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O M´fecane e o Estado de Gaza

Por:   •  22/5/2018  •  Trabalho acadêmico  •  3.482 Palavras (14 Páginas)  •  6.085 Visualizações

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Introdução

Este trabalho surge na disciplina de Historia da 12ª classe sob orientação do docente desta disciplina. Fala sobre tudo do M`fecane no estado de gaza e resistência no sul de Moçambique. Onde focalizamos as causas do M`fecane, o processo de formação de estado de Gaza, Razões da Mudança de Mussorize para Manjacaze, Estratificação social (divisão em classes sócias), as principais actividades económicas desenvolvidas no estado, a Ideologia do Estado e por fim as Decadências do estado.

No diz respeito a resistência no sul de Moçambique, focalizamos a Resistência na Região de Lourenço Marques, com mais detalhamento a Batalha de Magude, a Batalha de Coolela e as Guerras de Resistência de Maguiguane, em seguida as conclusões e a bibliografia.


O M´fecane e o Estado de Gaza

A formação do Estado de Gaza está ligada ao fenómeno de lutas, de transformações políticas e de grandes migrações ocorridas na Zululândia (em território da actual África do Sul) desde a segunda metade do séc. XVIII a princípios do séc. XIX e conhecidas por “Mfecane” que levaram a centralização política nesta região seguidas por grandes migrações de populações Nguni para o norte.

Causas de M´fecane

  • O crescimento de actividades comerciais com a baía do Maputo (antiga Lourenço Marques).
  • A crise ecológica que afectou a região, comprometendo a situação alimentar dos povos;
  • As lutas internas pela posse de novas terras;
  • Os conflitos entre chefes pela sucessão do poder.

Processo da Formação do Estado de Gaza

De acordo com Polessier (1994) o império de Gaza, é considerado como o segundo maior império de África do século XIX. O mesmo se estendia do rio Incomáti à margem esquerda do Zambeze e do oceano Índico ao curso superior do rio Save. Olhando para o actual mapa político da África Austral, ocupa mais de metade de Moçambique, um pedaço do Zimbabwe e entra pela África do Sul.

Durante o período de 1770 existiam na região, mais de 20 reinos, mas destes apenas nos anos 1810 a 1815, tinham ficado apenas dois, dos quais:  

  • Nduandue- Dirigido por Zuide.
  • M’tetua- Dirigido por Dinguisuaio.

Entre estes dois reinos desencadearam uma guerra de 1816 a 1821.

Em conexão com este conflito o Dinguisuaio é morto, e um dos chefes militares toma o poder - Tchaka Zulu.

Este prosseguiu com a guerra até derrotar o reino Zuide, passando a ser maior chefe dos Nguni.

Os chefes do reino Nduandue, com o medo das investidas de Tchaka Zulu abondonaram África de Sul para diferentes direcções.

Um grupo dos Nduandue veio para Moçambique dirigido pelo Sochangane ou Manicusse,  onde entre 1821 a 1830 e conquistaram todos os reinos do Sul de Moçambique: chopes, tsongas, vandaus, bitongas e outros.

Zuangedaba, Nqaba Msane e Nguanha Masseko fixaram-se por algum tempo dentro de Moçambique, até por volta de 1890, Estados dominados por descendentes de Masseko e Zuangedaba incluíam territórios moçambicanos do Niassa e Tete.

O chefe Sochangane (avô de Ngungunhane), alarga o reino e dá o nome de Gaza em homenagem ao seu bisavô, bem como estabelece a capital em Chaimite, mais tarde tornada aldeia sagrada dos ngunis.

      Foi desta maneira que Sochangane conseguiu conquistar muitas terras, desde o rio Incomati ao rio Zambeze, formando o grande Império de Gaza

 Sochangana foi o 1º rei do Estado de Gaza em 1821/1858, viveu durante a maior parte do seu reinado, no vale do Limpopo.

        O Rei de Gaza vendia marfim que recebia como tributo, mas geralmente não restituía os escravos dos portugueses que se refugiavam no seu território. Pronunciou-se também contra a exportação de escravos do território (este comércio clandestino de escravos sobreviveu em Inhambane até a década de 50).

      Depois da morte de Sochangana, em Outubro de 1858 em Bilene, sucedeu ao poder o seu filho Maueue, pois apesar de Muzila ser o mais velho, Maueue é empossado, devido a hostilidade com os boers holandeses e os portugueses e era mais preferido pelo seu pai.

      Durante cinco anos, os dois irmãos (Maueue e Muzila) protagonizam uma sangrenta e devastadora guerra civil, reivindicando o direito consuetudinário à sucessão. Muzila rouba e assassina comerciantes e caçadores brancos que se aventuravam pelas terras do interior, enviando mensagens agressivas e provocatórias para a administração de Lourenço Marques.

Maueue como tinha um património pessoal pequeno, resolve atacar seus irmãos mais velhos em 1859, um deles Muzila que se refugiou para Transval; mas mesmos assim não desistiu, pois com a ajuda dos reinos Magude, Kossa e outros chefes dos vales do Incomati bem como dos ricos comerciantes portugueses e do governador de Lourenço Marques, Onofre de Andrade, que lhe fornece duas mil espingardas, 50 mil cartuchos e 1200 pedreneiras e enviou soldados da guarnição da cidade, Muzila vence o irmão na última e decisiva contenda da guerra civil, travada em 16 de Dezembro de 1861 na batalha de Manjakazi próximo de Moamba e na sequencia disso Maueue foge e junta-se ao seu avô na Suazilândia.

      Chegado ao poder, Muzila, transfere a capital para Mossurize (1862), esquece a vassalagem declarada ao rei D. Luís lavrada no acordo com o governo de Lisboa e estabelece boas relações com as autoridades do vizinho Natal, e através destas, com o Reino Unido.

Com a morte de Muzila, foi em Mossurize que Ngungunhana, filho do mesmo, ascendeu ao poder, em 1884.

      No entanto, o reinado de Ngungunhane iniciou alguns meses antes da Conferência de Berlim, onde em Fevereiro de 1885 as potências coloniais acordaram o princípio de ocupação efectiva; o que criou rivalidades entre Portugal e Inglaterra, devido as ambições existentes nos territórios da Africa Austral.

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