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Estado de Gaza

Por:   •  22/10/2018  •  Trabalho acadêmico  •  7.283 Palavras (30 Páginas)  •  515 Visualizações

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1.INTRODUÇÃO

Com este trabalho, sobre a resistência no estado de Gaza, o grupo pretende levar aos estudantes do segundo ano a compreender os processos de formação de estado de gaza, os conflitos que se deram durante os processos de sucessão neste estado.

Estado de gaza foi um vasto reino que se estabelecera no perímetro desde o rio Incomáti até a região norte do Zambeze. Um estado imponente pela abundância dos recursos naturais, mas enfraquecido pelas sucessivas guerras, epidemias, fome e seca.

1.1.Objetivos gerais:

  • Compreender os processos de formação, desenvolvimento resistência e declínio de estado de gaza.

1.2.Objectivos específicos:

  • Identificar os processos de formação de estado de Gaza;
  • Descrever as estruturas politica, económicas e socias de estado de Gaza;
  • Inferir sobre as causas do declínio de estado de Gaza

1.3.Metodologias

Para a elaboração do presente trabalho o grupo procedeu com a leitura, das obras que abordam este assunto, procedeu o resumo e compilação das informações pertinentes

2.ESTADO DE GAZA

2.1.PROVÁVEIS ORIGENS

Contrariamente ao que se passou entre os rios Save a Zambeze, os vales dos rios Limpopo e Incomáti, nunca tinham sido incluídos no nosso país em unidades políticas extensas, do tipo territorial, antes do século XIX.

Havia um grande número de chefaturas ou de reinos, com agregados populacionais entre três e vinte mil habitantes e cujos chefes tinham um nível de vida superior ao da população em geral devido aos tributos que dela recebiam. Uma grande parte da africa austral conheceu uma estrutura política semelhante. (U.E.M 2000:87)

Esta situação modificou-se como resultado de um período de lutas e de transformações politicas conhecidas por M’fecane, que tiveram lugar na região a que mais tarde se veio chamar Zululândia. Esse período de lutas e de transformações políticas foi seguido por um extenso movimento de migrações Nguni.

As lutas parecem ter derivado de uma complexa combinação de factores na segunda metade do seculo XVIII dos quais salientamos dois:

  • O crescimento da actividade comercial com a Baía de Maputo (os ngunis exportavam marfim e importavam missanga, lingotes de latão e braceletes, têxteis e mais), provocando conflitos inter – linhageiros para o controlo das rotas comerciais ao longo do litoral e para o interior.
  • No fim do século XVIII e nos começos do seculo XIX os conflitos foram agudizados por uma crise ecológica a que seguiram anos de seca e de fome. A crise teria feito oscilar a estabilidade agro - pecuária anterior, intensificando os conflitos entre as linhagens para o controlo dos recursos económicos mais favoráveis para a agricultura e para a pastorícia.

Durante as lutas pelo controlo dos recursos naturais, o número de unidades políticas diminuiu.

Entre 1810 e 1815, destacavam-se dois reinos: o reino Nduandue chefiado por zuíde e o reino Mtétua, dirigido por Dingisuaio. Os outros tinham desaparecido por incorporação ou fuga dos seus habitantes ou tinham-se tornados vassalos quer do Nduandue ou de Mtétua.

Os dois reinos utilizavam uma instituição local antiga para a organização dos seus exércitos: os regimes de idade ou Buthu, os quais se formavam jovens da mesma idade, havendo entre eles muitos recrutados dos reinos vassalos. As promoções aos buthos dependiam das capacidades guerreiras de cada jovem e não da sua idade ou de prestígio da sua família.

Entre 1816 e 1821, desenrolou-se um conflito militar em varias etapas, já antes iniciado entre os reinos Mtétua e Nduandue .Numa das primeiras guerras entre esses dois reinos.

Dinguisuaio foi capturado e morto, mas um dos chefes militares do rei morto, Tchaka, da linhagem zulo tomou o poder no território Mtétua. Após um novo confronto militar, Mtetua obteve a vitória. Uma parte de Nduandue submeteu-se ao vencedor e a outra refugiou-se em terras fora de alcance imediato de Tchaka. Entre os emigrantes encontravam-se Zuangendaba, sochangane (manicusse), Nqaba Msane e Mguana Maseko. (U.E.M, 1981:41)

Mais tarde, retiraram-se para norte, Mzilikaze, futuro rei dos Ndembeles e o rei Sobhuza dos Nguane ou Suazi.

As guerras alastraram-se às zonas vizinhas da Zululândia e, à volta de um núcleo de resistência aos grupos de guerreiros vindos da zululândia, formou-se nessa altura, o reino do Lesotho.

Três dos grupos Ngunis acima mencionados, sob liderança de Zuangendaba e Nguana maseko, fixaram-se, por algum tempo, dentro das fronteiras atuais de Moçambique.

Estados dominados por descendentes de Zuangendaba e Nguana Maseko incluíram, por volta de 1890, alguns territórios moçambicanos, no Niassa e na província de Tete, mas as resistências dos soberanos estavam localizados nos actuais estados vizinhos (Zâmbia, Malawi e Tanzânia). (U.E.M 1981:41)

2.2.O ESTADO DE GAZA

Nos casos dos Ngunis de Gaza, que conquistaram o território entre as margens do rio Incomáti e o baixo Zambeze, a maior parte do seu domínio encontrava-se dentro do território moçambicano actual. Com uma extensão mínima de 900 km e cerca de 400 km entre o oceano e a sua fronteira ocidental, no actual Zimbabwe. (PELISSIER 2000:188)

O seu principal rei, Sochangana ou Manicusse (1821-1858), conseguiu realizar conquistas porque prosseguiu, como os outros reis Ngunis, uma política de assimilação das populações locais. No seu apogeu, gaza contava com cerca de 800000 a 1000000 de habitantes, apesar de ser difícil a sua repartição por etnias entre Chonas, tsongas, chopes e diversos subgrupos e o núcleo angune. (UEM 2000:88)

Gaza era um estado secundário que tinha de enfrentar um problema que nenhuma colonização europeia, por muito sabia que fosse, poderia resolver facilmente (como poderia alguns milhares de conquistadores fazer-se obedecer povos que eram diferentes deles em tudo menos na cor da pele e na semelhança dos respectivos níveis socio económicos.)

Gaza se manteve, melhor ou pior, durante três quartos de seculos graças a:

  • Ao centralismo do estado e ao reforço do poder local
  • A mobilização regular dos súbditos num exército permanente
  • A assistência cultural e linguística de parte dos vencidos, em especial dos filhos de régulos conservados como reféns e dos cativos do sexo masculinos adoptados.

Como estado feudal angune, tal como acontecia com os zambezianos as suas fileiras eram demasiados longos para que pudessem gerir um espaço, exceptuado duas zonas pouco extensas em que a percentagem angune era um pouco menos insignificante. (PELISSIER 2000:191)

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