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Da Terceira Margem Sou Rio

Por:   •  31/3/2017  •  Resenha  •  798 Palavras (4 Páginas)  •  844 Visualizações

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Universidade Federal do Recôncavo da Bahia  

Centro de Artes, Humanidades e Letras

Telma de Jesus Santos

06 de Abril de 2015

ALBUQUERQUE JR., Durval. Introdução. Da terceira Margem eu so(u)rrio: sobre história e invenção. In.História: A Arte de Inventar o Passado. Ensaios de teoria da história. Bauru: EDUSC, 2007. pp. 19-39.

Segundo o autor, há três décadas, a palavra invenção passou a ser compartilhada por diversas ciências, quase que universalmente, onde esses campos partilhavam a mesma concepção sobre a construção social da realidade e de suas diversas formas de aprender os conhecimentos. O uso da “invenção” mudou o paradigma dentro da produção do conhecimento e das concepções filosóficas que as inserem. Essa expressão vem como algo novo, diferente do já existente como fundamental para a produção do conhecimento, mostrando que os objetos, os conhecimentos e sujeitos não podem ser vistos de uma forma naturalizada.

Para o autor o termo invenção significa uma ruptura, uma censura, ou uma nova política de costumes e concepções produzidas pelos humanos. A partir daí os historiadores voltam a se preocupar com a narrativa, com a escrita da história, de como ela faz parte do fato e de como o texto é recebido, levando a uma ficção e invenção do discurso do historiador. Mas apesar do termo invenção ser utilizado por diversos historiadores, há uma discordância entre eles ao definirem o que de entende por invenção. Para o autor, há duas posturas epistemológicas distintas: uma preocupada com o discurso, com a narrativa, dentro da invenção dos objetos históricos a segunda, coloca o objeto como algo que já existia antes do discurso, sendo revelado através o discurso do historiador. Essa divisão marca o campo da historiografia como: história social e história cultural, numa discussão sobram o significado da “invenção”.

Segundo o autor, não se pode ser pós-moderno sem ser estruturalista e vive-versa, estruturas essas que dá ênfase a importância  da continuidade, tentando chegar a um total conhecimento histórico.  Já os pré-modernos consideram importante que os historiadores tenham como objeto de estudo, as rupturas, as descontinuidades, sem uma totalidade da história. O autor diz que Derrida, em seu texto “Mal de Arquivos”, chama a atenção para dizer que, todas as fontes arquivadas do passado foram propositalmente, pois fazem parte de operações políticas e de sentidos. Para a história cultural, a invenção do conhecimento histórico ou de qualquer objeto ou sujeito do mesmo, se dá no presente, mesmo quando analisa os discursos que os constituíram ao longo do tempo.

Para sair desse impasse entre história cultural e história social o autor traz em seu texto o objetivo de criar uma terceira opção, ou seja, a “terceira margem” de maneira a não permanecer em nenhum desses paradigmas rivais, e para isso, ele buscou inspiração em Primeiras estórias de Guimarães rosa, trazendo a possibilidade de uma terceira margem, onde as duas anteriores venham a se encontrar e se misturar nas ações e práticas humanas. Para o autor, pensar a historia e escrevê-la dessa terceira margem significa pensar que a história não se passa apenas no lugar da natureza, da coisa em si, do evento, da matéria ou da realidade, nem se passa apenas no lugar da representação da cultura, da subjetividade, do sujeito, da idéia ou da narrativa, mais se passa entre elas, no ponto de encontro e na mediação entre elas, no lugar onde essas divisões ainda são indiscerníveis, onde esses elementos e variáveis se misturam. p. 28.

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