-se do cenário rural brasileiro. Somente algumas funcionavam de forma ilegal, realizando atos públicos, que foram quase sempre reprimidos violentamente pela política. O partido comunista concentrou sua atividade nos núcleos urbanos, reagrupando seus militantes nos lugares onde não foi tão acentuada a desarticulação de seus organismos intermediários e de base sob as severas condições de ilegalidade.

Em 1945-1947, quatro acontecimentos importantes às lutas camponesas ocorreram. Sendo elas, a guerrilha de Porecatu, a revolta de Dona Noca, o território livre do formoso e o primeiro congresso Nordestino de trabalhadores agrícolas. A guerrilha de Porecatu apareceu em 1950, na margem esquerda do curso médio do rio Paranapanema, que divide São Paulo e Paraná. Originou-se de um processo de ações sangrentas entre posseiros e latifundiários, que disputavam várias áreas de terras no Paraná invadidas pelos gaúchos e nordestinos. A guerrilha, depois de dois meses de impetuosa atuação, acabou-se pela intervenção do comitê regional do partido Comunista, que constatou não haver condições históricas para a sobrevivência do movimento armado.

As revoltas de Dona Noca, em 1951, no interior do Maranhão, ocorreram numa ação paralela ás lutas de rua que se desenvolveram em São Luís liderada pelo o jornalista Neiva Moreira e pela líder comunista local, a Sr.ª Maria Aragão.

Estudantes e operários desta época buscavam de certa forma impedir que o governador, Eugenio de Barros, tomasse posse. Enquanto isso, a prefeita de São José dos Patos, Joana da Rocha Santos (Dona Noca), latifundiária de tendência liberal, decidiu impedir a posse do governador do Nordeste. Porém ela viajou para Recife, onde garantiu o armamento para o interior do Maranhão e organizou uma milícia formada por camponeses e nomeou o “general Bastos” comandante da revolução. Uma semana depois a milícia camponesa conquistou as cidades de Pastos Bons, Miradouro, passagem Franca e ameaçou invadir o Piauí. Foram derrotados no morro do Mutum (entre as cidades de Barão de Grajaú e São João dos Patos) e os camponeses dispersaram-se após um mês, tempo que durou a revolta Dona Noca.

...

Baixar como (para membros premium)  txt (11.2 Kb)   pdf (130.9 Kb)   docx (16.2 Kb)  
Continuar por mais 6 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com